quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Martírio no Peru (Sendero Luminoso, Beatificação dos Mártires)

Aos 9 de Agosto de 1991, no Peru, foram assassinados dois sacerdotes, franciscanos Conventuais, da província religiosa de Cracóvia, na Polônia, pelos guerrilheiros do movimento maoísta, Sendero Luminoso.

Frei Miguel Tomaszek nasceu em 23 de setembro de 1960, em Lekawica (Polónia). Depois da escola primária em sua cidade natal, cursou o ensino médio no Seminário Menor dos Franciscanos Conventuais, em Legnica. E em Cracóvia estudou a Filosofia e Teologia. Foi ordenado sacerdote aos 23 de maio de 1987.

Frei Zbigniew Strzalkowski nasceu em 03 de julho de 1958, em Tarnow. Entrou na ordem franciscana em 1979. Foi ordenado sacerdote aos 07 de junho de 1986. 
Aos 30 de agosto de 1989, ambos mártires, juntamente com o frei Jaroslaw Wysoczanski (que escapou da chacina, pois estava viajando) vieram ao Peru, a cidade de Pariacoto (norte do Peru), onde fundaram um convento franciscano.

Os frades viviam e exerciam trabalhos pastorais na região de Pariacoto, nos Andes de Ancash, onde viviam há onze anos.  Os guerrilheiros do Sendero Luminoso semeavam terror e assassinavam milhares de civis e autoridades, em povoados e cidades, com a finalidade de instaurar um regime comunista. O trabalho evangelizador dos frades, junto aos pobres de Pariacoto, era considerado uma ameaça pelos terroristas, pois os religiosos organizavam ajuda social, incluíndo a educação e a saúde, ensinavam o povo a trabalhar, bem como pediam a perdoar aos inimigos e construir a unidade, apesar das injustiças. Impediam que o ódio tomasse conta dos fiéis. E sem esse ódio, o Sendero Luminoso não teria apoio necessário, e não poderia contar com mais membros para a sua luta armada.
 
Os frades foram ameaçados várias vezes, com finalidade de abandonarem o trabalho pastoral, e, melhor se mudassem de lá, para outro lugar. Mas, por amor a Deus e ao povo, os irmãos não se deixaram intimidar. Foram acusados pelos guerrilheiros de “enganar as pessoas”, de “infectar as pessoas mediante a distribuição de alimentos da imperialista Caritas" e de adormecer “o ímpeto revolucionário com a pregação da paz”. 1

Aos 09 de agosto de 1991, a noite, um grupo de senderistas encapuzados, veio a Pariacoto, ao convento dos fardes, para “eliminar o problema”. Amarraram-lhes as mãos e os levaram na caminhonete da missão franciscana, junto com o prefeito da cidade. Em seguida, assassinaram a todos, na cercania do povoado Pueblo Viejo. Junto aos os corpos, deixaram um pedaço de papelão, com as palavras escritas pelos assassinos: "bem morrer, que falam de paz e lambendo o imperialismo." 2

Dias depois do assassinato, uma irmã religiosa, que colaborava na missão disse: “Permaneceram lá até o final. Isso não se improvisa, é um dom. Vi Zbigniew uns dias antes de seu martírio, perguntei-lhe se estavam ameaçados, sorriu e disse: ‘Não podemos abandonar o povo. Nunca se sabe, mas se nos matarem, que nos enterrem aqui’. 1

Depois de quatro anos do martírio, em 05 de junho de 1995, o bispo de Chimbote, Dom Luis Armando Bambarén Gastelumendi, SJ, autorizou a abertura do processo de beatificação de mártires da fé. Concluído o processo, os mártires serão beatificados no próximo 05 de dezembro, no Estádio Centenário de Chimbote.

Mais informações: www.beatificacionchimbote.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário