O dia 1 de maio, em várias partes do mundo vem sendo marcado
pelos protestos e manifestações, em vista de melhora da situação no “mundo do
trabalho”. Um dos problemas mais graves, que hoje atingem muitos países do
mundo, e o nosso principalmente, é a situação dramática do trabalhador. É o
desemprego, é o trabalho precário e mal remunerado, é a necessidade de “fazer
bicos” para completar os recursos necessários para honrar os compromissos e
garantir uma vida digna a família. Também a migração e emigração têm as suas
causas na precariedade das ofertas de emprego. Além disso, o “mundo empresário”
tem os seus problemas, que as vezes repercutem no mundo dos trabalhadores.
Apesar de tudo, deve-se lembrar a verdade exposta por João Paulo II, na
encíclica sobre a dignidade do trabalho humano: “antes de mais nada o trabalho é “para o homem” e não o homem
“para o trabalho”. (Laborem Exercens, No 6)
O primeiro capítulo do Gênesis, apresenta o “evangelho do
trabalho”, como escreve João Paulo II, na citada encíclica, No 7. Este texto
bíblico mostra o trabalho do homem como
continuação da obra do Criador e não apenas o “ganha-pão”.
Também, o Papa Francisco (no Discurso aos Trabalhadores em
Cagliari, aos 22/09/2013), vem lembrar ao mundo, que é muito importante “voltar
a colocar no centro a pessoa e o trabalho. A crise econômica tem uma dimensão
europeia global; no entanto, a crise não é apenas econômica, mas também ética,
espiritual e humana. Na raiz existe uma traição ao bem comum, quer da parte do
indivíduo, quer da parte de certos grupos de poder. Por conseguinte, é
necessário tirar a centralidade à lei do lucro e do rendimento, e voltar a dar
a prioridade à pessoa e ao bem comum”.
E nós? Sem dúvidas, é certo lutar pelas melhoras no mundo do
trabalho, mas ao mesmo tempo é preciso que cada um olhe a si mesmo, a
suas verdadeiras motivações de trabalhar, bem como a qualidade de todos os
trabalhos cotidianos. Mesmo aqueles realizados dentro e ao redor da casa, na
escola, no voluntariado. As melhoras no mundo começarão por aqui, pelo meu
“pequeno universo”. Será que um salário injusto autoriza alguém a executar
trabalhos malfeitos, ou praticar sabotagens? Se você não concorda com as condições
oferecidas, não é obrigado aceitar o emprego. Porém, se aceitou, se firmou um
compromisso, seja honesto e leal,
sobretudo se és um cristão...
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