sexta-feira, 16 de julho de 2021

Morte. Além-Mundo. Juízo. Sufrágios.

Segue a tradução das revelações de Estefânia Horak, segundo o opúsculo "Zaswiaty", traduzido como "Além-Mundo". Fonte: ZAŚWIATY - FULLA HORAK (d500.pl)


O ALÉM-MUNDO

ÍNDICE   

SOBRE AS COISAS ÚLTIMAS

A MORTE

O PURGATÓRIO 

QUAIS SÃO OS SOFRIMENTOS DO PURGATÓRIO? 

O CÍRCULO DE ENGANOS

O CÍRCULO DAS TREVAS 

O CÍRCULO DE IDÓLATRAS

O CÍRCULO DE CÚMPLICES

O CÍRCULO DE EVIDÊNCIA DAS CONSEQUÊNCIAS.

O CÍRCULO DE SOLIDÃO

O CÍRCULO DE TORMENTO RUIDOSO

O CÍRCULO DE DESEJOS

O CÍRCULO DE ALUCINAÇÃO 

O CÍRCULO DE ESPERANÇAS ENGANADORAS 

O CÍRCULO DE PENITÊNCIA ADEQUADA

O CÍRCULO INDIFERENTE

AS PESSOAS PODEM FAZER MUITO PARA AS ALMAS DO PURGÁTÓRIO 

O CÉU

CÍRCULOS LUMINOSOS

O CÍRCULO DE ALEGRIA 

O CÍRCULO DE SABEDORIA DIVINA 

O CÍRCULO DE DONS DO ESPÍRITO SANTO

O CÍRCULO RÉGIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE 

QUAL É O CÉU?

ISSO É A FELICIDADE 

OS ESPÍRITOS ALUMIADOS 

O ESPÍRITO DE SANTO PROTETOR 

O SANTO PATRONO 

O ANJO DA GUARDA 

O INFERNO 

ASSIM É O INFERNO 

OS ESPÍRITOS MALIGNOS 

OS ESPÍRITOS FRACOS

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SOBRE AS COISAS ÚLTIMAS

Tudo o que sei de meus Santos Guardiões, sobre a vida futura, foi me dado, de uma forma clara e compreensível, traduzido, por assim dizer, para nossos limitados conceitos humanos. Também, sei deles, que tudo o que acontece no mundo do Espírito, acontece de um modo diferente, mais amplo, mais completo, elusivo, tal como é, - não podendo ser compreendido pela mente humana. Igualmente, como é impossível descrever um sentimento, um odor ou uma cor, também, é impossível descrever os estados de alma, libertada da matéria, a não ser, através de certas semelhanças, tiradas da imaginação, que captam os seus sentidos. Portanto, o que sei e vou dizer, sobre os estados da alma e sobre a vida futura é, por assim dizer, transposição do incompreensível, para as nossas limitadas imaginações e palavras. 

I.  A MORTE

No momento em que a alma se separa do corpo, a pessoa - mesmo que estivesse inconsciente, mesmo que a morte ocorresse subitamente ou durante o sono - terá um lampejo do momento, por um instante de segundo, e estará ciente de sua própria morte. E mesmo que estivesse preparada para a morte, ou que a desejasse e não a temesse antes, em tal momento decisivo, sentirá um terror inimaginável. Imediatamente, após a morte, a alma se apresenta perante o Tribunal da Suprema Justiça. Acabou a inesgotável, até então, Misericórdia Divina. Quem cruza a fronteira da vida depara-se com a Sua Justiça - solitário, nu e aguarda a justa sentença.

Até o fim do funeral, a alma não se afasta da terra. Esses são os últimos momentos, antes de receber o castigo ou prémio, quando ainda, lhe é permitido circular invisivelmente entre os homens. Nas palavras “até fim do funeral” entende-se o período de tempo que, de acordo com o rito, ritual ou costume, separa a morte do sepultamento do corpo. Se, por exemplo, devido a algumas circunstâncias trágicas, um católico não fosse enterrado, até o terceiro dia após a morte, a sua alma se afastará da terra depois desse período. 

