terça-feira, 29 de abril de 2014

Missa & vestuário

Como é sabido, o vestuário ou roupa é qualquer objeto usado para cobrir o corpo ou as suas partes. Roupas são usadas por vários motivos. Por questões sociais, culturais, ou por necessidade. Juntamente com as roupas usam-se, também acessórios como, por exemplo, calçados, joias, relógios, bolsas, sombrinhas,ou mochilas.
Além desta finalidade comum existem vestuários que possuem um significado simbólico, por exemplo, a farda do bombeiro, soldado, policial, enfermeira ou funcionário de uma empresa. Neste sentido a roupa expressa pertença a certo grupo social ou profissional, cujo papel é bem definido e, muitas vezes voltado à utilidade pública.
O mesmo vale para o vestuário religioso (hábito religioso, ou batina do padre). Neste caso, além do mencionado vestuário habitual, existe um vestuário específico, usado exclusivamente para o exercício de funções religiosas sagradas. Chama-se paramento litúrgico. Celebrante de um sacramento ou outro ato de Culto é paramentado (vestido de paramentos).
Sempre, quando vamos a Missa, precisamo-nos vestir devidamente. A Missa é uma verdadeira Festa. A Festa de um Casamento místico do qual vamos participar. A Festa da Aliança. Entre Deus e os homens, representados pela reunida Igreja de Cristo, a quem foi confiado este Mistério para ser celebrado e protegido. Por tudo isso, a roupa que usamos como participantes tem de ser apropriada. Bela e digna do Mistério celebrado.
A Celebração da Missa não pode servir como um “palco” de desfile de moda ou uma oportunidade de encontro de amigos, de “caça” de namorado(a) ou de satisfação das vaidades e carências, pela ostentação de determinadas peças ou acessórios.
Existe uma impressionante correlação entre o estado interior e espiritual de uma pessoa e o seu modo de se vestir e comportar. Quanto mais vazio interior, mais aparecem as carências e as tentativas de satisfazê-las através de vestimentas chamativas e/ou até sensuais. (Aqui quero acrescentar que, o uso de boné na igreja, pelos rapazes, é impróprio, independentemente das motivações. Os homens participam da Missa com a cabeça descoberta (1Cor 11,4.7)).
Igualmente, é inadmissível o outro extremo, na escolha dum vestuário para Missa, que é desleixo. É impróprio e inconveniente uso de bermudas, camisetas muito cavadas ou chinelas. Independentemente do sexo. Seja mulher, seja homem. Deste modo podemo-nos vestir para praia, piscina ou algum espaço de recreio. Faz bem lembrar com que atenção e esmero se vestem os namorados, que se preparam para o encontro com quem amam...
A situação se torna totalmente diferente quando alguém vem à igreja de bermuda ou chinela, porque não tem outra roupa melhor. E isto pode acontecer. Por esse motivo, não se pode julgar o outro pela roupa que usa (Mt 7,1-2; Tg 2,1-9; Gal 5,14). Em qualquer caso, ninguém deixe de ir a Missa por causa da roupa....
É constrangente falar disto, mas acontece que algumas pessoas que não cuidam devidamente da higiene pessoal e/ou vestem a roupa não lavada... E assim vêm à Missa. O cheiro forte de suor antigo vai longe e incomoda muito a todos os que estão nas proximidades. Obviamente, isto os atrapalha na participação. O dono de tal roupa ou, o que não banhou, as vezes acostumado com esta prática, nem sente o mal cheiro e seus efeitos. Não leva em consideração que isto pode refletir no estado espiritual e no comportamento (levando os a se distraírem, ficarem nervosos ou de mudarem de lugar) de outros participantes. É a falta grave com a caridade. Tome banho sempre, sobretudo quando for ao encontro com as pessoas e, se usar alguma peça de roupa, mais de uma vez, por gentileza, verifique cuidadosamente o seu estado de higiene...
Tem gente que se veste bem quando vai ao shopping ou “na rua” para fazer compras, mas revela muita negligência quanto a roupa que põe quando vai à igreja, para o encontro com Deus. Será que sabe mesmo o que faz? Para onde vai? O que é uma Celebração sacramental?
A Missa é um encontro pessoal e íntimo com Deus Amor. É Grande Mistério do Amor, do Sacrifício redentor de Cristo que se realiza nos sinais litúrgicos e supera todas as imaginações e expectativas humanas. É o Mistério que tem poder de transformar as vidas, quando o homem se deixa envolver por Ele (Lc 24,13-35).
Pode parecer que o vestuário é apenas um detalhe insignificante, pois o essencial é a participação do Mistério celebrado. É óbvio, que a razão da Celebração é o próprio Mistério. O resto é secundário. No entanto, a escolha de um determinado vestuário pode expressar a profundidade da consciência do participante e sintonia com o Mistério, como também, revelar a ignorância total, descaso ou indiferença e, com isso, uma participação infrutuosa.
O vestuário do cristão sempre tem de ser digno, independentemente do local (1Pd 3,3-4; 1Tim 2, 9-10). Amor e a fé em Deus Amor devem-se expressar, também, na forma de se vestir. O vestuário exprime amor e responsabilidade pelo próximo. Pode até lhe ajudar (evangelizar), chamando atenção para profundidade de vida a quem vive na superficialidade e não tem conhecimento ou intimidade com o Mistério.
O cristão deve ter alegre consciência de que sempre vive na presença de Deus, Pai amoroso. Sempre, portanto, deve ser vestido bem, dignamente e o seu vestuário deve expressar o seu interior (coração) arrumado e limpo. Deus quer nos ver belos. Sempre. Sobretudo quando participamos da Festa (Missa) que Ele mesmo preparou (Mt 22,1-14) e faz questão que não falte ninguém( Lc 14,16-24).



