sexta-feira, 30 de julho de 2021

Inferno. Satanás. Demônios. Espíritos Malignos. Almas perdidas.

Continuação da postagem anterior... A última Parte.

O INFERNO     

Como o Céu, também, o Purgatório e o Inferno se dividem em diferentes e inúmeros círculos. Quanto mais inferior o círculo, mais terrível e pesado o tormento nele... A alma condenada, conhece toda a Grandeza, Poder e Beleza de Deus e, ao mesmo tempo, tem a consciência de que nunca O poderá contemplar. Sabe que seu sofrimento é eterno e, que nada aliviará, nem diminuirá esse tormento... Queima-a um fogo eterno de desejo e de ânsia pela felicidade, que nunca será dela. Este fogo devora e consome a alma condenada, mas, nunca irá consumi-la e destruí-la. Um terrível e inexorável “nunca” a espreita por todos os lados. A alma condenada possui plena consciência de perda sofrida, pela própria escolha, e plena compreensão da justa punição que recebeu. Não pode amar a Deus, embora conheça o Seu Poder e a Sua Perfeição. Não pode sentir contrição, nem arrependimento. Tais sentimentos trar-lhe-iam o alivio, criariam uma impressão que, de algum modo, está pagando a dívida a Deus, contraída para com Seu Amor. Unicamente os sentimentos negativos estão lhe disponíveis. Desespero, dor, desamparo, abandono, e acima de tudo, ódio constante, cansativo e sem limites, a si mesma e a tudo! Quem quer que tenha rejeitado conscientemente a Deus durante sua vida, então, após a morte, será rejeitado por Ele! Sua alma irá para as “trevas”, onde haverá “choro e ranger de dentes”. Dalí não há retorno, nem salvação. Um tormento, que nenhuma palavra pode expressar. Acordado, consciente, sem esperança, odioso e eterno tormento, eis o estado, do qual nenhuma alma condenada jamais se libertará.

ASSIM É O INFERNO. Cada pessoa, está constantemente sob a influência do mundo sobrenatural, embora não o sinta, ou seja: dos Santos, dos Espíritos Alumiados, Muito Brilhantes, ou então, dos espíritos miseráveis, muito miseráveis, espíritos malignos e, finalmente, dos demônios,- dependendo para os quais a sua vontade se inclina. O Demônio, ou Satanás, é um antigo Anjo e, como tal, possui as mais altas habilidades, porém, em direção inversa da de Deus. O amor, contrasta com o ódio, o bem com o mal, a humildade com o orgulho, a confiança com o desespero, a esperança com a incerteza definitiva. O Demônio, dispõe da plena compreensão do espírito perfeito, mas, não pode e não quer utilizar o conhecimento do Bem. O seu poder está apenas no mal. Está totalmente ciente da grandeza e do Poder de Deus, e lembra da felicidade celestial. Experimentou a justiça de Deus, e a odeia. Não ama o mal, também, porque não pode amar nada. É orgulhoso e tem de submeter-se à vontade do Altíssimo, que o limita e, só permite a sua ação, até um certo ponto. A consciência da perfeição de Deus, que conheceu, lhe causa um sofrimento indizível, e ao mesmo tempo, imagina, que irá arruiná-la, fazendo o mal, o que também odeia. Não há espaço n´ele para nenhum outro sentimento. Odeia o seu próprio ódio, assim, como odeia a si mesmo. Não se pode conceber ideia alguma, da terrível força desse ódio, nem do tamanho de seu sofrimento. Sabe, também, que sofrerá por toda a eternidade, e que não pode haver remissão para ele. Tem a plena consciência do mal e da sua culpa, perante o Poder Supremo, e ainda assim, por vingança e ódio, gostaria de levar toda a humanidade ao sofrimento e desgraça sem fundo, que ele mesmo padece desde séculos e para todo sempre. Todo furor da sua ação poderosa investe nesta direção. Oxalá, as pessoas soubessem, que desprezo sem limites, ele sente pelo ser humano, que deixou-se seduzir por ele! Como o odeia por sua fraqueza, malevolência, sujeição e estupidez! Com que crueldade atormenta tal alma, assim que atingir o seu objetivo. O demônio, diante da face de Deus, pelo temor é justo, mas, diante do homem, não o compromete justiça nenhuma. 

