sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pescar

Jo 21,3
O que fazer? Antes os dias foram cheios de compromissos de quem era discípulo do Mestre de Nazaré. Agora...
"Vou pescar" - é uma resposta para a incerteza. "Vou fazer aquilo que sei fazer. Se Jesus quer que eu faça algo mais, deve me dizê-lo de alguma forma, porque eu não entendo"...
Mas, Ele ainda não diz nada. Mais uma vez confirma os discípulos na fé de que realmente havia ressuscitado. Mais uma vez, através da simples pergunta pela comida, leva a paz nos corações dos discípulos. Aquele Jesus que venceu a morte, não se tornou um Senhor distante e inacessível. Continua como era antes. Continua sendo Mestre e Amigo...
Quando a gente não sabe o que fazer na vida, deve fazer aquilo que sabe fazer, aquilo em que se sente “craque”. Com o passar de tempo tudo pode clarear.

sábado, 16 de abril de 2011

Paixão


O Domingo da Paixão tem um duplo significado. Lembra a entrada solene de Jesus em Jerusalém e o inicia a Semana Santa. Encontram-se assim a alegria (pois em Jesus Cristo cumprem-se anúncios dos profetas; Ele entra na cidade de Davi como rei) e o drama do Deus que não é reconhecido, é desprezado e rejeitado pelo povo.
Celebrando e vivenciando a Paixão de Cristo não podemos nos deter apenas nas emoções. Elas são fugazes demais para serem próprias como fundamento da construção da vida.
O cardeal Joseph Ratzinger, ao presidir a Via Sacra no Coliseu de Roma, em 2005, pedia a Jesus: "Ajude-nos a acompanhá-Lo, não só em nobres pensamentos, mas no Teu seguimento de coração e, até mais: nas ações concretas da nossa vida cotidiana. Ajude-nos a entrar no caminho da cruz, de corpo e alma, e para sempre permanecer no Teu caminho "... (tradução livre, fn).
A cruz não é um mero sofrimento e, em conseqüência, uma maldição. É um mistério profundo que, inevitavelmente, faz parte de toda vida humana. Por isso, precisa ser descoberto, integrado e assumido, como o fez Jesus.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Julgamento



Não gostamos de ser avaliados, julgados, verificados pelos outros. Sentimo-nos desconfortáveis quando alguém está para avaliar o nosso trabalho ou uma tarefa que executamos. Temos medo do olhar crítico, pois esperamos mais severidade que a benignidade por parte do nosso juiz. Com muita dificuldade nos conformamos com a crítica do nosso ponto de vista, em muitos assuntos.

Realmente, muitas vezes, as pessoas são injustas nas suas sentenças, julgam erroneamente. Quando nos atinge qualquer injustiça, estamos com raiva, firmemente provamos a nossa inocência. Às vezes não falamos nada, sofrendo em nosso íntimo... Mas, este sofrimento interior se transforma em nós em amargura e decepção com os outros e, às vezes, até mesmo com Deus.

Raramente temos a coragem, como Susana (Dn 13), em situação de um julgamento injusto voltar-se imediatamente a Deus, apresentando-Lhe o mal que nós experimentamos e pedindo a justiça. Porque, talvez aconteça que Ele não queira nos defender, mas - conhecendo todos os nossos pecados e fraquezas - ainda queira acrescentar outro sofrimento...

Tal mentalidade mostra o quão pouco conhecemos Deus. Como temos pouca fé naquela imagem do Pai, que revelou Jesus Cristo. Deus não condena ninguém. Nem mesmo a adúltera, ainda que realmente foi provada a pecaminosidade de sua conduta (Jo 8,1-11).

Para experimentar que Deus é bom, não se deve fugir da Sua face, mas buscá-Lo e permitir que ao julgue os nossos atos e manifeste a sua misericórdia.


sábado, 9 de abril de 2011

Deus não gosta?

O fato de que Deus ama a todos é comentado com freqüência. Mas, é preciso lembrar, também que há, de quem Deus simplesmente não gosta. E isto já não é tão óbvio...
Lemos na Bíblia que Deus gosta de Salomão, pois O pede a sabedoria e não a riqueza (cf. 1Reis 3). O salmista confessa que o canto e ação de graças são mais agradáveis a Deus do que os sacrifícios de animais (Sl 69,31-32). O profeta anseia pelo tempo em o sacrifício de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor (cf. Mal 3,4).
No entanto, Deus não gosta do caminho que segue Balaão (cf. Nm 22). Não gosta da desordem e injustiça (cf. Is 59,14), do comportamento do homem que se alegra do tropeço do inimigo (cf. Prov 24,17), dos judeus que matam e perseguem (1Tes 2,15) e daqueles “que vivem segundo a carne” (Rom 8,8).
Esta afirmação, de que não podem agradar a Deus os que vivem segundo a carne, é mais fácil compreender lendo o início do capítulo 15 da Carta aos Romanos.
São Paulo exorta os fortes na fé, para que não procurem o que lhes é agradável, mas o que é agradável aos outros, mostrando Jesus Cristo como exemplo, pois Ele "não buscou a sua própria satisfação”, mas aceitou os insultos e as injurias (cf. Rom 15,1-3).
Viver segundo a carne é não olhar o próximo, nem o Cristo. Como, então, isto pode ser agradável a Deus? Talvez, alguém possa não gostar que Deus não goste daquilo. Mas, fazer o que? Como uma criança cuja mãe não deixa enfiar a mãozinha na água fervente... Resta deixá-lo com a sua revolta. Chegará o tempo em que compreenderá que, aquilo de que Deus não gosta, é uma das mais belas expressões do amor.

Fonte fotenecida quando silicitada

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Cegueira da paixão


“Tais são os pensamentos dos ímpios, mas enganam-se; pois a malícia os torna cegos, não conhecem os segredos de Deus, não esperam recompensa para a santidade e não dão valor ao prêmio reservado às vidas puras” (Sb 2,21-22).

O que é este perigo, escondido nas profundezas do coração, que o autor inspirado chama de cegueira?
Vejamos que diz Evágrio do Ponto (sec. IV, no Egito), escritor, asceta e monge cristão: "Aqueles que durante a oração guardam em si traumas e tristezas parecem com quem tira a água, a fim derramá-la em um pote cheio de buracos (...). Se tu te abstiveres da raiva, encontrarás a misericórdia, aparecerás sábio e serás capaz de rezar".
Na verdade, estes comentários de Evágrio não são reveladores. Todos nós sabemos que raiva, ressentimento e tristeza cegam e, é por isso, que perguntamos o que fazer para encontrar a cura.
Voltemos ainda ao Evágrio. "Ore especialmente pelo dom das lágrimas, de modo que através da contrição superes a dureza do coração. Depois, confessa ao Senhor suas iniqüidades e, ai então, receberás d’Ele o perdão. Ore, com lágrimas nos olhos, e a tua oração será ouvida. Não há nada que alegre mais ao Senhor, que súplicas entre lágrimas".
Viver fazendo o bem sempre é a melhor opção da vida, independentemente da crença...



quinta-feira, 7 de abril de 2011

Inferno das mulheres


Mulheres, chamadas de mercadoria viva forma depreciadas, ou seja, os caftens oferecem-nas mais barato do que nunca. Economista dirá: se há demanda é preciso ser flexível estabelecendo os preços. A questão, porém, é que essas mulheres baratas, levando um jogo perigoso com os cafetões, seja por desespero, seja pelo desejo ingênuo de lucro, geram mais lucro do que nunca antes.

O que significa isto? Isto significa que a demanda por amor pago cresce em um ritmo assustador, gerando a formação, cada vez mais novo grupos que compõem a máfia global, especializada em tráfico de seres humanos. Em conseqüência, as mulheres que entraram no inferno dos cafetões serão tratadas pior, a sua saúde ou a vida deixará de ter qualquer valor. Já para não falar da dignidade. Porque na fila para o inferno esperam outras garotas, nem tanto prontas para qualquer coisa, quanto firmemente convencidas de espera por elas o destino o que sonharam.

Portanto, vale a pena refletir, centenas de vezes, a oferta do emprego muito bem pago, de recepcionista ou modelo, em algum país distante. Talvez a maioria de promessas seja real. Mas uma certa parte delas é o caminho para o fundo. O fundo, que pode ser evitado, se haver um pouco de instinto de auto-preservação.

Traduzido duma fonte de livre acesso. Identificação disponível, quando solicitada



quarta-feira, 6 de abril de 2011

Deus não abandona



"O Senhor abandonou-me, o Senhor se esqueceu de mim" (Is 49,14).

É mais fácil dizer que o Senhor se esqueceu de nós, do que nós nos esquecemos d’Ele...
Esquecemo-nos das oportunidades, das intervenções e exortações, dos profetas que nos foram enviados e das orientações que recebemos.
Esquecemos os pecados cometidos, a balança astutamente falsificada, o domingo desrespeitado e, ainda, esquecemos a vida, como se Deus não existisse...
A escravidão nunca foi a escolha de Deus. Sempre é uma escolha do homem.
É surpreendente que Deus, o esquecido e rejeitado, zombado e fraudalentado, rejeitado e desprezado, continuamente quer estar perto. Continua clemente e misericordioso, bom e fiel, justo e misericordioso. Continua a renovar a “vinha” devastada, libertar os prisioneiros e ascender a luz aos que vivem nas trevas. Quer continuar alimentando e saciando sede, protegendo do vento e do calor... Como sempre...
É surpreendente que por tão pouco, da nossa parte, quer dar tanto: "quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna. Não será condenado, pois já passou da morte para a vida" (Jo 5,24).