sábado, 26 de abril de 2014

Misericórdia Divina – Festa líturgica


A Festa litúrgica da Divina Misericórdia foi instituída por Papa João Paulo II, em maio de 2000, a ser celebrada na Igreja Universal (no mundo inteiro). O Papa decretou que a partir de então, o segundo Domingo da Páscoa fosse chamado de Domingo da Divina Misericórdia.


Isto aconteceu graças a experiências místicas de santa Faustina Kowalska (1905-1938), religiosa polonesa da Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia, com Jesus Cristo que, entre outros, lhe disse: "Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores (...). Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas (Indulgência plenária). Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças.

Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate. A Minha misericórdia é tão grande que, por toda a eternidade, nenhuma mente, nem humana, e nem angélica, a aprofundará" (Diário 699).
"Ainda que a alma esteja em decomposição como um cadáver e ainda que humanamente já não haja possibilidade de restauração, e tudo já esteja perdido, Deus não vê as coisas dessa maneira. O milagre da misericórdia de Deus fará ressurgir aquela alma para uma vida plena" (Diário 1448).

A Igreja desde sempre tem reconhecido e glorificado a Divina Misericórdia, como fonte de todo bem derramado sobre o universo e, em particular, sobre o ser humano. Desde o drama do pecado original vemos a Misericórdia de Deus se manifestando. Primeiramente na promessa da salvação (Gen 3,15) e, depois nas seguintes etapas da História da Salvação, devido a infidelidade do povo. Assim foi firmada Aliança com Noé (Gen 8,20-9,17), Aliança com Abraão (Gen 15), glorioso êxodo do Egito (narrado amplamente pelo Livro de Êxodo), Aliança no Sinai (Ex 19) e várias outras iniciativas de Deus Misericordioso, em favor dos homens.

A plenitude da Misericórdia Divina se manifestou na Encarnação, Vida, Paixão, Morte e Ressureição do Filho de Deus (Verbo Eterno do Pai). Pelo mistério da Páscoa, do Verbo Divino Encarnado, o mundo foi libertado do poder do Maligno e lhe foi aberto o acesso para a vida plena. A esta se chega pela fé em Jesus Ressuscitado, cujo Sangue lavou o pecado do mundo, e pela vida segundo o Grande Mandamento que Ele deixou - o Mandamento de amor (Jo 15,12).

A finalidade desta Festa Litúrgica da Divina Misericórdia é precisamente esta: experimentar a Misericórdia Divina no perdão (por excelência o sacramental), precedido pelo sincero arrependimento o e rompimento com laços do pecado, para, em resposta, praticar a misericórdia para com todos, em particular com os que mais a necessitam. "Hoje estou enviando-te a toda a humanidade com a Minha misericórdia. Não quero castigar a sofrida humanidade, mas desejo curá-Ia estreitando-a ao Meu misericordioso Coração. Utilizo os castigos, apenas quando eles mesmos me obrigam a isso. (...) Antes do dia da justiça estou enviando o dia da Misericórdia". (Diário 1588).

Estou Ihes dando a última tábua de salvação, isto é, a Festa da Minha Misericórdia”. Se não venerarem a Minha Misericórdia, perecerão por toda a eternidade. (Diário 965). “Ofereço aos homens um vaso, com o qual devem vir buscar graças na fonte da misericórdia”. “O vaso é a Imagem com a inscrição: JESUS, EU CONFIO EM VÓS" (Diário 327).
"Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela" (Diário 570). "Meu olhar, nesta Imagem, é o mesmo que eu tinha na cruz" (Diário 326).

Um dos elementos da devoção à Divina Misericórdia é a Imagem de Jesus Misericordioso. No dia 22 de fevereiro de 1931, Jesus Cristo apareceu a Irmã Faustina e lhe recomendou que pintasse uma imagem, apresentando-lhe o modelo na visão. "Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus. eu confio em Vós. Desejo que esta Imagem seja venerada, primeiramente na vossa capela e depois, no mundo inteiro.
Prometo que a alma que venerar esta Imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como Minha própria glória (...). Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja benta solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia" (Diário 47-49).

