Evangelho da vida e "evangelho da morte"
A palavra “evangelho” significa “boa
nova”, boa notícia. O primeiro Evangelho anunciado ao Universo, foi a Obra da
Criação, realizada por Deus. A perfeição e a beleza da criação proclamam, que
Deus é Belo e é a Plenitude do Bem. Ao criar os seres visíveis e invisíveis, Deus
pensou em todos os detalhes. Preocupou-se para entregar aos homens (Gen 1,28),
também por Ele criados, um mundo “muito bom” (Gen 1,31) no qual eles poderão
desenvolver as suas potencialidades humanas e serem felizes. De fato, Adão e
Eva viviam em perfeita harmonia e paz com todas as criaturas do mundo, com Deus
e entre si (Gen 2,19-20). Uma paz cativante nos é comunicada através do relato
bíblico. Um mundo, paraíso perfeito, foi um presente para, o mais amado de
todas criaturas, o ser humano.
Lamentavelmente, um outro
“evangelho” começou a ser propagado. Um “evangelho mentiroso”, um “evangelho”
falso, divulgado pelo Pai da Mentira. Fingindo-se de amigo, e de falsa benevolência,
astutamente apresenta aos homens (assim como o faz uma serpente), uma notícia falsa
que os levará a desconfiar em Deus (Gen 3,1-5). Em decorrência da desconfiança,
os homens optam pelo caminho sugerido por Autor do “evangelho mentiroso”, acabam
de desobedecer a Deus. Em consequência, entram no mundo da morte (pecado),
perante qual Deus os alertou claramente (Gen 2,16-17). Os seus olhos se
abriram, realmente, e constataram que a escolha foi péssima (Gen 2,7ss).
Na madrugada do dia da Ressurreição
de Jesus Cristo os anjos anunciaram o Evangelho do poder da Vida. Ao decorrer
dos séculos, adormecida e anestesiada pelo Pai da Mentira a verdade do
Evangelho originário (o da Criação), no sepulcro do Ressuscitado Homem Novo,
voltou a ser proclamada de novo e começou a ser divulgada (Mt 28,1-10). De
igual modo, como no começo da Criação, a notícia da Vida vem propagando-se
através da força do bem e do amor. Gente simples e sem recursos,
valorizados pelo mundo, está sendo encarregada desta Obra. O meio para o encontro
com este Evangelho tem sido a humildade e a bondade do coração. As
bem-aventuranças (Mt 5,3-10), proclamadas por Filho do Homem, continuam sendo
uma síntese deste Projeto deste Caminho.
Naquele mesmo dia, o Pai da
Mentira, servindo-se de escravos do poder, do prazer e da fama, reinicia a
“proclamação” do “evangelho da mentira” (Mt 28,11-15). Para isto, além da
falsidade, utiliza o poder das autoridades, do dinheiro, da ilusão, da
carreira, da ganância, etc. Como afirma citado acima o texto evangélico “assim
o boato espalhou-se... até hoje” (v.15).
Desde aquele momento as ambas
notícias estão sendo anunciadas. A notícia do Autor do Bem e a notícia do Autor
da Mentira. A primeira está sendo anunciada respeitosamente, oferecendo-se como
proposta dum caminho da harmonia e da paz, em comunhão com o Criador e todas
as Suas criaturas. O meio principal de anúncio é o amor universal e
incondicional, concedido por Deus, àqueles que optam pela comunhão com Ele.
Este Evangelho requer a desistência do projeto de vida próprio, em favor do
projeto proposto pelo Criador.
O segundo “evangelho”, o da
mentira, vem sendo propagado através da sedução, que não é proposta respeitosa,
como acima, mas que visa exclusivamente a recrutamento de adeptos para o seu
projeto, ou melhor, o anteprojeto. Para promovê-la emprega-se todos os recursos
disponíveis hoje, incluindo instituições governamentais, ONG`s, conquistas
científicas, instituições de ensino e saúde, tecnologia, música, arte e eventos
culturais, etc. Sem remorsos e sem piedade este “evangelho” se impõe, como
“científico” e “realista”, alegando que a sua preocupação é a felicidade do ser
humano (“aproveite tudo para o prazer”), com a sua liberdade (“Faça o que dá
vontade”) e com o seu bem-estar (“para que sonhar outra vida, que ninguém sabe
se existe”). Este “evangelho” é atrativo para o mundo de hoje, porque é fácil.
Não há nenhum limite, nenhuma exigência. Nenhuma imposição pode ser feita. Eis
a “liberdade” que te fará feliz... “Faça o que quiser..., faça o que você gosta...,
faça o que você tem vontade de fazer...
Todas as pessoas do nosso mundo,
crentes e não crentes, vivem no meio desta tensão entre ambos anúncios: o da
felicidade em, e com Deus e, o da felicidade conquistada através da inteligência
e astúcia humanas, ou seja, sem a dependência de Deus.
Você e eu, também, somos atraídos
por um e por outro projeto. Não somos predeterminados para nenhum deles. Somos
livres e precisamos fazer a escolha. Ninguém por nós, vai tomar esta decisão,
nem vai assumir as suas consequências.
A consequência da escolha do
Projeto da Vida, é o desligamento, a renúncia de tudo que hoje é chamado de
cultura da morte, tendo a origem no egoísmo, na incondicional satisfação da
vontade própria.
A opção pela outra proposta, pelo
“evangelho fácil” (Mt 7,13) comporta a renúncia de Deus e da Sua Promessa da
vida externa, plena e feliz.
“Vejam! Hoje eu estou colocando diante de vocês a bênção e a maldição. A
bênção, se vocês obedecerem aos mandamentos de Javé seu Deus, que eu hoje lhes
ordeno. A maldição, se não obedecerem aos mandamentos de Javé seu Deus,
desviando-se do caminho que eu hoje lhes ordeno... (Dt 11,26-28).
Salve Irmão Menor
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