sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Natal

É Natal cada vez que você sorri a um teu irmão e lhe estende as mãos.
É Natal cada vez que você fica em silêncio para escutar o outro.
É Natal cada vez que você não aceita aqueles princípios que renegam os oprimidos à margem da sociedade.
É Natal cada vez que você espera com aqueles que estão desesperados na pobreza física e espiritual
É Natal cada vez que você reconhece com humildade os teus limites e as tuas fraquezas.
É Natal cada vez que você permite ao Senhor de renascer para se doar aos outros.
Madre Tereza de Calcutá

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Ano da Misericórdia. Jubileu. Ano Santo

Como todos sabem, aos 13 de março o Papa Francisco anunciou o Ano Jubilar, Ano da Misericórdia: "Decidi convocar um Jubileu Extraordinário que tenha o seu centro na Misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia".
O que é Ano Santo? Tem a sua origem no Ano Jubilar hebraico. A cada 50 anos, durante um ano inteiro (chamado ano sabático), era necessário libertar escravos, perdoar as dívidas e, entre outras exigências, deixar de cultivar as terras... Um ano de “descanso” (Lv 25,8).
A Igreja assimilou esta prática rica em conteúdo. Na tradição católica, o Jubileu também dura a um ano, mas tem um sentido mais espiritual. Consiste, sobretudo, na conversão interior (o que, enfim, leva a conversão social, ao novo tipo de relacionamentos) e no perdão dos pecados dos fiéis, quando cumprirem disposições prescritas pela Igreja (veja: Indulgências).
A palavra Jubileu vem do hebraico "yobel" que se refere ao chifre do cordeiro (servia como instrumento). No latim, o “jubileu” vem do "iubilum", que significa grande contentamento, grito de alegria.
A celebração de um Jubileu ocorre durante um ano, por isso, tal ano é chamado de "Ano Santo" ou "Ano Jubilar. O Jubileu, ou Ano Santo, pode ser ordinário ou extraordinário. É ordinário, quando a celebração ocorre a cada 25 anos, e o extraordinário, quando é proclamado pelo Papa, antes deste tempo, para celebrar algum acontecimento, de forma especial.

O Jubileu da Misericórdia, é um Jubileu extraordinário e foi iniciado hoje, no dia da Imaculada Conceição de Maria, com um gesto simbólico de abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro. O encerramento do Ano Santo será no dia 20 de novembro de 2016, na Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo.
No próximo dia 13 de dezembro, serão abertas as portas-santas nas catedrais e santuários do mundo, em comunhão com a Igreja de Roma. O gesto simbólico de abrir as portas revela a abertura e aponta para o encontro. Quando alguém esperado está para chegar, lhe abrimos a porta. Ao visitar alguém, somos recebidos com as portas abertas. Isto “representa deixar vir e, ao mesmo tempo, ir ao encontro. Passar pela porta da misericórdia também é revelar a busca pela misericórdia”.*
“A misericórdia faz parte do nosso dia a dia onde manifestamos nossas relações. Por isso, fazemos a experiência das frustrações, das ofensas, do encontro com os pobres e com aqueles que não possuem a mesma fé. Então, é na convivência diária que podemos perceber, a partir da misericórdia de Deus, que somos chamados a sermos misericordiosos como o Pai”, disse dom Leonardo Steiner, Secretário Geral da CNBB*.
  



domingo, 6 de dezembro de 2015

A Verdade existe

A Verdade existe
E ela é uma Pessoa,
Que quer ser conhecida,
Que ama todo ser humano
E que se chama Jesus Cristo

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Fé - Ignorância em crescimento (ritualismo, consumismo, verdade)

