Não pergunte o que a Igreja vai te dar.
Pergunte o que você dará a
Igreja?
No Brasil vivemos o Ano do
Laicato. O engajamento dos leigos na Pastoral da Igreja é o fruto do Concílio
Vaticano II, que entre outros, elaborou o Decreto “Apostolicam Actuositatem”
(Sobre o apostolado dos leigos).
O Evangelho de Mateus termina
com as palavras de Jesus: "Ide e
ensinai todas as nações" (Mt 28,19-20). Este "ide" é
dirigido a todos os que crêem em Jesus, a todos os batizados. Não só ao clero,
ainda que, até o Concílio Vaticano II esta prática era predominante. O Concílio
demonstrou a sabedoria da Igreja, que avançou na descoberta da sua identidade e
reconheceu o insubstituível papel de todas as pessoas batizadas, na construção
duma Igreja, autenticamente viva. Igreja como Corpo Místico de Cristo composto
de muitos e variados membros (1Cor 12,12-14).
Hoje, o mais importante é que todos
compreendam a responsabilidade comum pela Igreja, família de Deus (Mc 3,33-35).
Que um leigo não seja um “cliente” da Igreja, vista por ele, como uma
instituição, que pode atender algumas das suas necessidades (Batizado,
Casamento, Exéquias...). Cada um deve perguntar a si mesmo: O que estou dando à Igreja? Que
papel devo desempenhar na Igreja, concretamente, na minha Igreja Paroquial?
Existe uma grande tentação de
procurar fazer na Igreja “o que eu quero” ou “o que eu gosto”. Vê-la como um “espaço”
no qual posso realizar alguns dos meus desejos (já que em outros ambientes não
consigo “aparecer”). Se fosse possível viver assim, a Igreja nunca conseguiria
cumprir o mandato de Jesus Cristo (Mt 28,19-20; 10,16-34). Inevitavelmente
haveria muitos conflitos de interesses, seguidos pelas intrigas e divisões.
Na verdade, trata-se de assumir a responsabilidade concreta pela
Igreja, como acontece com os órgãos num corpo humano. Muitos batizados
esperam muito da Igreja, têm exigências e só sabem opinar e criticar, mas
em troca, nada oferecem de si mesmos. Não querem assumir qualquer
compromisso. Até mesmo, os seus dízimos e suas “ajudas” a Igreja, são tão
simbólicas que não passam de ser um mero fingimento.
É lamentável dizer isto, mas o
católico, em geral, não sente responsabilidade pela sua comunidade paroquial.
Não entende a Igreja. Se pertence a um Grupo ou Pastoral, ainda faz algo em seu
favor, mas pela Igreja, pela Comunidade – só quando dá vontade...
Muito raramente um pároco
consegue ouvir: Posso ajudar com alguma coisa? Esta disponibilidade não se
refere em “ajudar ao padre”, mas a própria Comunidade Paroquial. É claro que vários
leigos estão engajados na vida das Paróquias, mas, isso geralmente acontece a
pedido dos padres.
Necessariamente e urgentemente,
precisamos conscientizar os nossos crentes da importância da comunidade
paroquial. Ajudar a todos se identificarem com “a minha Igreja Paroquial”,
ainda que não seja dos meus sonhos...
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