domingo, 3 de abril de 2011

Presunsão



Nós sabemos... (Jo 4,43-54)

Como que inconscientemente, queremos ter tudo explicado e organizado na vida. Já uma pequena estabilização nos dá a sensação de segurança. Sabemos para onde ir, como decidir, o que fazer em uma determinada situação. E nem sequer percebemos o quanto se reduz o nosso horizonte.
Qualquer coisa que excede os padrões dos nossos esquemas nos leva a irritação e começamos a tratá-la em termos de perigo e falsidade. O ruivo não pode ser valoroso. Tem de ser descarado. Doença e invalidez não podem ser lugares de manifestação da glória de Deus. Têm de ser castigo.
Enquanto isso, Deus vai além dos esquemas. Mas, este Deus imprevisível não é aceitável. Se as Suas ações não são previsíveis, então é preciso inventar outro deus. Um deus que não indica o caminho através do vale tenebroso, não obriga a enfrentar o mal e o sofrimento, e para as suas obras escolhe somente santos e dignos...
"Este homem não é de Deus... Nós sabemos que esse homem é um pecador... Tu nasceste em pecado”... Estas conclusões não resultam da verdade. São sinais de que a fé em Deus vivo foi substituída por uma crença-mito. Que em vez de passar das trevas para a luz, escolhemos a direção contrária. E ainda, estes são sinais de que mais do que cego de nascença precisamos que Deus coloque lama em nossos olhos e nos leve para a piscina de Siloé...
O mais importante é recuperar a vista e enxergar de tal maneira que não se confunda do que é apenas um meio com aquilo que é objetivo, finalidade. Que se saiba enxergar e distinguir o bem e o mal, a verdade e a mentira. E andar como filho da luz...

sábado, 2 de abril de 2011

Orar



Lc 18,9-14


Os ambos foram ao templo para orar, porém só um saiu abençoado, justificado...

E eu venho à igreja, ajoelho-me para orar...

Será que vou saindo justificado? Será que sou capaz dizer honestamente como o publicano: "Deus, tem piedade de mim, pecador"?

Ainda que eu admita que seja um pecador, muitas vezes as minhas ações contradizem isso.

Ao criticar os outros, por sua conduta de fé, na verdade confirmo que me sinto melhor do que deles. Será que não estou convencido que a minha oração, a participação da Santa Missa e outras práticas religiosas, me elevam acima daqueles que, parecem dedicar menos tempo a Deus? Será que não se sinto melhor dos que não estão praticantes da religião?

Somente colocando-me diante de Deus, num sincero reconhecimento dos meus pecados e na luz da verdade sobre mim mesmo, poderia começar a construir um verdadeiro vínculo com Ele.

Porque a oração deve, sobretudo, aproximar-me a Ele, deve me ajudar entrar numa viva relação com Ele, e não ser uma ocasião para ostentação e uma fonte de auto-satisfaço ou um meio de negociações egoístas...


sexta-feira, 1 de abril de 2011

COMUNHÃO com Deus




O objetivo da vida de cada cristão deve ser a união com Deus. Mas, como isto pode ser feito? Será que esta união é possível já aqui na terra?
Esta união realiza-se num encontro da fraqueza humana com o poder da Graça Divina. O fruto deste encontro é o amor, que se manifesta na misericórdia. Esta, por sua vez, exige uma resposta do homem, a sua generosidade. Só daí então, o homem poderá ajudar a levar o amor de Deus para o mundo.
O homem, quando demasiadamente ocupado com as coisas do mundo, não busca a união com Deus. Não sente a necessidade de Deus. Acontece, simplesmente, que Deus é relegado para segundo plano, para os anos que virão... Enfim, Deus não ocupa nenhum espaço concreto na vida cotidiana.
Pode acontecer que até mesmo servindo a Deus, a Igreja, na verdade se está longe de Deus. Nem sempre a oração, a participação na Missa são expressões do amor. Podem ser uma tentativa de impressionar os outros, ou uma forma de “ganhar o merecimento” do amor de Deus. Também, pode-se ajudar as pessoas, não por amor, mas buscando a própria glória, ou até algum benefício material...
A Quaresma chama à conversão, o que significa: “mudar de direção”. Fixar o objetivo de vida em Deus, para viver em união com Ele. A plenitude de vida eterna, que um cristão espera, não será a vida em comunhão com Deus?
Portanto, onde estou eu neste caminho? Qual é a distância que me separa de Deus e do Seu Reino? E ai...?