A família e os entes queridos, não têm a menor importância para uma alma que vai para o Purgatório, se não puder contar com nenhum tipo de ajuda da parte deles. A única forma de tal ajuda, da prova de amor ou amizade, que a alma deseja e espera das pessoas naquele momento - é a oração. Indescritíveis sofrimentos lhe causa, a impossibilidade de comunicar às pessoas, que as suas lágrimas e sua tristeza, não lhe trazem nenhum alívio nem benefício, mas que apenas dificultam esta passagem, tão terrível na sua gravidade, e que os seus sofrimentos humanos, são um nada, em comparação com os tormentos, aos quais a entregam, recusando-lhe esta única ajuda: orações ou boas obras. 

Oh, Se as pessoas soubessem, se tivessem pensado, se tentassem sintonizar-se com o desespero e desamparo de tal alma! Estar junto aos seus entes queridos, implorá-los por ajuda, martelar sua consciência e seus corações, saber que esses últimos momentos de ligação com o mundo serão interrompidos para sempre e, antes de partir, tendo o desejo de gritar, que tipo de ajuda precisam; muitas vezes, ainda, vendo como os seus mais próximos, vão se afastando, egoisticamente entregues a sua própria dor e concentrados na sua própria dor, inclinam-se sobre o corpo já desabitado, do qual o único sentido se retirou! 

Portanto, quando a alma perde a esperança de despertar, em seus entes queridos, uma consciência de rezarem por ela, então ansiosamente, vai atrás, mesmo das pessoas estranhas, atrás de alguém, que não lhe negue a oração. E quando encontrar, o quanto é capaz de ser grata pela ajuda! Oh, como tenta, através das inspirações, animar seus benfeitores nesse propósito! Além disso, tal alma, fica com aqueles seus benfeitores, até o fim, não retornando mais para seus parentes, que a decepcionaram, entristeceram e manifestaram plenamente o egoísmo dos sentimentos terrenos. 

Geralmente, a alma está exposta a luto terrível e ao sofrimento durante o funeral. Estes momentos, são os mais importantes da sua união com o mundo. E o que se costuma ver? A família se emociona do seu próprio drama, parentes e conhecidos, mais ou menos indiferentemente, seguem o cortejo funerário, só pensando em afastar-se um pouco do cortejo, para desaparecer na próxima quadra... Os demais, depois de comentar os detalhes que acompanharam a morte, passam aos assuntos cotidianos da vida, e ainda bem, se não falarem maliciosamente sobre o falecido e sua família! Ninguém aqui pensa na oração. Ninguém quer silêncio, nem mesmo, quer ir ao cemitério para oferecer conscientemente sua prece pela alma, que muitas vezes desesperada e aterrorizada circula entre eles! Ninguém se conscientiza de que ela sabe, ouve e sente tudo; que sofre tanto, que só uma alma pode sofrer! 

No momento em que o corpo é enterrado, qualquer contato da alma com a terra se rompe momentaneamente, e a alma vai para o lugar designado para ela, aonde vai começar o seu prêmio ou castigo. Desde o primeiro momento de separação do corpo, a alma tem uma compreensão arrasadora ou feliz, da grandiosidade e do poder do mundo no qual ingressou, ao contrário da miséria e pequenez de tudo o que deixou para trás. Recebe, também, uma revelação súbita. Eis que, tudo aquilo que a mente humana considerava real e existente, não existe de forma alguma. Mas, tudo aquilo que costumava chamar de imaginário, irreal e inventado, é a verdade, única, imutável e eterna! Quando agora, nada mais perturba o seu juízo, com terrível precisão se dá de conta do que mereceu. A mais perfeita Verdade que prevalece aqui, que na terra, às vezes, pareceu tão incômoda, tão distante, tão difícil - como é simples agora, quando não há saída, quando não é possível deliberadamente, como acontecia durante a vida, desviar o olhar! 

A alma condenada ao Purgatório, antes de perder, no primeiro Círculo do Purgatório, a consciência de totalidade da sua vida, da duração do castigo que a aguarda e da qualidade do prémio eterno, sabe que deverá expiar todos os pecados, e reparar todas as negligências. E quanto será feliz, por poder fazer isso! Agora sabe, quão desproporcionalmente leve, por mais longa e a mais desagradável que seja a vida, em comparação com um único instante passado no Purgatório. Com quanta alegria teria voltado para a terra, para viver na miséria, maus tratos, doenças, humilhação - e como saberia, agora, suportá-los com proveito! 

Na terra, em cada momento é possível agradar a Deus, ganhar Sua graça e perdão, mas, aqui é impossível fazer qualquer coisa por si mesmo! A alma fica diante Verdade e possui o mais profundo entendimento, de que aquilo que a aguarda é a justa consequência de suas próprias faltas e negligências. Considera como graça e prova da incompreensível bondade Divina, o fato de poder sofrer. Com um único olhar, que abrange tudo, vê as suas negligências, falhas, omissões e perdidas boas oportunidades. Vê, também, claramente o lucro que poderia ter alcançado através delas. 

Imaginemos, como se atormentaria um homem que, por uns centavos, vendesse um bilhete de loteria, que depois teria ganhado o principal prémio! A alma se atormenta de maneira semelhante, porém, quanto mais cruel e terrível dano causou a si mesma, ao se privar arbitrariamente do único "prémio principal", que deveria ter desejado. Vê, também, que cada movimento do coração para o bem, por menor que fosse, captado por boa vontade, não foi despercebido. Cada boa ação, cada superação da natureza corrompida, por causa de Deus, por menor que fosse, cada elevação da mente a Deus - foram contados, abatidos do débito e creditados para o bem dela. 

Após a morte, a alma retém todas as experiências espirituais. Não possui nem corpo, nem sentidos para sentir a dor física. No entanto, vive sofrimentos morais. O homem não é capaz de criar a menor ideia sobre a suscetibilidade e a extensão desses sentimentos. No momento da morte, quando os olhos do corpo se fecham para sempre, os olhos da alma se abrem para sempre e jamais, por toda a eternidade, deixarão de enxergar, independentemente se isto lhe proporcionar felicidade ou sofrimento. 

O homem, podia ter deixado de pensar nas questões da alma, durante toda a sua vida e, aparentemente, isso não fazia a diferença em suas ocupações temporais. Depois da morte, já não há outras ocupações, além das do espírito! E assim, como o corpo adoecia por algum defeito do sistema imunológico, assim a alma sofre após a morte, pelas infidelidades ao Plano, que Deus lhe designou, e que deveria ter realizado. Além disso, com cada pensamento, cada sentimento, a alma admira a justiça de Deus e, mesmo sofrendo o mais severamente, não se revolta contra as Suas sentenças. 

Uma pessoa pobre e sem educação, não vestida bem e incapaz de se comportar devidamente, não entraria voluntariamente num baile real!  E mesmo que conseguisse passar despercebida, não saberia como participar da festa. Igualmente a alma, sentir-se-ia mal, se entrasse na felicidade eterna, antes de ser purificada e preparada. Simplesmente, não seria capaz de a vivenciar. Pois, do outro lado, não existe a petulância! Ninguém pode, e nem quer fingir, aquilo que não é; não pode e não quer compensar nada com manipulação ou aparência. Não existem nenhumas razões. Existe apenas aquilo que é... Cada alma vê nitidamente o grau de sua perfeição e, a vê à luz da Verdade, que não pode ser confundida, deixada de lado, evitada ou confusa! Esta verdade é! E não só é, como, além dela, não há mais nada. 


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