sábado, 6 de agosto de 2011

Transfiguração

"Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou... até um monte alto" (Mt 17,1).
Um monte alto - porque a vista do alto é diferente.
Do topo se vê bem longe. Um mundo distante de relógios, dos prazos, da pressa...
Do alto é possível ver melhor o que realmente é importante e o que não é. Não da pra distinguir a marca de um automóvel, da roupa, dum homem com diploma universitário ou sem... Porém, enxerga-se outras coisas, por exemplo: as pessoas minúsculas como formigas, correndo desordenadamente – para onde? Por que correm assim, para onde correm, qual é o seu propósito?
Sozinhos, para um lugar afastado - porque em silêncio é mais fácil enxergar todas as coisas.
Separadamente - isto é, deixar as pessoas, mesmo aquelas mais próximas.
Separadamente - é esquecer, aqui e agora, os compromissos que esperam, tarefas a serem executadas, os problemas do cotidiano. Separadamente - isto é, pessoalmente, sem companhias, empregar um longo caminho até para dentro si mesmo.
Será que nós vamos ali várias vezes? Costumamos visitar a si mesmos, no próprio interior? Talvez tenhamo-nos fechado em si mesmos... Talvez não suportemos essas penetrações, estas descobertas do próprio interior, até mesmo diante de nós mesmos...
Em tudo aquilo que fazemos e o que vivemos – para onde queremos chegar? O que é para nós o mais importante? É só para se bem acomodar? Para achar um jeitinho para uma vida boa? Para brilhar diante dos outros?
As perguntas chamadas existências não deixam em paz. Como um martelo insistente retornam e incomodam... Quem sou eu? Qual caminho sigo? Qual é o objetivo principal da minha vida?
Vale a pena, de vez em quando, sair "para um alto e afastado monte" para buscar respostas para estas perguntas e para experimentar a sua própria transfiguração.

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