Uma parte integral da devoção à Divina Misericórdia faz a Hora da Misericórdia. No ano 1933 a Irmã Faustina teve a visão da Misericórdia de Deus. Assim nos conta: "Vi uma grande luz, e nela Deus Pai. Entre esta luz e a Terra vi Jesus pregado na Cruz de tal maneira que Deus, querendo olhar para a Terra, tinha que olhar através das chagas de Jesus. E compreendi que, somente por causa de Jesus, Deus está abençoando a Terra."

Em outubro, de 1937, em Cracóvia, Jesus Cristo recomendou-lhe que fosse honrada a hora da Sua morte e que, ao menos por um instante de oração, se recorresse ao valor e aos méritos da Sua paixão. "Às três horas da tarde implora à Minha Misericórdia, especialmente pelos pecadores, e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Esta é a hora de grande Misericórdia para o mundo inteiro".

"Nessa hora nada negarei à alma que Me pedir em nome da Minha Paixão".


"Lembro-te, Minha filha, que todas as vezes que ouvires o bater do relógio, às três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-a e glorificando-a. Invoca a sua onipotência em favor do mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, porque nesse momento ela está largamente aberta para cada alma. Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros. Naquela hora, o mundo inteiro recebeu uma grande graça: a Misericórdia venceu a Justiça. Procura rezar nessa hora a Via-Sacra, na medida em que te permitirem os teus deveres, e se não puderes rezar a Via-Sacra, entra ao menos por um momento na capela, e adora a meu Coração, que está cheio de Misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um breve momento".


Outras palavras de Jesus à santa Faustina

"Desejo que o mundo todo conheça a minha misericórdia." (Diário 687).

"Quanto mais a alma confiar, tanto mais receberá" (Diário 1578).

"Dize, minha filha, que sou puro amor e misericórdia. Quando uma alma se aproxima de mim com confiança, encho-a com tantas graças, que ela não pode encerrá-Ias todas em si mesmas e as irradia para as outras almas... Faz o que está ao alcance pela divulgação do culto da Minha Misericórdia. Eu completarei o que não conseguires. Diz à Humanidade sofredora que se aconchegue no meu misericordioso Coração e eu a encherei de paz" (Diário 1074).

"As almas que divulgam o culto da minha misericórdia eu as defendo por toda vida como uma mãe defende seu filhinho..." (Diário 1075).


ATO DE CONSAGRAÇÃO Á JESUS MISERICORDIOSO

Ó JESUS MISERICORDIOSO Á VOSSA BONDADE É INFINITA E OS TESOUROS DE VOSSA GRAÇA SÃO INESGOTÁVEIS. CONSAGRO-ME Á VOSSA MISERICORDIA QUE ESTÁ ACIMA DE TODAS AS VOSSAS OBRAS.
EU... ME CONSAGRO INTEIRAMENTE A VÓS PARA VIVER SOB OS RAIOS DA VOSSA GRAÇA E DO VOSSO AMOR, QUE IRRADIAM DO VOSSO CORAÇÃO SOBRE A CRUZ.
DESEJO IMITAR A VOSSA MISERICÓRDIA, POR MEIO DAS OBRAS DE MISERICÓRDIA CORPORAIS E ESPIRITUAIS, ESPECIALMENTE PARA COM OS PECADORES, CONSOLAR E ASSISTIR AOS POBRES, AFLITOS E DOENTES.
PROTEGEGEI-ME, DORAVANTE, COMO VOSSA PROPRIEDADE E VOSSA GLÓRIA, PORQUE TENHO RECEIO DA MINHA FRAQUEZA, MAS ESPERO TUDO DA VOSSA MISERICORDIA.
OH! QUE TODA A HUMANIDADE CONHEÇA O ABISMO INSONDÁVEL DA VOSSA MISERICÓRDIAE QUE PONHA A SUA INTEIRA CONFIANÇA EM VÓS E VOS ADORE POR TODA A ETERNIDADE. AMÉM.


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Gênero - aprovado PNE sem a ideologia! Vitória!


Vitória sobre a "Ideologia de gênero"!
Mesmo com pressão do governo e de diversos movimentos favoráveis à causa LGBT, o artigo 2º do Plano
Nacional de Educação (PNE 2011 – 2020 / PL 8035/2010) foi aprovado com a exclusão do item remetente à questão da ideologia de gênero.
O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), tentou sutilmente passar a ideologia de gênero, protocolando o texto da seguinte forma:
Art. 2º São diretrizes do Plano Nacional de Educação:
III – A superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual.

Atentos a esta tentativa de mudança, a maioria dos senadores vetou a redação de Vital no plenário da Casa. Já na Câmara, com a redação aprovada ontem, o texto permanece não destacando a ideologia de gênero:
III – superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação
Dos 26 deputados presentes na votação da Comissão Especial, 15 votaram a favor da retirada da questão do gênero no artigo 2º e 11 contra – uma decisão acirrada que elevou a tensão no plenário.
Pedro Augusto Palmeira, jovem estudante católico de Brasília, que acompanhava a votação conta que houve agressões verbais e físicas por parte dos militantes a favor da ideologia. “Usaram termos pejorativos e gestos obscenos. Mas mesmo com isso, a gente espera uma grande quantidade de pessoas, que têm uma preocupação com a família, presentes na próxima votação”.  


terça-feira, 22 de abril de 2014

Páscoa - continua…

- Feliz Páscoa, meu irmão!
- O que? Já passou!
- Mas, como passou? A Páscoa não pode passar!

Este diálogo, inventamos para nos servir como introdução a uma pequena reflexão sobre a “Páscoa continuada”. Realmente a Páscoa não pode passar. Ela tem de continuar, porque a vida da gente vai continuando.

Estamos no período muito especial que se chama Oitava da Páscoa. A Igreja sabiamente estende a celebração da alegria da Ressurreição por oito dias consecutivos (e o período pascal por 50 dias!). E tudo isso, não só para podermo-nos alegrar com a Ressurreição de Jesus Cristo, mas, antes de tudo, para nos “enraizarmos” na vida nova, que a vitória de Cristo nos rendeu.

Esta vida nova, como escrevemos na mensagem pascal (postagem anterior) é um modo de viver que consiste em amar, em concentrar-se na pessoa do próximo e considera-lo mais importante, pondo-se a valorizá-lo e apoiá-lo para que se desenvolva cada vez mais e seja feliz. Para esta vida precisamos “passar” da vida atual, voltada da própria realização e satisfação dos próprios interesses.

Não se deve imaginar e ter medo desta proposta pascal como que fosse um atentado contra a própria dignidade e contra seus próprios direitos naturais. Trata-se se de ”descentralizar”. De deslocar o eixo existencial de vida, que muitas vezes idolatriza o seu próprio “eu”, marginalizando (pondo na margem de vida ou for dela) tudo o mais, sobretudo as pessoas, incluindo Deus. As pessoas (e Deus) fazem parte da vida na medida em que são úteis a realização das ambições e interesses pessoais.

É por isso que a Páscoa continua e... tem de continuar. Esta tarefa de “passar” do EU para TU (fazer a Páscoa) não termina no período das celebrações litúrgicas da Páscoa, mas precisa ser continuada.  Ela é mais do que período litúrgico. Ela é o modo de vida dos cristãos. A vida não é estática, mas dinâmica. Daí, a Páscoa tem de ser um “movimento” permanente.

A Páscoa de Jesus não foi fácil. Incluiu a dolorosa Paixão e Morte. A nossa “páscoa” também não é fácil... Mas, ela está ai, na nossa frente e não há como de não fazê-la. Esta nossa vida atual está passando. Tremendamente rápido. Até mesmo, sem a consciente participação deste processo (alguém pode “refugiar-se” diante da realidade no mundo de entorpecentes, na libertinagem, etc.), a nossa páscoa está acontecendo.

Jesus Cristo, concluiu a Sua Páscoa com a vitória da Ressureição e, Ressuscitado, caminha conosco para nos acompanhar e auxiliar na nossa páscoa. Somos debilitados e fragilizados pela longa vida na escravidão do egoísmo. Para podermos continuar na vida nova de filhos de Deus, que ganhamos na Páscoa de Jesus, necessitamos da Sua força sobrenatural. Esta força Ele nos oferece, sobretudo nos Sacramentos da Igreja (sem menosprezar outros meios, como a Palavra de Deus). Eles são a presença do Ressuscitado no nosso mundo material.

Portanto, a Páscoa continua!


Unam-se todas as pessoas que possuem a vida nova de Jesus Ressuscitado, que têm esta consciência de serem eleitas pelo Pai das Luzes (Tg 1,17; 1 Jo 3,2; Ef 2,1-6) para revolucionarmos o mundo, que caminha para autodestruição, puxado pela cegueira do egoísmo. Tentemos ser, simplesmente, o que devemos ser. É a nossa melhor e maior contribuição para que o mundo seja melhor. Para a glória de Deus!
Feliz Páscoa!


sábado, 19 de abril de 2014

Feliz Páscoa!


Aos Amigos e Visitantes desta página.

Celebramos a nossa Páscoa anual, figura da Páscoa definitiva. Jesus Cristo que vence todas as noites e, a cultura da morte, vem nos comunicar a alegria da vitória da vida.


Partilhando esta alegria pascal faço votos de um renovado vigor na vivência dos compromissos cotidianos e muita criatividade em novas iniciativas para viver e manifestar a amizade com Jesus Ressuscitado.

Que esta Páscoa (Passagem) de Jesus faça-nos capazes a “passagem” do amor próprio para vida nova, no amor generoso e gratuito, no poder do Espírito de Jesus Ressuscitado.


Feliz Páscoa! Aleluia!


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Páscoa - não celebrar é inimaginável


O cristão não pode deixar de celebrar a Páscoa!

A Páscoa é central mistério da fé cristã. Igualmente como um judeu tem a obrigação de celebrar a Páscoa (com toda sua família), como memorial da libertação da escravidão do Egito, assim também o cristão tem de celebrá-la conforme a ordem de Jesus: “fazei isto em memória de Mim” (Lc 22,19-1; Cor 11,23-28).