Entre os demônios existem espíritos mais poderosos e mais fracos. Há uma hierarquia muito vasta no Mundo das Trevas. Cada Demônio tem um caráter diferente, tem a sua especialidade. Geralmente, cada um representa uma determinada paixão, como que um ministro, da pasta diferente do Mal, e tem a seu serviço, todo o departamento de subordinados, treinados e devotados. Muito raramente, e apenas em casos excepcionais, o próprio Satanás, se assim se possa dizer, trabalha pessoalmente, para destruir uma alma. Normalmente, quando escolhe uma alma, primeiro, envia espíritos fracos, para lhe prepararem o terreno. Depois deles, manda mais fortes e, cada vez piores. Somente no momento, em que o homem estiver mais fraco e mais instável, ele mesmo aproxima-se da sua alma. É o momento em que a pessoa começa a pensar, por exemplo, num crime. Apenas por um breve momento, um flash, e novamente, Satanás dá um passo para trás. O homem fica surpreso, apavorado e, por um tempo, desorientado. Em tal momento, por impulso de medo, está pronto a recuar, e até, de pensar em Deus... Mas, isso não pode ser permitido. Os espíritos fracos, desta vez, têm o dever, de diminuir rapidamente a impressão causada pelo pensamento dado por Satanás. Se o homem lhes der o ouvido, depois de algum tempo, vai começar a minimizar a impressão causada pelo pensamento do crime, às vezes até, rir dele, e aos poucos, desarmado e privado de vigilância, começar a ficar acostumado com tal pensamento. Portanto, quando Satanás se aproximar dele mais uma vez, já com um plano de crime pronto, encontrará o homem tão familiarizado com eventual possibilidade, que não haverá mais perigo de uma fuga espontânea. Tendo feito o seu trabalho, Satanás se retira novamente, deixando a alma sob os cuidados constantes de um bando inteiro de espíritos malignos. Estes, como os cupins, laboriosa e ligeiramente cavam debaixo da fundação, perfuram interiormente toda a estrutura da moralidade do homem, até que caia em ruínas. Somente quando houver o risco, de o homem cair em si e acudir-se, de começar a hesitar e se preocupar, se a consciência envenenada começar a vir à tona, Satanás aparece pela terceira vez. Caso necessário, ele seleciona, para o reforço, demônios de outras especialidades, convoca grupos inteiros de espíritos malignos e lança um ataque geral.

Se, em efeito da oração de alguém, ou em consequência de outra Graça, Satanás sofrer a derrota, ele sofre igualmente, como os Espíritos Alumiados sofrem, ao verem a queda do homem, que se beneficiava de sua proteção. Todos os espíritos malignos, comprometidos em tal conspiração, sofrem com o Satanás. Fracassado Satanás, perde a sua força, assim, como um Santo ganha mais glória no Céu, quando ajudar alguém a levantar-se do pecado. Se, num ataque geral, Satanás dominar um homem, para fortalecê-lo no pecado, por algum tempo, cria para ele condições de vida favoráveis, para o desenvolvimento do mal. Somente quando o homem cruzar certa linha, além da qual, na maioria das vezes, é incapaz de se retirar, o Satanás se afasta e o entrega a ruina de desespero e de solidão. Ai então, os bons espíritos há muito o abandonaram, e os maus, vendo que não vai mais escapar, sem piedade atormentam abandonada, à sua sorte, a vítima indefesa; igualmente, como na eternidade, será atormentada pela consciência de queda voluntária, sabendo claramente que, unicamente da sua vontade dependia a escolha do outro caminho, à verdadeira e eterna felicidade.

