quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Apostasia. Iniquidade. Satanás. Fim do mundo. Provação final da Igreja


Tenho a satisfação de reproduzir o texto do muito estimado Pe. Paulo Ricardo. Mesmo sem a sua autorização expressa, tenho a certeza do seu consentimento, pelo pouco que o conheço das suas pregações e textos escritos.

O mistério da iniquidade e a apostasia dos cristãos

Os afrescos de Lucas Signorelli sobre o fim do mundo, expostos na capela de São Brizio, na Catedral de Orvieto, traduzem um aspecto dramático da história humana: a atuação do Anticristo. Para a Tradição da Igreja, encontrada de maneira explícita no Didaquê - o primeiro catecismo dos cristãos - este ser seria o sedutor do mundo, ou seja, aquele que "aparecerá como o filho de Deus e fará milagres e prodígios; e a terra será abandonada em suas mãos; e realizará iniquidades como nunca houve".
De uns tempos pra cá, a fé acerca do Juízo Final e da existência do demônio tem se tornado obsoleta. Muitíssimas pregações dão enfoque apenas à afabilidade de Deus e à sua misericórdia. Com efeito, uma vez que se exclui a justiça divina e a sedução diabólica da catequese cristã, abre-se caminho à banalização do mal, pois se o cristianismo já não prega sobre o inferno, mas apenas sobre a ternura de Deus, isso significa que já não é mais necessária uma mudança de vida para se enquadrar nos desígnios de Deus. Afinal de contas, se Deus é amor e tudo perdoa, concluem alguns, qual o sentido de se preocupar com o pecado?
Esse triste relativismo é uma tendência muito em voga nos tempos atuais, sobretudo no que diz respeito aos valores inegociáveis da fé católica e às perseguições que a Igreja sofre. Ao invés de se indispor com o mundo, a pessoa prefere não tomar partido de nenhuma situação, para que possa agradar a todos, mesmo que isso signifique negar a verdade. O Catecismo da Igreja Católica denuncia que essa é uma atitude genuinamente diabólica: “a impostura religiosa suprema é a do Anticristo, isto é, a de um pseudo-messianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de seu Messias que veio na carne", (Cf. CIC 675).
O perfil do Anticristo, segundo o teólogo Cardeal Giacomo Biffi, apresenta "altíssimas demonstrações de moderação, de desinteresse e de ativa beneficência". Além disso, é um pacificista nato, com grandes preocupações ecológicas e humanitárias. De Cristo, nega peremptoriamente a moral, pois, de acordo com sua concepção, ela seria causa de divisões. Em linhas gerais, ele traz uma promessa de libertação e triunfo político, ou seja, um messianismo secularizado, qual propõe algumas correntes teológicas por aí. Esse falso misticismo foi condenado pelo Magistério da Igreja diversas vezes como, por exemplo, na encíclica Divini Redemptoris do Papa Pio XI sobre o comunismo ateu.
É curioso - e terrível ao mesmo tempo - perceber que numa época em que já não se fala mais de Anticristo, Diabo e Juízo Final, mas simplesmente de "amor" e platitudes, o número de violências, guerras e outros males é absurdamente enorme como nunca antes. C.S. Lewis, autor das Crônicas de Nárnia, escreve no seu livro Cartas de um Diabo ao seu aprendiz que a melhor maneira de o demônio conquistar o mundo é fazendo com que a humanidade não creia nele. 
Ora, acaso não está cada vez mais comum encontrar cristãos que pregam o amor, mas são incapazes de protestar contra o aborto? Pessoas que fazem campanhas e propõem prisões a agressores de animais, mas sequer se importam com o mendigo na porta da casa? Ou então aqueles católicos que dizem amar Jesus, mas são negligentes com o pecado, sem perceber que com isso eles são também responsáveis pelas chagas de Cristo na cruz? Ora, denunciou o então Cardeal Joseph Ratzinger na Via-Sacra de 2005, "não se pode continuar a banalizar o mal, quando vemos a imagem do Senhor que sofre". E no entanto, o mal é o que mais se pratica hoje, e por pessoas que se dizem cristãs!
Sim, o Anticristo está solto no mundo e tem feito muitos discípulos. São servos do maligno aqueles que relativizam a verdade e propõem a apostasia como alternativa à perseguição à Igreja. Enquanto os mártires do passado morreram para que a fé católica fosse preservada e professada hoje, muitos seguidores do Anticristo têm servido a cabeça da Igreja numa bandeja para o príncipe deste mundo. Falam de amor, preocupam-se com a natureza e pregam a paz, mas não se incomodam nem um pouco quando a fé em Jesus Cristo é ultrajada pelas hostes infernais. É o "mistério da iniquidade" predito pelo Senhor quando perguntou aos apóstolos: "quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?" (Cf. Lc 18, 8).

https://padrepauloricardo.org/blog/o-misterio-da-iniquidade-e-a-apostasia-dos-cristaos


domingo, 4 de novembro de 2018

Santidade. Todos os Santos. Bem-aventuranças. Realização humana


A santidade é possível hoje?

