terça-feira, 10 de julho de 2018

Entender a Deus. Deus Amor. Pedagogia divina. Comunhão de vida. Sofrimento um meio?


Entender a Deus...
Muitas pessoas, no mundo de hoje, veem o cristianismo como, apenas, uma religião de proibições e... muitas exigências morais.
Deus anunciado a partir dos Mandamentos, realmente pode parecer um Deus “cacique”, que não se importa com a realidade do homem, mas apenas, com a observância dos preceitos que mandou cumprir.
Na verdade, é o contrário. Deus se importa, sim, com o ser humano, e muito mais, que este possa imaginar. Deus ama todas as criaturas a quem deu a vida, e acima de tudo, ama o homem que criou a Sua imagem e semelhança (Gen 1,26).
Deus é a vida e a felicidade. Esse é o verdadeiro Evangelho que vem sendo anunciado, pelo próprio Deus, desde a Obra da Criação, na qual Ele se revela como Amor, Sabedoria, Harmonia e Bem perfeitos.
A história do Universo e, em particular, a História da Salvação, brevemente apresentada nas páginas da Sagrada Escritura, é um hino de louvor a Deus-Amor, Deus-Vida. Esta História culminou no Mistério da Encarnação de Deus coroado pela Obra da Salvação (Vida, Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de Deus).
Deus só pode amar e, como Amor, é fonte de vida e felicidade. Continua procurando o homem, desde as origens: “onde estás? ” (Gen 3,8-9). Assim, Deus questiona, uma vida desorientada. Leva a refletir se vale a pena viver escondendo-se e sofrendo inutilmente. Continua querendo “seduzir” o homem a voltar para “dentro da casa”, para a comunhão (Os 2,16. 21-22; Jer 20,7-13).
O homem foi criado e é chamado a viver com Deus na intimidade e eternamente, o que os profetas costumavam comparar com a vida matrimonial (fidelidade e indissolubilidade). Mesmo querendo ser feliz, raramente o homem quer ouvir esta voz, deixando-se absorver pelos prazeres desta vida e pelas preocupações exageradas (Mt 6,34).
Portanto, para “seduzir” o homem, Deus não hesita de recorrer aos meios dolorosos, como perturbações diversas (Mc 5,2-5), doenças (Mt 9,20-22) ou, até, a morte de alguém próximo (Lc 8,49-55). Muitas vezes, estas são as graças mais preciosas, porque fazem o homem despertar para o verdadeiro sentido da vida. Não são castigos “pelos pecados”, mas sim, chamadas que querem despertar o homem do “sono da morte”, para que se descubra como “cidadão do infinito”.
Feliz quem sabe ler e entender estes sinais e estas intervenções divinas. Em vez de se revoltar ou mentar do “abandono” por parte de Deus, pode encontrar o caminho para a vida e felicidade verdadeiras.
Deus nos quer para Si, porque sabe que sem Ele, sem o Seu Amor, o homem será enganado pelos servos do Grande Vazio e, assim, em vez de ser livre, será escravo das próprias paixões, que o levarão a destruição completa da vida.
Nem sempre é fácil entender esta pedagogia de Deus. Por isso, é preciso buscar a intimidade com Ele - na oração. Buscar o conhecimento - através do aprofundamento das verdades de fé. Buscar a confiança n´Ele – na experiência do abandono nas “Suas mãos” e da obediência dócil. Também, é importante consultar alguém que tem a maturidade e inquestionável experiência da vida interior.


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