sábado, 13 de maio de 2017

Mulher. Sonho de Deus

Maria nos Mistérios de Deus
A mulher, desde a origem da vida, tem um papel excepcional. Isto é inquestionável, pois como afirma a Sagrada Escritura (resumidamente), quando foi chamada a vida, tornou-se a causa de alegria (felicidade) de Adão (representante da humanidade), mas também, foi um meio de desgraça, para si e para o resto da criação. Mesmo assim, a mulher continua sendo uma personagem única, e no processo de restauração dos danos causados pela desobediência, a ela foi confiado o papel principal.
Os exegetas identificam a mulher do Gênesis com a Mulher do Calvário e do Apocalipse. Tudo parece encaixar-se e aparece belo Plano de Deus, fonte de toda a vida, que faz a Vida sempre triunfar. Deste modo, no meio do “lixão” (a imagem do mundo depois da Queda) surge uma bela Flor, a Vida isenta totalmente dos rastos da morte, que aflige todos os seres humanos.

Uma Menina, Virgem de Nazaré, a Cheia de Graça (Lc 1,27-28) que, com toda a razão é chamada de Nova Eva. Ela é o primeiro ser humano, perfeito, idêntico àquele que vivia no Paraíso bíblico. De fato, desta forma, iniciou-se a Nova Criação e um Novo Mundo começou a existir. A Maria, criada por Deus com amor, como a Eva, é incumbida de ser a “mãe de todos os viventes” (Gen 3,20) no Mundo Novo. Dela é que nasce o Novo Adão, o Homem Puro e Deus Verdadeiro, o Emmanuel, Jesus, o Cristo de Deus, conforme a Vontade do Criador Lc 1,31-32).
A partir daquele momento o mistério de Deus e o mistério do homem, se entrelaçam, formam um novo mistério (como um matrimônio), o mistério da Comunhão, que comunica a vida ao homem (Jo 6; Jo 15,1-8; 1Jo 5,12. Deus presente na vida do homem e homem envolvido no Mistério de Deus, conforme afirma a Sagrada Escritura: “De repente, juntou-se ao anjo uma grande multidão de anjos. Cantavam louvores a Deus, dizendo: ´Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados´” (Lc 2,13-14); “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu vivo nele” (Jo 6,56). “Se alguém me amar, há-de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada” (Jo 14,23). No evangelho de João (Jo 15,5) encontramos as últimas exortações de Jesus. Ele insiste e repete: "Eu sou a videira e vós os ramos... Permanecei em mim e eu ficarei em vós".

Deus faz as coisas para existirem e todas elas são boas. A Maria de Nazaré foi criada por Deus para ser a Mãe da Humanidade do Seu Filho Unigênito, e continua sendo, bem como sempre será, a Mãe do Filho de Deus. Assim, como participou da Sua Vida, desde a Concepção, continua fazendo parte dela hoje (tendo passado o Calvário, a Ressurreição, o Pentecostes e acompanhado os primeiros passos do recém-nascido Seu novo Corpo, o Corpo Místico (1Cor 12,12-13.27; Col 1,18; Ef 5,23). Jesus Cristo está vivo e Maria vive n´Ele, como também vivem n´Ele todos os santos, do Céu e da nossa Terra.

Fazem parte deste Corpo Místico de Cristo: a Igreja Triunfante (constituída pelas almas que já se encontram no Céu); a Padecente (as almas que no Purgatório preparam-se para entrar na Glória) e a Militante, que somos nós, ainda “peregrinos” neste mundo. Como galhos da mesma árvore, vivendo do mesmo tronco, como membros do mesmo Corpo, ligados a Jesus, sua Cabeça, somos vivificados pelo mesmo Sangue. Isso é a Comunhão dos Santos. A união de todos, no Corpo, no Sangue, no Espírito.
Sendo assim, a Mulher Bíblica e Evangélica, está a serviço desta maravilhosa Comunhão, continua exercendo o papel de Mãe – em vista da vida plena para todos (Jo 10,10). Pela misericórdia do Pai Eterno, Ela é “instrumento” do Amor Infinito, para orientar todos a Casa do Pai (Jo 14,2-3), conforme comunicou aos Pastorzinhos em Fátima: “O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus” (13/06/1917).

Não é sem razão, que o papa João Paulo II decidiu consagrar a humanidade ao Imaculado Coração de Maria, diante da sua imagem de Fátima. Naquele Ato de Consagração ele disse: “Ó Mãe dos homens e dos povos, Vós conheceis todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Vós sentis maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o mundo, acolhei o nosso brado, dirigido no Espírito Santo diretamente ao vosso Coração, e abraçai com o amor da Mãe e da Serva do Senhor aqueles que mais esperam por este abraço e, ao mesmo tempo, aqueles cuja entrega também Vós esperais de maneira particular. Tomai sob a vossa proteção materna a família humana inteira, que, com enlevo afetuoso, nós Vos confiamos, ó Mãe. Que se aproxime para todos o tempo da paz e da liberdade, o tempo da verdade, da justiça e da esperança” (“Veneração, agradecimento, entrega à Virgem Maria Theotokos” em: Insegnamenti di Giovanni Paolo II (14-VI-1981).

Não se deve ter receio ou medo de consagrar a vida a Maria, Mãe dos viventes, que quer o bem para todos. Há várias fórmulas para se fazer isto. Mas, o mais importante é o coração que quer amar. A consagração, é uma entrega, é um ato de amor. Não só para com Deus... Só é capaz de amar quem será capaz de se sacrificar pelo outro, ou seja, sempre e com todos os meios buscar o seu bem (não prazer, mas o bem verdadeiro).

O Papa Francisco, aos 13 de outubro de 2013, na Praça de São Pedro, pronunciou o seguinte Ato de Consagração:
Bem-Aventurada Virgem de Fátima,
com renovada gratidão pela tua presença materna
unimos a nossa voz à de todas as gerações
que te dizem bem-aventurada.
Celebramos em ti as grandes obras de Deus,
que nunca se cansa de se inclinar com misericórdia sobre a humanidade,
atormentada pelo mal e ferida pelo pecado,
para a guiar e salvar.
Acolhe com benevolência de Mãe
o acto de entrega que hoje fazemos com confiança,
diante desta tua imagem a nós tão querida.
Temos a certeza que cada um de nós é precioso aos teus olhos
e que nada te é desconhecido de tudo o que habita os nossos corações.
Deixamo-nos alcançar pelo teu olhar dulcíssimo
e recebemos a carícia confortadora do teu sorriso.
Guarda a nossa vida entre os teus braços:
abençoe e fortalece qualquer desejo de bem;
reacende e alimenta a fé;
ampara e ilumina a esperança;
suscita e anima a caridade;
guia todos nós no caminho da santidade.
Ensina-nos o teu mesmo amor de predileção
pelos pequeninos e pelos pobres,
pelos excluídos e sofredores,
pelos pecadores e os desorientados;
reúne todos sob a tua proteção
e recomenda todos ao teu dileto Filho, nosso Senhor Jesus.
Amém.




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