A santidade não é algo inacessível para qualquer pessoa. Também não é inalcançável, contudo, não por conta própria... como por exemplo uma satisfação pessoal, ambição ou a sensação do bem-estar. A santidade é a graça. É o dom gratuito do Deus, o Único Santo e fonte de toda a santidade. A santidade só existe em intima e real comunhão com Deus.

O caminho da santidade para os cristãos são as bem-aventuranças (Mt 5,3-12ª). Elas oferecem diversas trilhas pelas quais se busca na vida o único necessário (Lc 10,41-42), o estar com Deus.

Cada um, sem problemas, pode notar o quanto os caminhos de bem-aventuranças são opostos aos caminhos que o mundo propõe... Pobreza - riqueza, mansidão - prepotência, perseguição - “santa paz”..., etc. Dai, quem se aventurar por este caminho, saiba que vai passar pelas "grandes tribulações" (Ap 7,14), mas vai ganhar a palma da vitória (Ap 7,9).

Como é preocupante quando se vê tantos cristãos “amarrados” aos ritos (como os fariseus do tempo de Jesus), em vez de buscar a Deus e desejar a santidade! Atribuem a sua religiosidade o poder que ela não tem, ou seja, o poder de conceder a Vida. Esta é concedida unicamente pela Pessoa de Deus, origem e fonte de toda a vida. O ritualismo pode encostar em superstição, ou até mesmo na idolatria, pois se lhe atribui algo que não tem...
Santidade é o caminho para todos! Traduzido para a linguagem comum, a santidade poderia ser chamada de NORMALIDADE. Ser normal, é ser santo. E o que é ser normal? O normal é ser aquilo que a gente deve ser. Isto é, primeiramente ter a consciência de ser apenas uma criatura e não um “deus” que julga, aponta o dedo, faz o que quer e, ainda, tem a ousadia de suspender um, ou mais Mandamento de Deus. O ser humano normal não o faria. Depois, a santidade é aprender a ser filho de Deus, empenhado, como o Pai, em fazer o bem. Gratuitamente. Sempre e para todos.

Para viver a santidade, ou seja, a normalidade, é preciso abandonar o mundo da fantasia. Fantasiando o quanto eu sou bom, em vez de o praticar, o quanto eu amo, em vez de amar, o quanto eu creio, em vez de caminhar na fé, o quanto eu desejo entrar no Céu, em vez de livrar-se de “qualquer tipo de ganancia” (Lc 12,15)...
A santidade é o caminho para ti, para a tua família e para todos os teus!


quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Finados. Morte. Todos os Santos. Sentido de vida.

DIA DE FINADOS, NA LUZ DE TODOS OS SANTOS

O cemitério não nos deixa de passar indiferentemente. De certo modo, obriga pensar no que se encontra n´ele. E é nada de agradável. Para ninguém. No entanto, tem um jeito de enfrentar este “incômodo”. É através de definição, da fixação do sentido de vida. Este se encontra no Projeto de Deus Criador, e se chama a SANTIDADE.
É preciso acreditar que a santidade está no nosso alcance! Não há motivo para duvidar das palavras de Jesus: “Há muitas moradas na
casa de meu Pai” (Jo 14,2). Que tal, olhar a própria vida numa perspectiva diferente? Romper com o desânimo, com o apego ao mundanismo e abrir o coração para luz da Graça Divina que ajudará libertar-se das escravidões. Enfim, desejar o Céu! Pois, quando isto pode acontecer, se não agora? 
Ao visitarmos o cemitério, façamos a experiência da transitoriedade de vida humana. Ela pode nos ajudar a livrar-se das ilusões. A vida tem fim e, muitas vezes, inesperável.... Para que, então, perder o tempo e recursos com o que não serve para a Vida? Para que continuar a viver na ilusão e, um dia, chegar ao desencontro consigo mesmo e com a Vida? Os santos são para nós como que luzes, que mostram o caminho da Vida. Revelam um horizonte, que o mundo não conhece. 
Visitas ao cemitério são importantes. O importante é não parar naquilo que é exterior. Acender uma vela no túmulo não substitui a participação da Santa Missa e da Santa Comunhão na intenção dos falecidos... A maior quantidade de flores, é um nada em comparação com o dom da indulgência, que pode ser oferecido pelos nossos falecidos de 1-8 de novembro. Este tempo pode ser proveitoso e nos ensinar coisas de máxima importância. No entanto, é preciso parar...