Todo pecado mortal, e a primeira faísca de pensamento pecaminoso, vêm diretamente do Satanás. Os espíritos maus e fracos apenas os alimentam no homem. Por meio de suas ações, Satanás, ao menos que um homem o rejeite a tempo, enfraquece, cada vez mais, seus anseios espirituais, a favor das coisas materiais. Ordena aos espíritos malignos, a desencadearem nele a avidez de esbanjo, confirmarem nele o desejo de conforto refinado para o corpo, alimentarem sua ambição, empurrarem sem cessar, às ilimitadas, aparentemente, possibilidades de aperfeiçoamento de todo tipo de tecnologia, para não lhe deixar tempo, de pensar na alma. O demônio, como um motor e concentração de todo o mal, não deixará o homem descansar, assim como, ele mesmo nunca mais encontrará a paz. Novamente, Satanás aparece ao homem, que considera seu, “em pessoa”. Acontece, as vezes, que o maior pecador, no último momento de sua vida cai em si. Aterrorizado pela própria culpa, está pronto para revogar tudo, voltar atrás, pronto a se arrepender e pedir perdão. Então, o Satanás, não querendo admitir sua vítima a um ato de contrição perfeita, que poderia aniquilar todo o seu trabalho, faz a última tentativa. Neste momento decisivo, tenta mergulhar o homem no desespero e nas dúvidas na Graça de Deus. Quer amarrar ao seu pescoço, como a um afogado, a mais pesada pedra do pecado contra o Espírito Santo, para destruí-lo definitivamente. E mesmo, se não consegui-lo, se o homem gerar o arrependimento perfeito, ou fizer a Confissão, infelizmente, Satanás, já alcançou amplamente o seu objetivo, atrasando a vinda do Reino de Deus na Terra! A vida inteira de tal homem foi estragada, muitas boas oportunidades perdidas e, o mau exemplo, fez com que a sua alma passará pesados tormentos de purificação, as vezes, por séculos e séculos.

ESPÍRITOS MALIGNOS. Os Espíritos malignos, são as almas de pessoas condenadas, outrora altamente dotadas por Deus. Talvez, por essa razão, sejam tão fortes em sua ação, quando notarem no homem, até, a mais leve inclinação voluntária para o mal. Assim, quando alguém reflete muito, qual caminho deve seguir, prontamente lhe oferecem conselhos convenientes, aproveitando-se da sua indecisão. Os espíritos malignos, sendo espíritos superiores, na sua raiz maligna, agem conscientemente, habilmente, propositalmente, porém, igualmente a Satanás, raramente se ocupam com homem fraco e instável. Deixam-no aos espíritos fracos, ou muito fracos, que facilmente podem vencê-lo, entregando-o, aos espíritos cada vez mais inferiores, para, de qualquer maneira, virar servo do demônio.

Um espírito maligno age, mais frequentemente, ao redor das pessoas fortes, talentosas, com grande potencial, pessoas, que uma vez entregando-se ao seu poder, podem fazer muito mal no mundo, e assim, trabalhar com ele, para o reino das trevas. Com quanta habilidade, com quanto conhecimento de psicologia, de inclinações e de fardos hereditários, o Espírito Maligno procura conquistar tais pessoas! Como lhes ajudam, como cuidam dale, como sabem remover todos os obstáculos do seu caminho! Muitas vezes, assim, pode-se explicar o fato, de que pessoas más, geralmente, se dão muito bem nesta vida. As lendas, estorinhas, contos e fábulas, frequentemente, contêm muito mais verdade e sabedoria, que alguém possa imaginar. Tais personagens das lendas, que em troca de entregarem suas almas ao diabo, inesperadamente enriqueceram, são todos os especuladores sujos, exploradores, os que adquiriram a fortuna de maneira imoral e desonesta. Eles se enganam, ao pensar que foi a sua inteligência, sua “mão de sorte” ou prosperidade favorável, que lhes deram o sucesso. Alguns, por sua própria culpa e negligência voluntária, não percebem claramente a quem servem, acreditando que estão fazendo exatamente o que querem, seguem aonde Espírito Maligno os leva. Outros, conscientemente e livremente escolhendo o mal, fazem de tudo, que o espírito maligno lhes inspira, na convicção, de que sempre, e em tudo, vais continuar a ser benevolente para com eles.

