segunda-feira, 24 de abril de 2017

DOIS EVANGELHOS. ORIGEM DA MENTIRA.

Evangelho da vida e "evangelho da morte"

A palavra “evangelho” significa “boa nova”, boa notícia. O primeiro Evangelho anunciado ao Universo, foi a Obra da Criação, realizada por Deus. A perfeição e a beleza da criação proclamam, que Deus é Belo e é a Plenitude do Bem. Ao criar os seres visíveis e invisíveis, Deus pensou em todos os detalhes. Preocupou-se para entregar aos homens (Gen 1,28), também por Ele criados, um mundo “muito bom” (Gen 1,31) no qual eles poderão desenvolver as suas potencialidades humanas e serem felizes. De fato, Adão e Eva viviam em perfeita harmonia e paz com todas as criaturas do mundo, com Deus e entre si (Gen 2,19-20). Uma paz cativante nos é comunicada através do relato bíblico. Um mundo, paraíso perfeito, foi um presente para, o mais amado de todas criaturas, o ser humano.
Lamentavelmente, um outro “evangelho” começou a ser propagado. Um “evangelho mentiroso”, um “evangelho” falso, divulgado pelo Pai da Mentira. Fingindo-se de amigo, e de falsa benevolência, astutamente apresenta aos homens (assim como o faz uma serpente), uma notícia falsa que os levará a desconfiar em Deus (Gen 3,1-5). Em decorrência da desconfiança, os homens optam pelo caminho sugerido por Autor do “evangelho mentiroso”, acabam de desobedecer a Deus. Em consequência, entram no mundo da morte (pecado), perante qual Deus os alertou claramente (Gen 2,16-17). Os seus olhos se abriram, realmente, e constataram que a escolha foi péssima (Gen 2,7ss).

Na madrugada do dia da Ressurreição de Jesus Cristo os anjos anunciaram o Evangelho do poder da Vida. Ao decorrer dos séculos, adormecida e anestesiada pelo Pai da Mentira a verdade do Evangelho originário (o da Criação), no sepulcro do Ressuscitado Homem Novo, voltou a ser proclamada de novo e começou a ser divulgada (Mt 28,1-10). De igual modo, como no começo da Criação, a notícia da Vida vem propagando-se através da força do bem e do amor. Gente simples e sem recursos, valorizados pelo mundo, está sendo encarregada desta Obra. O meio para o encontro com este Evangelho tem sido a humildade e a bondade do coração. As bem-aventuranças (Mt 5,3-10), proclamadas por Filho do Homem, continuam sendo uma síntese deste Projeto deste Caminho.

Naquele mesmo dia, o Pai da Mentira, servindo-se de escravos do poder, do prazer e da fama, reinicia a “proclamação” do “evangelho da mentira” (Mt 28,11-15). Para isto, além da falsidade, utiliza o poder das autoridades, do dinheiro, da ilusão, da carreira, da ganância, etc. Como afirma citado acima o texto evangélico “assim o boato espalhou-se... até hoje” (v.15).

Desde aquele momento as ambas notícias estão sendo anunciadas. A notícia do Autor do Bem e a notícia do Autor da Mentira. A primeira está sendo anunciada respeitosamente, oferecendo-se como proposta dum caminho da harmonia e da paz, em comunhão com o Criador e todas as Suas criaturas. O meio principal de anúncio é o amor universal e incondicional, concedido por Deus, àqueles que optam pela comunhão com Ele. Este Evangelho requer a desistência do projeto de vida próprio, em favor do projeto proposto pelo Criador.

O segundo “evangelho”, o da mentira, vem sendo propagado através da sedução, que não é proposta respeitosa, como acima, mas que visa exclusivamente a recrutamento de adeptos para o seu projeto, ou melhor, o anteprojeto. Para promovê-la emprega-se todos os recursos disponíveis hoje, incluindo instituições governamentais, ONG`s, conquistas científicas, instituições de ensino e saúde, tecnologia, música, arte e eventos culturais, etc. Sem remorsos e sem piedade este “evangelho” se impõe, como “científico” e “realista”, alegando que a sua preocupação é a felicidade do ser humano (“aproveite tudo para o prazer”), com a sua liberdade (“Faça o que dá vontade”) e com o seu bem-estar (“para que sonhar outra vida, que ninguém sabe se existe”). Este “evangelho” é atrativo para o mundo de hoje, porque é fácil. Não há nenhum limite, nenhuma exigência. Nenhuma imposição pode ser feita. Eis a “liberdade” que te fará feliz... “Faça o que quiser..., faça o que você gosta..., faça o que você tem vontade de fazer...

Todas as pessoas do nosso mundo, crentes e não crentes, vivem no meio desta tensão entre ambos anúncios: o da felicidade em, e com Deus e, o da felicidade conquistada através da inteligência e astúcia humanas, ou seja, sem a dependência de Deus.

Você e eu, também, somos atraídos por um e por outro projeto. Não somos predeterminados para nenhum deles. Somos livres e precisamos fazer a escolha. Ninguém por nós, vai tomar esta decisão, nem vai assumir as suas consequências.

A consequência da escolha do Projeto da Vida, é o desligamento, a renúncia de tudo que hoje é chamado de cultura da morte, tendo a origem no egoísmo, na incondicional satisfação da vontade própria.

A opção pela outra proposta, pelo “evangelho fácil” (Mt 7,13) comporta a renúncia de Deus e da Sua Promessa da vida externa, plena e feliz.

“Vejam! Hoje eu estou colocando diante de vocês a bênção e a maldição. A bênção, se vocês obedecerem aos mandamentos de Javé seu Deus, que eu hoje lhes ordeno. A maldição, se não obedecerem aos mandamentos de Javé seu Deus, desviando-se do caminho que eu hoje lhes ordeno... (Dt 11,26-28).


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