domingo, 18 de março de 2012

Jejum - pelo estomago ao coração

Há um ditado que diz: “pelo estomago ao coração”, que quer dizer respeito a comida, que revela o coração. A Quaresma é um tempo litúrgico que aproxima esta verdade...  
Na Quaresma assumimos diversas renúncias. No meio delas há jejum, ou seja abstinência de certos alimentos ou refeições.
Uma dieta? Um passado esquisito? Nem uma coisa nem a outra. O jejum tem, ou melhor, pode ter um significado muito profundo se tratado devidamente. Pelo estômago ao coração, mas pelo próprio estômago ao seu próprio coração.

Por meio da comida o homem consegue tampar muitas coisas: o medo, a tristeza, o estresse. A comida pode também tampar o próprio coração. Abster-se (obviamente em devidas proporções) do alimento pode ajudar a perceber além do estômago vazio, também o vazio do coração. Este vazio pode preencher só o Desconhecido, a quem, no fundo, todos nós ansiamos.
Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus (Mt 4,4)

domingo, 4 de março de 2012

Moriá - o monte da transfiguração

No segundo domingo da Quaresma a Liturgia da Palavra nos leva à montanha Moriá e a da Tabor. Somos testemunhas de transfigurações, bastante diferentes, mas ambas realizadas por Deus. Só a Deus cabe fazer tal obra na vida do homem.
     A montanha tornou-se um símbolo privilegiado do encontro com Deus. O homem ao subi-la tem de deixar o mundo do seu cotidiano, dos seus hábitos e das suas expectativas, também com relação a Deus. Deus é anfitrião na montanha, por isso descobre o rosto, do jeito que Ele mesmo quer... Isto pode ser surpreendente para nós, assim como foi para o Abraão.
     Abraão desceu da montanha transfigurado. O seu Deus já tinha rosto diferente. Os apóstolos, acompanhantes de Jesus, também, nunca mais esqueceram o que presenciaram.
     Todos são chamados à experiência da transfiguração, mas nem todos se interessam por esta aventura. A Quaresma é o tempo mais que oportuno, para deixar-se guiar pelo espírito de Jesus. O caminho para a vida plena, na bem-aventurança, passa necessariamente pelos montes, Moriá e Tabor.