domingo, 21 de agosto de 2011

Céu - Anseio pelo céu


Olhou a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão de bem-aventurada (Lc 1,48).
Maria obediente a vontade de Deus. Mesmo quando não consegue entende-la, confia totalmente. Não se revolta quando obrigada de mudar seus planos de vida. Vive humilde diante de Deus e mansa perante o mundo. Sempre na sombra do Seu Filho, e sempre perto de Deus.
A confiança e a humildade, sem dúvida, aproximam a Deus. Esta proximidade, por sua vez, aciona o anseio por uma vida com Ele na eternidade. Se não houver a proximidade com Deus não haverá interesse pelo céu d’Ele.....
No céu não haverá mais dor, sofrimento, nem tristeza. Desaparecerão as fraquezas humanas e pecados. Não haverá ansiedade e medo, temor de rejeição, ferimento, fracasso ou ridiculização. Encontraremos aqueles que amamos aqui na terra, mas também aqueles que ainda não amamos bastante ou que não conseguimos amar. Haverá ali nossos atuais amigos e inimigos. No entanto, só o amor nos unirá.
Se eu tenho essa visão de felicidade, por que, então, não consigo viver essa esperança a cada dia? Porque a minha vida não gira em torno da promessa de Jesus?
Percebo, dentro de mim, muito poucas saudades do céu e de Deus e, um apego demasiado às coisas da terra...

domingo, 14 de agosto de 2011

Maximiliano Kolbe - morte heróica em Auschwitz

Hoje é aniversário (70-mo) da morte heróica de São Maximiliano Kolbe, franciscano conventual polonês, que entregou a sua vida, pela vida de Francisco Gajowniczek, pai de uma família, no campo de extermínio dos nazistas alemães, em Auschwitz.
Raimundo Kolbe nasceu dia 08 janeiro de 1894, em Zdunska Wola, numa pobre, religiosa família dos tecelões. Quando criança - ele o confessou a sua mãe - teve uma visão de Nossa Senhora, que segurando em suas mão duas coroas lhe perguntou qual delas ele quereria. A branca é símbolo da pureza, e a vermelha, símbolo do martírio. Raimundo respondeu que quer as duas.
Em 1907 iniciou estudos no seminário franciscano menor, na cidade de Lwow (hoje na Ucrânia), e três anos mais tarde ingressou no noviciado da Ordem dos franciscanos conventuais, recebendo o nome de Maximiliano. A filosofia e a teologia estudou em Roma. Em 1917 fundou movimento mariano Milícia da Imaculada para evangelizar, para difundir mais conscientemente e diligentemente o Reino de Deus, como também, para o compromisso de orar pelos inimigos da Igreja, especialmente pela maçonaria. Em 1918 ele foi ordenado sacerdote. Realizando objetivos da Milícia da Imaculada, no ano 1922, em Cracóvia, publicou a primeira edição da revista mensal, a nível nacional, "Cavaleiro da Imaculada", que está sendo publicada até hoje.
Cinco anos mais tarde, em 1927, fundou o maior convento do mundo católico, o Niepokalanow (a sua “cópia” com o nome “Jardim da Imaculada” existe também no Brasil, na Cidade Ocidental do Entorno de Brasília) que em 1939 chegou ao número de 700 religiosos (!).
Apesar da doença pulmonar grave, em 1930, começou o trabalho missionário no Japão, onde lecionava (obteve dois doutorados em Roma) e publicava, em japonês, a revista “Cavalheiro da Imaculada”, e onde fundou um correspondente de Niepokalanow (“Mugenzai no sono”, ou seja “Jardim da Imaculada”).
Em 1936, frei Maximiliano foi nomeado superior do Niepokalanow polonês, que ele mesmo havia fundado e que já se tornou conhecido por suas atividades publicitárias. Neste período continuava realizar os seus sonhos encerrados no seu lema: “Conquistar o mundo inteiro para Cristo pela Imaculada” construindo uma emissora de rádio e debruçando-se sobre o projeto de uma aeronave e um aeroporto.
Três anos mais tarde (era o ano da explosão da II guerra mundial), houve a primeira tentativa de emissão do programa de rádio de Niepokalanow. Desde o início da guerra, de uma maneira especial, frei Maximiliano e o convento Niepokalanow ajudavam a população local. A sua atuação incomodava evidentemente os ocupantes nazistas. Foi preso, uma vez depois outra. Finalmente transportado para o campo de concentração de extermínio, Auschwitz.
Após dois meses de vida naquele lugar, chamado com toda razão de inferno, dando um testemunho heróico de paciência, de fé e de amor, aos 30 de julho de 1941 ofereceu-se para morrer no bunker de fome, para salvar a vida de um pai da família. Não morreu simplesmente, mas deu a sua vida pelo outro, como Jesus Cristo o fez. Desde 30 de julho até 14 de agosto de 1941, juntamente com outros nove homens condenados à morte de fome, frei Maximiliano foi uma particular presença de Deus (tanto para as vítimas, quanto para os algozes) naquele lugar de iniquidade e desprezo à vida. Ajudou aqueles homens enfrentar a morte com dignidade e vencê-la com a força do amor. Foi morto através da injeção letal, como o último dos companheiros de bunker. Aos 17 de outubro de 1971 foi beatificado pelo Papa Paulo VI e aos 10 de outubro de 1982 foi canonizado por João Paulo II.
São Maximiliano foi um santo, não só no momento da morte, mas foi assim ao longo de sua vida, coroada por aquele ato heróico. Foi fiel nas pequenas coisas cotidianas e, por isso, foi capaz de ser fiel na hora do maior desafio. Ele já entregava a sua vida, dia após dia, servindo incansavelmente à causa de Deus e sendo sensível a todo ser humano.

sábado, 6 de agosto de 2011

Transfiguração

"Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou... até um monte alto" (Mt 17,1).
Um monte alto - porque a vista do alto é diferente.
Do topo se vê bem longe. Um mundo distante de relógios, dos prazos, da pressa...
Do alto é possível ver melhor o que realmente é importante e o que não é. Não da pra distinguir a marca de um automóvel, da roupa, dum homem com diploma universitário ou sem... Porém, enxerga-se outras coisas, por exemplo: as pessoas minúsculas como formigas, correndo desordenadamente – para onde? Por que correm assim, para onde correm, qual é o seu propósito?
Sozinhos, para um lugar afastado - porque em silêncio é mais fácil enxergar todas as coisas.
Separadamente - isto é, deixar as pessoas, mesmo aquelas mais próximas.
Separadamente - é esquecer, aqui e agora, os compromissos que esperam, tarefas a serem executadas, os problemas do cotidiano. Separadamente - isto é, pessoalmente, sem companhias, empregar um longo caminho até para dentro si mesmo.
Será que nós vamos ali várias vezes? Costumamos visitar a si mesmos, no próprio interior? Talvez tenhamo-nos fechado em si mesmos... Talvez não suportemos essas penetrações, estas descobertas do próprio interior, até mesmo diante de nós mesmos...
Em tudo aquilo que fazemos e o que vivemos – para onde queremos chegar? O que é para nós o mais importante? É só para se bem acomodar? Para achar um jeitinho para uma vida boa? Para brilhar diante dos outros?
As perguntas chamadas existências não deixam em paz. Como um martelo insistente retornam e incomodam... Quem sou eu? Qual caminho sigo? Qual é o objetivo principal da minha vida?
Vale a pena, de vez em quando, sair "para um alto e afastado monte" para buscar respostas para estas perguntas e para experimentar a sua própria transfiguração.