domingo, 19 de dezembro de 2010

O drama do niilismo


continuação...


O drama do niilismo!

É preciso se opor a esta mentalidade perigosa, que independentemente da crença tem o poder de alienar o ser humano, reduzindo a sua atenção e as suas aspirações, exclusivamente aos valores temporais. Assim, ela pode impedir que se viva o momento presente como espaço propício e como condição para construir a felicidade.

O Avanço do niilismo. Assim intitulei este post, porque acho que o espírito de alienação, que se manifesta (entre outros) no período advento-natalino priva o ser humano a possibilidade de vivenciar o seu “agora”. Leva-o a largar o “agora” e refugiar-se no que é mais fácil e mais agradável. Vivendo assim, o homem vai se esvaziando de si mesmo e vai perdendo a capacidade de viver o tempo presente, o “hoje” no qual acontece encontro com Deus, com o outro e consigo mesmo (Hb 3,15; Lc 19,5; Mt 6,11; Lc 4,21). Em conseqüência, o homem será levado ao nada (nihil –em latim).

Penso que esta afirmação não seja pessimista e fatalista. Infelizmente, o niilismo conquistou um grande espaço na vida moderna. Em todas as suas áreas. Será que alastrantes doenças de personalidade, depressões, crescente número de suicídios, busca de entorpecentes etc, não tenham ligação a este problema?

É preciso compreender que evangelizar hoje significa, entre outros, ajudar as pessoas a se oporem ao niilismo. O Evangelho (Jesus Cristo) pela própria natureza é dinamismo, ação construtora: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará. Com efeito, de que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si mesmo?” ( Lc 9,23-25)

Infelizmente, até mesmo, entre os ministros da Igreja há quem parece estar caído nesta onda destruidora. Eles não têm coragem para se opor? Não têm argumentos? Seria preocupante se, de fato, não recebessem uma sólida formação ou não tivessem entendimento que cada tempo é um tempo...

Foi a Igreja que instituiu a duração dos tempos litúrgicos. Cada um deles tem a sua peculiaridade própria e a sua importância sem igual. Por que então corrigir arbitrariamente? Por que desobedecer as orientações da Igreja? Com que autoridade alguém se atreve fazê-lo?

O niilismo não é inocente assim, como pode parecer. Na verdade é o território do Inimigo. Deus é a vida. A criação é a Sua expressão (Jo 5,17: “Meu Pai trabalha sempre, e eu também trabalho”). E o Inimigo é a falta de vida. Ele é o nada, o nihil. Daí o niilismo, que deve ser combatido pelo engajamento construtivo, pela cooperação com a Obra de Deus realizada pela Igreja e pela obediência cordial à Lei de Deus e da Igreja, como caminho para a vida.

O Natal que está chegando é mais uma iniciativa de Deus que convida o ser humano a entrar na aventura de viver “com” e “como” Jesus Cristo. Aceitar Jesus Cristo como Senhor da vida, é o Natal.



Um Advento que virou Natal…




O drama do niilismo!



A vida caracteriza-se pelo dinamismo, movimento, mudanças construtivas. É isso, ai: “construtivas”. Mudar, sem almejar a melhora, um estado superior, pode ser apenas uma atitude caprichosa ou aventureira. Pode ser também, uma atitude conformista, que dispensa-se da necessidade de pensar e de questionar. Ela segue a lógica do rápido, fácil e agradável. Enfim, esta seria uma atitude de quem se satisfaz imitando o que fazem os outros (síndrome do macaco -fn). É um problema sério, que atinge vários setores de vida. E é um problema existencial. Problema da personalidade do homem moderno.

O tempo do Advento é um período do ano em que se percebe mais sensivelmente o tamanho e a gravidade da alienação, que vem impedindo o homem viver o “agora” da sua vida. Enfim, o “agora” é que existe realmente...

Há alguns anos que pode-se notar uma tendência crescente de antecipar as celebrações do Natal. Já bem antes do Advento, começam aparecer os sinais do Natal. Na verdade, não seria nada de estranho, pois a Festa realmente merece maior atenção, se não fosse o contexto que estimula esta mudança. Quem dá o impulso para iniciar o ”Natal” não é mais a Igreja, a exclusiva herdeira e detentora do Natal (Encarnação do Deus Vivo), mas os setores de comercio da sociedade. Quando a Igreja inicia o Advento (tempo próprio de preparação para o Natal), o comércio e a sociedade já estão em “pleno natal” enchendo a cidade de música e enfeites natalinos. E aqui encontra se o problema de alienação dos crentes católicos, pois vários deles, devido a sua ignorância, por falta de catequese, copiam indiscriminadamente esta prática para dentro de suas casas.