Todavia, os homens, podem contar com a proteção do Espírito Maligno, somente, até ser atingido, o que o Inferno exigiu deles, e para aquilo que podiam ser usados. Empurrados abaixo de certo nível, de onde geralmente não conseguem mais se reerguer, tornam-se os mais miseráveis servos das Forças das Trevas, por toda a eternidade! Por conseguinte, o homem mau, que afirma não estar amarrado a nenhuma crença, nem estar ligado a vínculo algum, mas, que é livre e "original" - há muito tempo se tornou um escravo do senhor mais cruel! O Espírito Maligno, em cujo poder se encontra, elimina n´ele, todos os pensamentos acerca da vida futura, fortalece uma falsa convicção, de que tudo termina com a morte, para que a vítima, apavorada com o que a espera, não lhe escape no último momento. Se tal homem, a tempo se lembrasse, que foi criado pelo Poder Supremo, para um propósito importante, e que a vida no mundo, é apenas um átrio dum mundo melhor, uma provação, um complicado, as vezes, quebra-cabeça, que somente a boa vontade pode resolver, e que, não se pode violar, ousadamente e irrefletidamente, as Leis deste Poder Supremo, para depois, não sofrer da Sua justiça, - quão desesperadamente tentaria escapar e se defender! Infelizmente, o véu que permitiu estender diante dos seus olhos, é tão denso, que somente um grande e consciente esforço da sua parte, poderia removê-lo.

ESPÍRITOS FRACOS. Espíritos Fracos, ou Muito Fracos, são almas condenadas, as mais inferiores, de pessoas pouco dotadas, que, pela preguiça, permanecendo durante a vida, na mediocridade morosa, pela própria culpa e própria vontade, negligenciando os dons que receberam, não apenas não atingiram o seu devido nível de perfeição, mas, praticando o mal passivo, não fizeram, nem mesmo o menor esforço nesta direção, durante toda a vida. A consciência e a ação de tais espíritos, são muito limitadas, e portanto, pode-se dizer, inconsequentes. Há algo de acidental em suas ações, por isso, o homem que se deixa dominar por eles, está cheio de incertezas interiores e desorientação. Às vezes, grupos inteiros de tais fracos guardiões, se juntam em torno de uma pessoa e, como suas ações são diversas, causam no homem a divergência de desejos, conceitos e aspirações. Quando a voz de consciência do homem, claramente se manifestar, exatamente são eles, que lhe sugerem soluções aparentemente prudentes, sóbrias e efetivas, na linha de menor resistência, nas questões duvidosas ou delicadas.

Por isso, os Espíritos Fracos, como que, automaticamente arrastam, cada vez mais para baixo, aqueles que não têm firme vontade para fazer o bem, não desejam a perfeição, e os que recuam constantemente. No mundo espiritual, o movimento é igualmente obrigatório, como no mundo material. Aqueles que não sobem, têm de cair. Os Espíritos Fracos, no mundo invisível, são uma espécie de algas. Embora pareçam frágeis, podem amarrar e subjugar alguém, sem saída, contribuindo para a sua ruína. Não o fazem com plena consciência, como Satanás ou os Espíritos Malignos, mas, por causa da sua natureza fraca, assim, como o homem de caráter fraco e débil, que não sabe influenciar positivamente o seu ambiente, empurra as seduções para o estado de passividade, prejudicando-se a si mesmo. Os espíritos maus e os fracos, também, frequentemente, comunicam-se com os homens, durante sessões espíritas, embora, às vezes, possam chegar almas que padecem. Todos tais espíritos sofrem e buscam incessantemente um descanso. No momento de entrarem em contato com um ser humano e, enquanto o contato durar, não sentem o seu sofrimento. Para prolongar, o máximo possível, esse tempo, eles respondem ansiosamente a todas as perguntas feitas durante as sessões. Os Espíritos Malignos, com plena consciência, enganam as pessoas, enquanto os fracos, cuja consciência é estritamente limitada, falam quaisquer coisas e, tentam sustentar a atenção das pessoas, com qualquer coisa que seja; só para manter contato, por mais tempo possível, o que lhes traz alívio e sossego. Em casos muito raros, os Espíritos Alumiados, vêm às sessões espíritas, mas nunca poder-se-a ter a certeza da sua presença, porque os Espíritos Malignos sabem se fingir de Espíritos Alumiados. Portanto, se alguém tentar conhecer os segredos do além-mundo, através de sessões espíritas, pode ser facilmente enganado.