Nos dias 30 de novembro até 3 de dezembro, acontecia em Roma, a XIX Assembleia Plenária da Congregação para a Evangelização dos Povos (CEP). Os dados apresentados parecem são otimistas, pois apontam crescimento de batizados, no mundo inteiro. (O Prefeito da Congregação observou que "o maior aumento foi na África”. Ele disse que "em 2005, eram 153 milhões e em 2013 subiram para 206 milhões, um aumento de 34%, enquanto na América o aumento foi de 10,5% e 17,4% na Ásia".
Depois de ressaltar as "sombras e luzes” de cada um dos continentes, o Prefeito do Dicastério Missionário falou das prioridades, acentuando a preocupação com a difusão da mentalidade consumista, que “freia o entusiasmo, adormece as consciências e apaga as vocações”. Foi destacado, também, que um dos principais desafios é a proliferação de seitas que “aumentam em todos os continentes, alcançando as cidades, mas também povoados distantes, destruindo o que com esforço e zelo pastoral foi semeado pelos missionários e sucessivamente pelas Igrejas jovens”. (http://www.zenit.org/pt/articles/aumenta-o-numero-daqueles-que-nao-conhecem).
Pessoalmente, não vejo perigo na proliferação de seitas. Elas crescem, não por “possuem a verdade”, mas porque respondem às expectativas consumistas da sociedade e dos crentes-ritualistas. Elas se proliferam por causa da ignorância dos crentes católicos, acomodados, ensimesmados e servindo-se de Deus para se dar bem na vida. É uma antiga tentação (Mc 9,33-34; Mt 20,20-24), a maior consequência do pecado original.
O maior dos perigos é a mentalidade consumista, que, como disse o Prefeito da CEP “freia o entusiasmo, adormece as consciências e apaga as vocações”. As tentativas de catequisar alguém que só pensa em si e procura o que é mais fácil na vida, serão frustradas sempre. Por isso, não me entusiasmam relatórios e avaliações otimistas. Pode ser que cresça o número dos que se batizam e correm atrás das seguranças baratas na vida, mas temo que aumenta o número daqueles que não conhecem Jesus Cristo.
O que custa crer do jeito que falei acima? Crer que Deus existe, serve para que, se não houver a mudança de vida para entrar em relacionamento com Ele? Enquanto isso, aceitar Jesus Cristo como Senhor da vida, requer o “renunciar a si mesmo”.  Supõe desistir de realizar os sonhos próprios, em favor do Sonho de Deus (que é o Reino para todos). Assim como a Maria, José...(Lc 1,26-38; Mt 1,19-21).  É aqui que começa a fé. O crente é aquele que conheceu Jesus Cristo, O aceitou para ser o centro de sua vida e se comprometeu de construir o Seu Reino, pela força do amor.
O que fazer, então? O que deve fazer um crente de Cristo? Por onde começar? Fazer como fez Jesus. Primeiramente, convidar a conversão (Mc 1,14-15; 6,12; Mt 3,2) Só depois ensinar como viver a vida nova, de quem aderiu a Projeto do Reino de Deus. Quem não se converter não adianta perder o tempo, para ensiná-lo viver do jeito cristão, porque ele nunca irá fazê-lo (Mt 19,16-28). E se, porventura, realizar algumas das práticas dos cristãos, o fará pelo pragmatismo, em expectativa de retorno, dentro da sua mentalidade consumista. Ou, então, para ter mais conforto, sentir-se mais seguro, quanto a eventual ajuda que irá precisar de “deus” (criado conforme a sua mundivisão) (cf. Mt 20,21-24).
Vai buscar o conhecimento de Deus, somente quem acreditar no amor. Quem o experimentar, por parte de Deus e tentar corresponder, doando-se gratuitamente, como Deus o faz. Tal pessoa pode e deve ser ajudada para crescer no conhecimento de Jesus Cristo e, assim, tornar-se testemunha Sua.
Opor-se efetivamente ao avanço da ignorância é um desafio da evangelização em nossos dias.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Martírio no Peru (Sendero Luminoso, Beatificação dos Mártires)

Aos 9 de Agosto de 1991, no Peru, foram assassinados dois sacerdotes, franciscanos Conventuais, da província religiosa de Cracóvia, na Polônia, pelos guerrilheiros do movimento maoísta, Sendero Luminoso.

Frei Miguel Tomaszek nasceu em 23 de setembro de 1960, em Lekawica (Polónia). Depois da escola primária em sua cidade natal, cursou o ensino médio no Seminário Menor dos Franciscanos Conventuais, em Legnica. E em Cracóvia estudou a Filosofia e Teologia. Foi ordenado sacerdote aos 23 de maio de 1987.

Frei Zbigniew Strzalkowski nasceu em 03 de julho de 1958, em Tarnow. Entrou na ordem franciscana em 1979. Foi ordenado sacerdote aos 07 de junho de 1986. 
Aos 30 de agosto de 1989, ambos mártires, juntamente com o frei Jaroslaw Wysoczanski (que escapou da chacina, pois estava viajando) vieram ao Peru, a cidade de Pariacoto (norte do Peru), onde fundaram um convento franciscano.

Os frades viviam e exerciam trabalhos pastorais na região de Pariacoto, nos Andes de Ancash, onde viviam há onze anos.  Os guerrilheiros do Sendero Luminoso semeavam terror e assassinavam milhares de civis e autoridades, em povoados e cidades, com a finalidade de instaurar um regime comunista. O trabalho evangelizador dos frades, junto aos pobres de Pariacoto, era considerado uma ameaça pelos terroristas, pois os religiosos organizavam ajuda social, incluíndo a educação e a saúde, ensinavam o povo a trabalhar, bem como pediam a perdoar aos inimigos e construir a unidade, apesar das injustiças. Impediam que o ódio tomasse conta dos fiéis. E sem esse ódio, o Sendero Luminoso não teria apoio necessário, e não poderia contar com mais membros para a sua luta armada.
 
Os frades foram ameaçados várias vezes, com finalidade de abandonarem o trabalho pastoral, e, melhor se mudassem de lá, para outro lugar. Mas, por amor a Deus e ao povo, os irmãos não se deixaram intimidar. Foram acusados pelos guerrilheiros de “enganar as pessoas”, de “infectar as pessoas mediante a distribuição de alimentos da imperialista Caritas" e de adormecer “o ímpeto revolucionário com a pregação da paz”. 1

Aos 09 de agosto de 1991, a noite, um grupo de senderistas encapuzados, veio a Pariacoto, ao convento dos fardes, para “eliminar o problema”. Amarraram-lhes as mãos e os levaram na caminhonete da missão franciscana, junto com o prefeito da cidade. Em seguida, assassinaram a todos, na cercania do povoado Pueblo Viejo. Junto aos os corpos, deixaram um pedaço de papelão, com as palavras escritas pelos assassinos: "bem morrer, que falam de paz e lambendo o imperialismo." 2

Dias depois do assassinato, uma irmã religiosa, que colaborava na missão disse: “Permaneceram lá até o final. Isso não se improvisa, é um dom. Vi Zbigniew uns dias antes de seu martírio, perguntei-lhe se estavam ameaçados, sorriu e disse: ‘Não podemos abandonar o povo. Nunca se sabe, mas se nos matarem, que nos enterrem aqui’. 1

Depois de quatro anos do martírio, em 05 de junho de 1995, o bispo de Chimbote, Dom Luis Armando Bambarén Gastelumendi, SJ, autorizou a abertura do processo de beatificação de mártires da fé. Concluído o processo, os mártires serão beatificados no próximo 05 de dezembro, no Estádio Centenário de Chimbote.

Mais informações: www.beatificacionchimbote.org

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Fé igorante - Ignorância de Zaqueu

Quem é o Zaqueu? O Zaqueu histórico é um personagem da Bíblia (Lc 19,1-10). Um homem que vivia “tocando” a vida, no seu posto de funcionário público. Era “alguém” e, mesmo sendo marginalizado pelas autoridades da sua nação, dedicava-se ao seu serviço, para crescer na carreira. Não era muito religioso, pela situação em que se encontrava, sendo um colaborador dos invasores romanos, não podia frequentar o Templo. Apesar de não lhe faltar nada, pois era rico (Lc 19,2), sentia-se marginalizado, por causa da ignorância e indiferença com quais era tratado.

Um dia, a notícia inesperada e eletrizante, chegou aos seus ouvidos. Um mestre ambulante, chamado também de profeta, Jesus de Nazaré, estava entrando na sua cidade, Jericó. Já ouvia falar dele, mas nunca teve oportunidade de vê-lo. Quando soube, por onde estava passando, largou o seu escritório e correu atrás da multidão que cercava o Pregador.

Infelizmente, não conseguia ver aquele Rabi, pois era de baixa estatura (Lc 19,3). E o desejo de vê-lo dominava todo o seu ser. Deixando do lado, então, o seu status social, correu para frente e... como uma criança, subiu numa figueira, pacientemente esperando ali, Jesus passar (Lc 19,4).
O final da história é muito feliz. O Senhor hospeda-se em sua casa, para a alegria do próprio Zaqueu, dos seus companheiros errantes e para o escândalo de todos os “corretos”. Em seguida, acontece um milagre de comunhão. O Zaqueu, comovido, decide mudar de vida e recompensar todas as faltas cometidas. Enquanto isso, Jesus, anuncia que assim, “hoje a salvação veio a esta casa” (Lc 19,9).

O Zaqueu, sou eu. Você pode ser, também, se não se conformar com o seu pecado (para ficar claro, não se trata de uma atitude considerada como tal, mas do egocentrismo, raiz de todo mal).
Agora, neste tempo de graça, o Tempo do Advento, o Senhor nos fala, como falou a Zaqueu: “Desce depressa”. Desce da altura da sua megalomania, do seu egocentrismo e ganancia... Desce das suas expectativas arbitrárias e das preocupações. E continua: “hoje EU devo ficar na tua casa” (Lc 19,5). Eu no centro. Todo o resto, que compõe a tua vida deve servir a tua verdadeira felicidade, para qual fostes chamado a vida, e que está em Mim.

A ignorância de Zaqueu o mantinha na margem da vida, mesmo que tivesse muitos bens materiais e podia comprar quase tudo (já que era “muito rico”, Lc 19,2). A ignorância dele era vencível e, graças a sua determinação, foi vencida. O homem teve uma experiência excepcional, que provavelmente nunca imaginava. É assim que Deus faz com a gente. Basta, não teimar na ignorância, basta não se conformar com o pecado.

Zaqueu é um modelo universal de como se posicionar perante a ignorância. As suas atitudes, seus passos até encontrar Jesus, formam um itinerário para toda pessoa. Nos dizem que não há situações sem saída. É preciso ter a esperança, pois a vida da gente é preciosa nos olhos de Deus e Ele fará tudo, para nos encaminhar para direção que conduz a felicidade. O importante é que, de fato, não nos acomodamos e não queiramos permanecer na ignorância. É preciso, como Zaqueu, superar as conveniências, vergonha, conforto, comodismo... O sacrifício é indispensável. Este é processo e o tempo de esperar, faz parte dele.