A celebração da Páscoa pelos judeus condicionava a sua pertença ao Povo da Aliança. Se não celebravam, excluíam-se da comunidade pela força da Lei Mosaica.
Igualmente, se um cristão não celebra a Páscoa, a não ser por motivos gravíssimos, como enfermidade ou impossibilidade física, torna evidente a sua infidelidade a Aliança com Deus (feita no Sacramento do Batismo) e de certo modo, ele próprio, exclui-se da comunidade de filhos de Deus. Não obstante que pratique diversos atos, considerados como “religiosos” (frequentar a igreja, receber Sacramentos, praticar devoções) neles não há vida. Tornam-se atitudes exteriores desligadas da verdadeira e efetiva comunhão com Deus. "Este povo me louva com a boca, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram"... (Mt 15, 8-9).

Cristão deste tipo se torna um praticante sem a fé. Não há fé n’ele (que é obediência dócil a vontade de Deus) e, por isso, todas estas atitudes não têm poder e não mudam a sua vida. Apenas proporcionam uma passageira sensação de bem-estar, de “sentir-se bem”... É lamentável que um cristão possa contentar-se com este tipo de benefício, mas, infelizmente isto acontece.

A “vida cristã” sem a fé, reduzida à algumas práticas “piedosas”, depois de um período de vivência emotiva, inevitavelmente se torna um peso, muitas vezes insuportável, que se “larga” sempre quando surgir uma oportunidade mais atraente. O apego à vontade própria (que se pratica no lugar das obras de fé) cega o homem e, com o passar de tempo, não enxerga mais que começou viver num mundo de ilusão e mentira, que ele próprio criou.

A Páscoa que celebramos hoje é Memorial (aquilo que se realiza ao ser celebrado) da Páscoa redentora de Jesus Cristo (Paixão, Morte e Ressurreição). É atualização daquela Páscoa vitoriosa que trouxe ao mundo a salvação e a vida plena, em Jesus Ressuscitado. “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu filho único, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).

O grande Papa, Paulo VI disse: “Se há uma liturgia que deveria encontrar-nos todos juntos, atentos, solícitos e unidos para uma participação plena, digna, piedosa e amorosa, esta é a liturgia da grande semana. Por um motivo claro e profundo: o Mistério Pascal, que encontra na Semana Santa a sua mais alta e comovida celebração, não é simplesmente um momento do Ano Litúrgico: ele é a fonte de todas as outras celebrações do próprio Ano Litúrgico, porque todas se referem ao mistério da nossa redenção, isto é, ao Mistério Pascal”.

Na Páscoa litúrgica celebramos a vida nova, pois pelas mortificações da Quaresma e pela reconciliação sacramental passamos da morte (vida em busca da satisfação da vontade própria) para diferente que consiste em amar (buscar sempre o bem do próximo e entregar-se por ele). Em cada Páscoa renovamos, alimentamos esta vida nova e celebramos a alegria de possui-la. Não celebra que não a tem. Se não tem o que vai celebrar? Um finado qualquer não celebra aniversário natalício...

Pode-se dizer, então, que não celebrar a Páscoa é um pecado mortal. Não tanto como atitude que atinge (ofende) a Deus, mas a que revela a ausência de vida no homem, escravo de formalismo e práticas religiosas que não possuem nem transmitem a vida.

Se alguém, em vez de celebrar a Páscoa, decide “aproveitar o feriadão”, então, em vez de fazer a vontade de Deus (como falamos no começo) e seguir o caminho de vida, institui o próprio caminho e as próprias formas de viver a fé. É um equivoco pensar e agir assim. Portanto, é de se surpreender que tal fé não possua poder nenhum? Como poderá salvar uma fé se, de fato, ela não existe? Enquanto isso, Jesus ensina que a fé salva (Lc 7,36-50; Lc 8,43-48; Lc 18,35-42).

Ora, o homem pode não entender “as coisas de Deus”, mesmo devido a ignorância culposa, mas quando confia em Deus e obedece obtêm frutos de fé. Não se pode contentar com a rotina e formalismo religioso. Não se pode confundir com uma religião criada para suas próprias necessidades.

Os pagãos têm o direito de viver o feriadãoOs cristãos têm o dever de celebrar a Páscoa, que é centro da vida e piedade cristã.



segunda-feira, 14 de abril de 2014

Missa & conversão

Segundo os dicionários de língua portuguesa, converter-se significa mudar, ser diferente, mudar de rumo, tomar atitudes novas.
Segundo a Bíblia a conversão entende-se como mudança de mentalidade “metanoia”. Enxergar o mundo de um modo diferente, reorganizar a hierarquia de valores, reorientar o comportamento ético. Enfim, trata-se de mudança de rumo e de horizontes do ser humano.

É preciso acentuar que a conversão não é fruto exclusivamente do homem. Antes de tudo é fruto da Graça de Deus, ou seja, da Sua Misericórdia (Lm 5,21). Entretanto o esforço do homem é indispensável e, as Sagradas Escrituras, o afirmam constantemente, chamando o homem à santidade, à volta para casa, a produzir os frutos... (Dt 30,10; Mt 5, 48, Lc 13, 6-9; Lc 15,11-32). Nesta tarefa o homem não conta somente consigo mesmo, mas alimenta-se da Palavra de Deus, dos Sacramentos, da oração e aproveita as circunstâncias da vida, nas quais vai descobrindo a presença de Deus.