Existe outro caminho de entrar em contato com além-vida: uma ardente, verdadeira e firme vontade, unida à oração perseverante, - sempre são favoráveis. A resposta poderá vir, seja pela percepção interior, seja por um sinal externo, desde que o desejo seja puro, forte e inteiro. Enganam-se os que dizem, que o sofrimento da alma, não será o seu próprio sofrimento. Para um conforto, querem se convencer de que, após a morte, perderão a consciência da própria identidade, seja como alma padecente, seja feliz. Afirmam que, assim como, não os importa um prémio eterno, destinado não para eles, mas, para alguma consciência lhes estranha, assim também, por receio do sofrimento alheio, não têm vontade, de negar a si nada nesta vida. O homem nunca perderá a sua própria personalidade. Por toda a eternidade saberá quem era, quem é, qual recompensa ou castigo recebeu. A borboleta pode não lembrar que era uma lagarta, um besouro, não saber que era uma larva, mas, uma alma imortal lembrará e saberá nitidamente, que é a mesma personalidade, o mesmo “eu”, que era no ser humano.

Assim, como ninguém havia perguntado ao homem, se ele gostaria de existir, ninguém lhe perguntará, se ele quer arcar com as consequências de ter existido. Assumi-la-ás, de qualquer maneira. Uma vez criado, não se retirará da “circulação” pois, igualmente como a morte do corpo temporal, assim, a vida eterna imortal da alma, são as consequências inevitáveis da existência humana. Há quem diga que, cometeu o mal durante a vida, porque tal foi o seu destino. Nada mais falso que isso! O destino, - é a qualidade e a quantidade do Poder que o homem recebeu de Deus. Tal poder, de acordo com sua própria escolha, pode ser utilizado para o bem, ou para o mal. É nisso que consiste o livre arbítrio! 

A alma começa a continuação do seu caminho, não a partir do momento, em que a morte a surpreendeu, mas, pelo consentimento benevolentíssimo de Deus, o começa do nível, da mais alta perfeição, que alcançou durante a sua vida. Isso só pode acontecer, se, na hora da morte, a soma dos esforços do homem para o bem, exceder a soma de suas quedas conscientes, e ainda, se não tinha morrido em pecado mortal. Somente a Justiça Divina e a Sua Onisciência, podem fazer tal cálculo com exatidão matemática e, assim o faz! Nunca foi o Plano de Deus condenar qualquer alma. É verdade que Deus, sendo Onisciente, sabe qual alma, no futuro, será salva ou condenada, conforme suas ações livres e, portanto, por sua própria escolha, mas, de forma alguma influi no livre arbítrio do homem.

