12 de outubro é
Dia dos filhos de Deus.
Quando foi escolhido o dia 12 de outubro para homenagear
crianças no Brasil? Quem o fez? Quais foram motivos para esta escolha?
É louvável que se faça esta homenagem e que se chame atenção
para vida humana em sua primeira etapa, a infância. As crianças alegravam
Jesus, o Filho de Deus (Mt 19,4) e sempre alegram qualquer pessoa que tenha ao
menos um pouco de sensibilidade humana. Ao olhar nos olhos duma criança pode-se
ver algo encantador, indescritível e místico. Pode-se contemplar um mistério,
belo e atraente.
No ano de 1925, em Genebra, os países da Europa
tiveram a ideia de homenagear as crianças. O Brasil também
assimilou esta prática, mas... foi escolhido um dia já ocupado!
Parece que sem pensar, mas apoderamo-nos do dia no qual os
filhos de Deus homenageiam, expressam a fé e o amor, para com a sua Mãe, Maria
de Nazaré, a Mãe de Jesus Cristo. Esse dia é o Dia da Criança, mas... crianças
evangélicas (Mt 18,3). É o dia dos filhos de Deus e da Mãe de Deus.
Portanto, o dia 12 de outubro deve ser devolvido a eles, para satisfazer a justiça,
que em tranquilidade querem vivenciar e alimentar a união familiar com a sua
Mãe.
Neste contexto a pergunta “por que?”, surge espontaneamente.
Por que, então, para fazer uma coisa boa (instituir o Dia da Criança) “invadiu-se”,
desfigurou-se um outro bem, quando poderiam existir ambos, separadamente; cada
um no seu lugar, proporcionando assim, um benefício maior e promovendo uma
visão integral da vida humana. O mistério da vida integral aparece sempre
quando se “toca” a vida na sua dimensão temporal e transcendental, ao mesmo
tempo.
A questão “por que?” fazer homenagem nacional das crianças
(crentes, descrentes e indiferentes) no dia exclusivo da Padroeira do Brasil,
pressupõe as respostas do gênero de “teorias de conspiração”, como: alguma “sabotagem”
pastoral? uma obra das elites judaico-maçônicas? um jeitinho da antiga serpente
que engana até as autoridades eclesiásticas?
Por mais tolerância e compreensão que se possa ter para sustentar
as razões e tolerar a prática de realizar o Dia da Criança no próprio dia de
Nossa Senhora, não se consegue escapar da impressão dum atentado contra a
devoção de Maria. Ao menos, não dá para negar que está impressão está
privada de fundamentação...
E o que você acha? É certo misturar estas duas festividades?
Não haveria mais proveito, para todos, se forem celebradas separadamente, cada
uma no seu lugar e do seu próprio jeito?
Toda crítica construtiva propõe alguma alternativa. Nós
também sugerimos:
1/ Primeiramente, pode-se escolher uma outra data fixa, para
o Dia da Criança (já que o dia de Nossa Senhora Aparecida é mais antigo), como
foi feito em vários países. Em Genebra, com tal foi proclamado dia 1 de
junho. Por que não o assumir?
2/ A ONU reconhece o dia 20 de novembro como o Dia Mundial
da Criança, por ser a data em que foi aprovada a Declaração Universal dos
Direitos da Criança em 1959 e a Convenção dos Direitos da Criança em 1989.
Enfim, pode-se escolher qualquer outro dia para homenagear as nossas crianças.
3/ Concretamente, o que nós podemos fazer hoje, enquanto
persiste o conflito entre o Dia da Criançase o Dia de Nossa Senhora
Aparecida? È óbvio que sempre será valido rezar, esperar, questionar esta
prática. Mas, podemos também, nesta expectativa de mudança, “transferir” o Dia da Criança do dia 12 de outubro para um domingo antes ou depois desta data.
Não seria uma boa alternativa?
Enfim, podemos e devemos enfrentar os meios de comunicação,
que muitas vezes se colocam a serviço de interesses particulares, fazendo
lavagem cerebral do povo. Tomando consciência aproveitemos este conflito para uma
simples, mas responsável catequese, sobre a ordem das prioridades em nossa vida.
Acho que isto é possível. Basta crer, mas também, agir
conforme as competências e possibilidades.
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