 “A conversão a Deus consiste sempre na descoberta da sua misericórdia, isto é, do amor que é «paciente e benigno» como o é o Criador e Pai; amor ao qual «Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo» é fiel até às últimas consequências na história da Aliança com o homem, até à cruz, à morte e à ressurreição do seu Filho. A conversão a Deus é sempre fruto do retorno para junto deste Pai, «rico em misericórdia»... Aqueles que assim chegam ao conhecimento de Deus, aqueles que assim O «vêem», não podem viver de outro modo que não seja convertendo-se a Ele continuamente. Passam a viver in statu conversionis, em estado de conversão; e é este estado que constitui a característica mais profunda da peregrinação de todo homem sobre a terra, em estado de peregrino” (João Paulo II, Dives  in Misericordia, 13).

Completando, deve-se dizer que a conversão não acontece uma só vez e permanece para sempre. Ela pode começar com um momento “forte”, até mesmo traumatizante (como no caso de Saulo cf. At 9), mas é um processo e uma atitude interminável... (Vat II, LG 8). Pode-se afirmar que a conversão é o modo de viver dos cristãos.
A Eucaristia, chamada também de “Missa”, é um “espaço” privilegiado, no qual a conversão deve realizar-se de uma maneira muito especial. Como que pela própria natureza a Missa deve levar os participantes a conversão. Contudo, como falamos na postagem anterior, é preciso que haja o conhecimento e a consciência da profundidade do Mistério celebrado.
Se alguém não se sente necessitado da misericórdia de Deus, não se sente pecador, é melhor que não vá à Missa! Nós vamos à Missa porque somos pecadores e queremos receber o perdão de Deus, participar da redenção de Jesus, do seu perdão, diz Papa Francisco (Roma, 12 de fevereiro de 2014).

Ao participar da Missa o homem, primeiramente, precisa tomar a consciência da sua condição de pecador, desobediente a Deus (por causa da vida segundo o amor próprio, que é egoísmo) e da terna, amorosa santidade de Deus. Por isso, no começo da Missa, antes de ouvir a proclamação da Palavra de Deus os participantes da Celebração são chamados ao arrependimento e à conversão, o que expressam através do Ato Penitencial, que faz parte necessária da Missa. O homem reconhece seus pecados, que nascem do egoísmo, ou até do egocentrismo...  Converte-se para a humildade (ser criatura – húmus) e para a partilha, para viver o amor fraterno.

Aquele “Confesso”, diz Papa Francisco, que fazemos no início não é “pro forma”, é um verdadeiro ato de penitência!  Eu sou pecador e o confesso, assim começa a Missa! Não devemos nunca esquecer que a Última Ceia de Jesus aconteceu “na noite em que foi traído” ((1 Cor 11, 23) Papa Francisco, em Roma, aos 12 de fevereiro de 2014).
Muitas vezes o Ato Penitencial é cantado (a música deve ser apropriada) o que expressa a alegria do perdão recebido. Pedimos perdão e logo cantamos, pois sabemos que prontamente Deus perdoa a quem O pede. Obviamente trata-se de pecados veniais, cotidianos. Os graves têm de ser confessados sacramentalmente (diante dum sacerdote).

A Missa, antes de tudo, nos converte do individualismo, efeito do pecado original, para a comunhão, para qual o homem foi chamado ao ser criado a imagem e semelhança de Deus. Numa das músicas da Missa cantamos: “Igualdade, fraternidade nesta mesa nos ensinais, as lições que melhor educam na Eucaristia é que nos dais...” E isto é verdade. A Missa tem de nos transformar, converter do individualismo para esta dinâmica do amor, concreto e responsável pelo próximo. Imagino que não teremos dificuldades de saber quem é o nosso próximo. Qualquer coisa pode-se ler a parábola do bom Samaritano (Lc 10, 30-37).

João Paulo II, na Carta Encíclica sobre a Divina Misericórdia diz que: “A Eucaristia aproxima-nos sempre do amor que é mais forte do que a morte. Com efeito, «todas as vezes que comemos deste Pão e bebemos deste Cálice», não só anunciamos a morte do Redentor, mas proclamamos também a sua ressurreição, «enquanto esperamos a sua vinda gloriosa» (114). A própria ação eucarística, celebrada em memória d'Aquele que na sua missão messiânica nos revelou o Pai por meio da Palavra e da Cruz, atesta o inexaurível amor, em força do qual Ele deseja sempre unir-se e como que tornar-se uma só coisa conosco, vindo ao encontro de todos os corações humanos (“Dives  in Misericordia, 13).