O eterno Plano de Deus, estabeleceu clara e inabalavelmente, o grau do Céu, em que algumas almas devem proclamar a Sua Glória. Ao criar cada alma, Deus lhe concede todos os dons adequados, todas as graças e todo o poder necessário. Com isso, predestina lhe um determinado lugar no Céu, esperando que, possa tocar um determinado tom, na Orquestra de Sua Glória. No entanto, depende da escolha do homem, se a sua alma assumirá o tom destinado a ela, e do qual Deus precisa. Deus dá chance a cada alma, mas, não pode submeter Seus Planos Divinos, aos caprichos do livre arbítrio do homem. Entretanto, desde séculos, cada alma, tem um lugar preparado no Céu. Mas, se pela escolha consciente do mal, a alma não quiser alcançar o auge disponível para ela, será condenada e estará nas profundezas do Inferno, da escuridão e tormento correspondentes à Luz e à felicidade que rejeitou. Alcançará, portanto, o seu auge, mas na direção oposta a Luz... Deus, sendo Todo-Poderoso, no lugar da alma condenada, cria uma outra, igualmente dotada, com as mesmas possibilidades, para que possa preencher aquele lugar vazio, que há séculos espera por tal tipo de alma. Porque, não pode faltar, nenhum, que seja o único, som na grande Sinfonia das almas encarregadas a proclamar eternamente a Glória de Deus!

A alma, tendo ficado em seu nível mais elevado, nada sabe da existência dos Círculos Superiores. O conceito de felicidade maior da dela, está além de seu pensamento. No entanto, vê todos os Círculos abaixo dela. Pode atuar neles, ajudar, e pela sua intercessão diante de Deus, com Sua permissão, pode favorecer as almas padecentes no Purgatório, bem como os homens na terra. Assim como antes, os olhos do corpo identificavam luzes, figuras e cores, assim agora, os olhos da alma, veem tudo, o que acontece no Mundo do Espírito. Reconhecem facilmente as almas dos parentes e conhecidos, porque uma alma, para a outra, é o mesmo, que um ser humano é para o outro. Cada um mantém sua forma, cor e propriedades. As almas de pessoas, que tinham aspirações do mesmo gênero, estarão juntas num determinado Círculo do Céu. Não apenas o nível intelectual, o sangue, e os sentimentos que uniam seus corações durante a vida, mas acima de todo, seus anseios espirituais o determinam. O grau de amor a Deus, a força da vontade, com que avançavam para Ele, a quantidade e qualidade de renúncias, sacrifícios e privações, feitos a Ele durante a vida, eis a única fraternidade, parentesco e vínculo, capaz de ligar com outra alma, tão fortemente, para encontrá-la, até mesmo, na eternidade. A separação das almas de pessoas que se amam na terra, quando obrigadas a ficar eternamente, em dois Círculos distintos, não perturbará a plenitude da sua felicidade. Porque a felicidade da alma, consiste unicamente em sua relação com a Suprema Perfeição, e é somente por este ângulo que ela pode enxergar e sentir. Por tal razão, a familiaridade com a alma, na qual o amor de Deus não for igualmente intenso, só lhe causaria dor, angústia e ansiedade. Enquanto isso, a felicidade eterna tem de ser plena!

O olhar da alma remida, sobre a terra, é penetrante, como raios-X. Atravessando a matéria, penetra na alma da pessoa viva, e a conhece, como ela é realmente. Tal olhar é livre de quaisquer resíduos sentimentais e demais tendências, que não o confundem mais, nem obscurecem. Uma alma remida, sabe tudo sobre a alma do vivente, se Deus o permitir. Se homem, cometendo o suicídio, agiu no obscuro, não sendo totalmente responsável pelo ato, a sua alma, não será condenada eternamente, graças à perfeita Justiça de Deus. Deverá, no entanto, esperar no abandono, lamentavelmente doloroso e inútil para sua futura felicidade, por tantos anos, quantos lhe ainda faltaram, para a morte natural. Só então, começará a sua devida reparação e justa punição. O suicida, portanto, de maneira alguma, está escapando do sofrimento na terra e, nada ganha com o passar do tempo. Apenas, está trocando a dor menor, já conhecida, por uma, nova e, inconcebivelmente mais cruel. Apesar disso, acrescenta voluntariamente, a todas as aflições temporais já sofridas e, aos tormentos que o esperam no Purgatório, todos aqueles anos, que lhe faltavam para a morte natural, certamente, tormentos piores, dos quais pensou fugir.


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