As perguntas nascem espontaneamente. Por que se antecipa o Natal? Por que se tenta “pular” o Advento? Qual seria o objetivo e benefício de celebrar o Natal já no tempo do Advento?

Seria realmente ofensivo chamar uma pessoa que vive assim, de insensata? A sua atitude não a qualifica como tal? Jesus chamou de insensato a quem acumula os bens e não pensa na brevidade de sua vida, ou seja, faz algo que revela a sua pouca inteligência... (Lc 12, 16-20) Também, disse: “Sois assim tão insensatos? A ponto de, depois de terdes começado pelo Espírito, quererdes terminar no nível da carne? (Gal 3,3). E grande são Paulo: “Portanto, ficai bem atentos à vossa maneira de proceder. Procedei não como insensatos, mas como pessoas esclarecidas...” (Ef 5,15).

Se é verdade, e de fato é, que o Advento tem duas partes, cuja primeira que vai até o dia 16 de dezembro e visa a preparação dos crentes para o encontro com Deus (o encontro definitivo que pode ser na hora da própria morte), então, por qual razão omite-se este sentido importantíssimo? Por que se transfere toda a atenção para a comemoração do Natal, em vez de concentrar-se na vivência do espírito do Advento? Provavelmente, por este motivo é que hoje o Natal é celebrado com elevada característica de uma festa social, marginalizando gravemente o sentido religioso, que deveria ser o fundamental...

continuará...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A Coroa de Advento


A Coroa de Advento

possui um sentido muito especial na preparação para o Natal. Sobretudo, ela lembra, aos adultos e às crianças, a chegada o Natal, a passagem do tempo (cada domingo se ascende uma vela), que nos aproxima ao Natal.

A coroa tem a forma de círculo, que é símbolo da eternidade, da unidade, do tempo que não tem início nem fim. O círculo indica, ainda, o sol no seu ciclo anual, sua fonte de energia sem jamais se esgotar, gerando a vida. Para nós, cristãos, este sol é símbolo de Cristo.

Os ramos verdes que enfeitam o círculo costumam ser de pinos ou de ciprestes. Tendo origem européia simbolizam eternidade, pois não perdem as folhas no inverno. Justamente é símbolo de esperança, de imortalidade, de vitória sobre a morte.
Para nós no Brasil este elemento é menos significativo, pois não vivenciamos esta mudança da renovação da natureza, como na Europa onde todas as estações se distinguem fortemente. Nós celebramos o Natal no início do verão. Por isso, as vezes nota-se a tendência de substituir o verde por outros elementos ornamentais do círculo.

As quatro velas indicam as quatro semanas do Tempo do Advento. Originariamente, a velas eram três de cor roxa e uma de cor rosa. O roxo, para indicar a penitência, a conversão a Deus e o rosa como sinal de alegria pelo próximo nascimento de Jesus, usada no 3º domingo do Advento, chamado de Domingo “Gaudete” (Alegrai-vos).

Existem diferentes tradições sobre os significados das velas: http://www.franciscanos.org.br/noticias/noticias_especiais/advento_291107/03.php

  • a primeira vela é do profeta;
  • a segunda vela é de Belém;
  • a terceira vela é dos pastores;
  • a quarta vela é dos anjos.

Outra tradição vê nas quatro velas as grandes fases da História da Salvação até a chegada de Cristo. Assim:

  • a primeira é a vela do perdão concedido a Adão e Eva, que de mortais se tornarão seres viventes em Deus;
  • a segunda é a vela da fé dos patriarcas que crêem na promessa da Terra Prometida;
  • a terceira é a vela da alegria de Davi pela sua descendência;
  • a quarta é a vela do ensinamento dos profetas que anunciam a justiça e a paz.

Nesta perspectiva podemos ver nas quatro velas as vindas ou visitas de Deus na história, preparando sua visita ou vinda definitiva no seu Filho Encarnado, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo:

  • o tempo da criação: de Adão e Eva até Noé;
  • o tempo dos patriarcas;
  • o tempo dos reis;
  • o tempo dos profetas.