Os discípulos de Emaús (Lc 24,13-35) caminhavam tristes, sem esperança, porque seus sonhos e suas expectativas foram frustrados (v.21). Estavam com Jesus, mas, cada um buscava os seus próprios interesses. Nada entediam do amor ensinado por Ele. Viviam segundo o egoísmo. Mas a Palavra que Ele lhe dirigiu, por um tempo prolongado, trouxe efeito. Na medida em que escutavam a Palavra começaram a sentir algo diferente, mas a tristeza ainda continuava. Entretanto, quando sentaram a mesa, quando Ele celebrou o Mistério do Pão seus olhos se abriram... Então, tudo mudou, num piscar de olhos.
Isto é a Eucaristia! Este é o poder que Ela possui, de transformar as vidas em algo inimaginável, como aconteceu naquele episódio. O homem “morno”, desanimado, sem vontade para nada pode voltar para casa, entusiasmado e disposto a viver em comunidade.

Em vez de faltar a Missa, “porque estou sem ânimo” ou trocá-la por qualquer outro valor (aqui seria até o caso de idolatria) deve-se superar o amor próprio e apresentar-se diante de Jesus. A Missa verdadeiramente transforma as vidas e dá força incrível para carregar a cruz de cada dia, como foi por exemplo na vida de Marta Robin, Teresa Neumann ou Alexandrina da Costa, ou a mais recente beta Chiara Luce (mais informações sobre estas pessoas pode procurar na internet).

Quero encerrar esta postagem com as palavras Papa Francisco, da audiência geral, aos 12 de fevereiro de 2014. É necessário sempre ter em mente que a Eucaristia não é algo que fazemos nós; não é uma comemoração nossa daquilo que Jesus disse e fez. Não. É propriamente uma ação de Cristo! É Cristo que age ali, no altar. É um dom de Cristo, que se torna presente e nos acolhe em torno de si, para nutrir-nos da sua Palavra e da sua vida. Isto significa que a missão e a identidade própria da Igreja surgem dali, da Eucaristia, e ali sempre toma forma. Uma celebração pode ser também impecável do ponto de vista exterior, belíssima, mas se não nos conduz ao encontro com Jesus Cristo arrisca não levar alimento algum ao nosso coração e à nossa vida. Através da Eucaristia, em vez disso, Cristo quer entrar na nossa existência e permeá-la pela sua graça, de forma que em toda comunidade cristã haja coerência entre liturgia e vida.

Vivamos a Eucaristia com espírito de fé, de oração, de perdão, de penitência, de alegria comunitária, de preocupação pelos necessitados e pelas necessidades dos irmãos e irmãs, na certeza de que o Senhor cumprirá aquilo que nos prometeu: a vida plena. Assim seja!


sábado, 5 de abril de 2014

Gênero - totalitarismo. Protestar.


Mobilização universal! Votação do PNE!

Adiada a votação do PNE (Plano Nacional de Educação), que estabelece as diretrizes e metas da educação brasileira para os próximos dez anos, será realizada na terça-feira no próximo dia 08 de abril, de 2014.


Prof. Hermes Rodrigues Nery, especialista em Bioética e membro da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB alerta que: “Ao incluir a ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação, o governo do PT (a exemplo do que já expôs no PNDH3), visa utilizar todos os meios e recursos para disseminar a agenda do feminismo radical, assumida pela ONU, para intensificar o processo de desmonte civilizacional, de modo especial os princípios e valores da cultura ocidental, de tradição judaico-cristã. É, portanto, uma agenda anticristã inclusa no PNE, com a ideologia de gênero, que, sendo aprovado, será executada por toda a rede de ensino do País”.

Sobre os perigo da ideologia de gênero para as crianças, jovens e famílias brasileiras falamos amplamente nas postagens posteriores, disponibilizando entrevistas com os peritos no assunto. O prof. Nery, que citamos acima alerta que esta ideologia nega  a natureza humana e fere profundamente a humanidade do homem e da mulher, que deixam de ser complementares, pois, para os ideólogos de gênero, a identidade sexual não é um dado natural, mas uma construção sociocultural, que pode ser manipulada”.

É a hora de mais uma vez nos mobilizarmos cristãos e pessoas de boa vontade) para rejeitar a iminente ameaça da ditadura, muito pior da que o nosso pais já viveu no passado.













A Educação, pela própria natureza, deve respeitar o direito fundamental de liberdade da pessoa humana. É violência explicita obrigar os professores de todas as redes de ensino no Brasil a concordarem com uma ideologia danosa cheia de equívocos e teorias desconectadas! Isto é muito distante da democracia. Um tal “projeto-atentado” que não leva em consideração o desejo e o bem da sociedade a custa de realizar os objetivos particulares duvidosos e egoísticos, deve ser condenado decididamente e rejeitado unanimemente.

Amigo, não deixe de protestar contra o atentado da ideologia do gênero.
São duas maneira fáceis de fazê-lo:


2) ligação gratuita pelo telefone 0800 619 619. Tecla “9” pedindo a rejeição à ideologia de gênero em nosso sistema educacional.




quinta-feira, 3 de abril de 2014

Missa & ignorância

É assustador o tamanho de ignorância na vida dos cidadãos do século XXI. Abrange todas as dimensões de vida: material, espiritual, religiosa, moral e até mesmo a profissional! Aqui não vou apontar as causas e consequências, pois quero me deter especificamente na ignorância referente a Santa Missa. Oh, como ela empobrece os frutos que poder-se-ia levar para a vida!

