A bondade verdadeira
O coração é o símbolo mais comum para expressar os
sentimentos profundos dos relacionamentos interpessoais. O mesmo está presente
na linguagem das religiões, para exprimir o amor do Absoluto pela criação e,
sobretudo, pelos seres humanos.
Muitas vezes, sobretudo, no mundo moderno, onde cresce
assustadoramente o número de pessoas carentes de amor, devido as instabilidades
dos laços familiares. Tais pessoas irão imaginar o coração do outro, como quem
lhes dará o que não receberam no passado. Ou seja, involuntariamente, irão
reduzir um relacionamento, profundamente humano e íntimo, a satisfação das
carências latentes.
Em soma, não se trata, por acaso, de legitimar o consentimento para
cada um fazer “o que dá vontade”, chamando isso de direito a liberdade? O
problema, porém, é que para se tornar livre, todo ser humano deve receber a
devida preparação. Deve ser educado para
exercer a liberdade com responsabilidade. Como alguém pode imaginar ser
livre, sem antes, aprender a dominar os caprichos e impulsos instintivos?
O Coração de Jesus é o modelo dos corações bons e
responsáveis. “Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração
semelhante ao Vosso” (Mt 11,29) - rezamos nas devoções ao Sagrado Coração. O
Coração de Jesus estava em sintonia com o sofrimento do povo sofrido (“como
ovelhas sem pastor” Mt 9,36), sem exclusão de ninguém. Até mesmo o Pilatos teve
a sua chance (Jo 18,33-38).
Todo coração verdadeiramente
bom, pensa no bem e procura o bem verdadeiro. Um coração da mãe quer que o
filho seja gente do bem. Que abandone o caminho errado ou o mundo do crime. Não
vai defender, nem justificar o mal praticado por ele. Não vai consentir ou silenciar
diante do mal, pois sabe que o mal vai fazer mais mal...
Um professor bom, é aquele que leva o aluno a aprender
e não aquele que pretende ser um camarada. Um cristão bom é aquele cuja
presença faz a diferença num mundo de hoje, dessacralizado e descristianizado. Um
cristão que pela sua retidão e fidelidade ao Caminho da Vida, torna-se sinal de
contradição (Mt 5,13), como em seu tempo o foi João Batista ou Jesus de Nazaré
(Lc 2,34-35; 12,49-53). Um cristão cuja vida não se tornou insossa (Mt 5,13-16)
contribui para o bem verdadeiro do seu ambiente.
Celebrando o Dia do Sagrado Coração de Jesus e, no dia
seguinte o Imaculado Coração de Maria (este ano será omitido), peçamos ao Bom Jesus, que nos ensine a amar
sabiamente, a ter misericórdia e saber ser solidários com todos os que sofrem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário