Ameaça real do Grande Vazio
Antigamente... tudo era
diferente... É. Realmente, o mundo está evoluindo sem cessar, com isso, é óbvio
que o passado não voltará. O presente, difere do passado, ainda que, mais nitidamente,
isto seja perceptível da perspectiva do tempo. No entanto, é indiscutível, que as
mudanças no mundo moderno acontecem muito rapidamente. Nesta postagem, queremos
refletir sobre estas mudanças e suas influências na vida do homem de hoje e do
“amanhã” (não se pode desconsiderar o futuro; só o faz, um egocêntrico).
Sem dúvida, não é fácil fazer
uma apresentação que agrade os “gregos e os troianos”. Uns irão lamentar o
mundo de “antigamente” e outros vão se encantar com o de hoje, e do futuro, que
imaginam ser promissório. Ora, a história da humanidade é uma lição de vida,
para quem sabe enxergar e pensar.... Pelo que, sem dificuldade, pode-se notar o
caminho da humanidade não segue a melhor das opções possíveis. As degradações
de diversos valores (a começar pela alimentação) e em diversos níveis da vida, são
perceptíveis sem dificuldade.
Será que por acaso, em nome do
progresso e do “bem” do ser humano, deprecia-se o passado, chegando a rejeitar
as raízes da civilização cristã, nas quais se encontra a nossa identidade e a chave
para compreender e assumir o “hoje”? Estão sendo questionadas e destruídas as
bases nas quais o nosso mundo se apoiava, até agora.
O homem moderno dispõe de
inúmeros recursos que podem fazer a sua vida mais bela, e enquanto isso...,
vive agitado, estressado, cansado, numa correria insuportável. Não tem tempo
para a família, para si mesmo (até, para descansar e/ou pensar no sentido das
suas correrias), não é capaz de ser criativo... Deus? Ah, sim, eu creio. Creio,
mas não participo da Igreja”...
Será que pode-se crer e não
participar? Será que “em nome da paz” (subjetiva) é lícito conformar-se com as
investidas maléficas das instituições governamentais e organizações
multinacionais? Pode-se ficar calado quando a vida (desde a concepção até a
morte natural) está sendo ameaçada e/ou destruída? Quando o materialismo, o
hedonismo e a depravação, tentam invadir a vida pública, as escolas e até, os
nossos lares? Não seria isto a compactuação com o mal?
Estas perguntas são importantes.
Se os crentes quiserem tratar a fé como uma relíquia sem a vida, ou como recordações
sentimentais, se tornariam turistas religiosos
(a língua inglesa cunhou para este comportamento o termo churching), que curiosos “assistem”,
mas não se comprometem com nada. Seguem o seu próprio rumo. Um visitante
não é de casa. Ele mora num outro lugar... Está aqui, porque lhe “deu a
vontade”...
Imagino, que todos compreendam
de que não se pode viver satisfazendo somente seus gostos e caprichos. Se assim
for, o espírito da carne (Jo 6,63; Gal 5,16-17) seria alimentado e
não deixaria de agir ao espírito divino. O Catecismo da Igreja Católica
(675) nos adverte que devemos ser atentos e decididos: “Antes do advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação
final que abalar a fé de muitos crentes. A perseguição que acompanha a
peregrinação dela na terra" desvendará o "mistério de
iniquidade" sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos
homens uma solução aparente a seus problemas, à custa da apostasia da verdade.
A impostura religiosa suprema é a do Anticristo, isto é, a de um
pseudo-messianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de
seu Messias que veio na carne”.
Está chegando a hora, e na
verdade já chegou, em que os que realmente são de Deus, se levantarão com
coragem, para enfrentar as investidas do mal. Será o testemunho de que o mundo realmente
necessita. Os demais “crentes” (ocasionais e convencionais) irão se esconder e
esperar o resultado deste confronto, com o dragão da modernidade, que procura
submergir a humanidade em todo tipo de impureza (Ap 12,3-4).
Quem insistir em evocar o passado,
as raízes da nossa história, pode ser questionado, ridiculizado e criticado. Considerado
pretensioso e petulante. Em nome de que, apelar ao passado? Certamente, não em
nome do saudosismo ou da defesa dum mundo fora de moda. Os que não deixam
iludir-se com as ideologias de origem neomarxista, acreditam que a base do funcionamento da sociedade é a
família: mãe, pai, filhos, avós e parentes. Uma bela comunhão, que abrange
três ou mais gerações que se preocupa em manter os valores, repassados pelos
ancestrais. Acreditam na diversidade e complementariedade do homem e da mulher,
assim como Deus os criou. Percebem e desmascaram a intenção do Inimigo, que por
meio das mencionadas investidas, procura destruir a identidade humana do indivíduo
e da família (sinal de Deus Comunidade no mundo) e, enfim, destruir o mundo, a
Obra de Deus, que o incomoda tanto.
Recentemente desmascarada, a
insensata “ideologia de gênero” vem destruindo a divisão natural do ser humano,
em dois sexos complementares. Há muita insegurança e desorientação neste campo,
sobretudo na nova geração. Não é normal, que os casais tenham medo de ter
filhos! Propaga-se, desde a idade escolar, que é necessário se proteger, para
anão ter filho, como diante duma ameaça...
Outro fato, muito estranho, são
os homens (o masculino) que se deixam feminizar. Hoje, raramente
pode-se encontrar um “homem guerreiro”, que luta pelos valores, até arriscar a
própria vida. É mais fácil o encontrar “no sofá”... (como falava papa Francisco
no JMJ, no Rio de Janeiro). O masculino moderno deixou-se confundir pelos
antivalores morais e se acomodou... Deixou de acreditar em suas próprias
habilidades masculinas e, contentando-se com o minimalismo.... Cadê os
homens-guerreiros??? Quem vai enfrentar o dragão da modernidade?
A guerra, iniciada pelo Grande
Vazio, continua, como acabamos de ver acima, no texto do Catecismo. Acontece,
sobretudo, na dimensão espiritual, no interior do ser humano. Por isso,
é preciso ter a consciência de que o principal
ataque do Maligno (Grande Vazio) visa a desmontagem da identidade e dos
princípios básicos da pessoa. Depois, só resta o vazio e a confusão. Como
ovelhas sem pastor... (Mc 6,34)
Será que Jesus não se referia à
situação que vivemos hoje, quando dizia: “Cuidado,
para que ninguém engane vocês. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Eu
sou o Messias’. E enganarão muita gente... (Mt 24-4-50)... Muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros.
Vão surgir muitos falsos profetas, que enganarão muita gente. A maldade se
espalhará tanto, que o amor de muitos se resfriará. Mas, quem perseverar até o
fim, será salvo. E esta Boa Notícia sobre o Reino será anunciada pelo mundo
inteiro, como um testemunho para todas as nações. Então chegará o fim” (Mt
24,10-14).
Portanto, diante deste quadro, como
cristãos ou “não crentes”, mas de boa vontade, não podemos balançar e fingir
que tudo está bem. Todos os filhos de
Deus, liderados pelos seus pastores, devem se colocar em “ordem de guerra”.
Não tem mais tempo para perder. É preciso defender “com as garras” o que,
ainda, sobrou dos fundamentos da nossa civilização cristã e das nossas
tradições, antes de tudo ser tragado pelo Grande Vazio. Recuperar os valores
que podem alimentar a fé e esperança do nosso mundo que caminha para
autodestruição (não é um pessimismo, não - é realismo). Só a fé e a esperança podem alimentar o sentido da vida, quando
tudo parece estar perdendo o sentido... O Grande Vazio só poderá ser vencido
pela Grande Luz, a “Luz do Mundo” (Jo 8,12).
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