O que é ignorância? Não é uma atitude de quem é grosseiro. Aqui a compreendemos conforme os dicionários de língua portuguesa, como falta de conhecimento, sabedoria e instrução sobre determinado assunto. Uma pessoa ignorante vive ou atua de acordo com a ignorância, muitas vezes baseando-se em preconceitos, superstições, e ideias sem fundamento. Desta forma, ela constrói um mundo irreal, com noções errôneas a respeito dela mesma e do mundo em que vive. Pessoa ignorante é facilmente manipulável. Sem dificuldades, qualquer um, pode ser induzi-la no erro, pois não possui o conhecimento. Assim não é incapaz de ver e aceitar as verdades objetivas. Neste caso não sabe e/ou não que saber a verdade sobre a Missa. Não participa d’Ela e quando vai à Celebração é simplesmente para a “assistir”, satisfizer a obrigação ou pedir algum favor a Deus.

A ignorância pode ser antecedente ou conseguinte. A antecedente é aquela que não é voluntária e se chama “moralmente invencível”, usando a linguagem da teologia moral.  Por exemplo: um caçador, numa mata espessa, atira contra capivara, e acerta um homem, cuja a presença ali não podia imaginar. Quanto a Missa, a ignorância antecedente é de quem nasceu e foi criado numa família ateia ou distante da civilização. Neste tipo de situações não há culpa.

A ignorância conseguinte é aquela que é voluntária, ao menos indiretamente (pela negligência em adquirir suficientes conhecimentos). Ela se chama de ignorância vencível, porque foi possível livrar-se dela. Esta é causa de culpa, voluntária indiretamente. Por exemplo: um estudante de medicina, depois de faltar muito de aulas e estudar pouco, recebe diploma de médico (por influência ou um acaso). Por ter pouco conhecimento da medicina, um dia acontece que causa um grave dano ou acelera a morte de um paciente, em vez de curá-lo. No campo da Liturgia é quando alguém tendo possibilidade de adquirir conhecimento (na catequese, cursos diversos, livros, até mesmo na internet) não o fez pela negligência ou pela preferência dada a outras ocupações.

As conseqüências da ignorância, quanto a Missa, são amplas e graves, podendo chegar, nas situações extremas, até a rejeição da salvação que Deus oferece, sobretudo através dos sacramentos. As mais comuns atitudes da pessoa ignorante na igreja: deixa de participar da Celebração, ausenta-se sempre quando surge algo mais atrativo, atrasa sem causa justa, não participa ativamente, distrai-se voluntariamente, mastiga chiclete, fica abraçado com namorado(a), perturba os que ficam próximos, quando conversa ou brinca com o celular. Além disto, todas estas e semelhantes atitudes desrespeitam o templo de Deus. Deste modo a salvação que Deus opera no Sacrifício Pascal de Jesus Cristo (Missa) não atinge efetivamente a quem não participa d’Ele e reduz os efeitos, no caso de participação negligente.

A Missa é a celebração do Sacrifício de Jesus Cristo, da máxima expressão do Amor de Deus, realizado no Calvário pela salvação de todos. É a celebração da Aliança de Deus com o Seu Povo, cujo destino é gozar sempre da vida plena na Sua presença. Por isso, a Liturgia é a ação de Deus em favor do Povo e ação do Povo em louvor a Deus. A Assembleia Litúrgica é o espaço em que o Povo de Deus faz a sua experiência de fé comunitária e renova seus compromissos com a Aliança de Amor.

Por estas razões, o Povo de Deus tem o direito de esperar e de exigir um devido ambiente, conforme as normas litúrgicas, para a celebração de tão grande Mistério. Todos os que participam e exercem qualquer função litúrgica o façam com conhecimento, competência e piedade para que a Eucaristia seja verdadeiramente uma celebração da Comunhão de Deus com a humanidade, como Nova e Eterna Aliança.

Existe algum remédio para a ignorância? Sim. O único “remédio” é a evangelização que leva à conversão e a catequese. A pessoa que aceita Jesus, o Evangelho do Pai, entra na dinâmica de fé. Torna-se crente que busca e aprofunda conhecimento do seu Senhor e da Sua vontade. Assim, já não é mais ignorante, pois é orientado pela luz da fé. Sabe que não depende de uma ”sorte” ou dos astros, mas guiado por Jesus e pode confiar plenamente n’Ele.
Os mistérios de vida, os de Deus são inescrutáveis, por isso, é necessário viver em atitude de abertura para eles através de meios acessíveis, como: ler, ouvir, meditar, orar (relação pessoal e íntima EU-DEUS).

Vamos aceitar a Luz para que se dissipem as nossas trevas, sobretudo as da ignorância. “Eu sou a luz do mundo...” (Jo 8,12)