terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Fé igorante - Ignorância de Zaqueu

Quem é o Zaqueu? O Zaqueu histórico é um personagem da Bíblia (Lc 19,1-10). Um homem que vivia “tocando” a vida, no seu posto de funcionário público. Era “alguém” e, mesmo sendo marginalizado pelas autoridades da sua nação, dedicava-se ao seu serviço, para crescer na carreira. Não era muito religioso, pela situação em que se encontrava, sendo um colaborador dos invasores romanos, não podia frequentar o Templo. Apesar de não lhe faltar nada, pois era rico (Lc 19,2), sentia-se marginalizado, por causa da ignorância e indiferença com quais era tratado.

Um dia, a notícia inesperada e eletrizante, chegou aos seus ouvidos. Um mestre ambulante, chamado também de profeta, Jesus de Nazaré, estava entrando na sua cidade, Jericó. Já ouvia falar dele, mas nunca teve oportunidade de vê-lo. Quando soube, por onde estava passando, largou o seu escritório e correu atrás da multidão que cercava o Pregador.

Infelizmente, não conseguia ver aquele Rabi, pois era de baixa estatura (Lc 19,3). E o desejo de vê-lo dominava todo o seu ser. Deixando do lado, então, o seu status social, correu para frente e... como uma criança, subiu numa figueira, pacientemente esperando ali, Jesus passar (Lc 19,4).
O final da história é muito feliz. O Senhor hospeda-se em sua casa, para a alegria do próprio Zaqueu, dos seus companheiros errantes e para o escândalo de todos os “corretos”. Em seguida, acontece um milagre de comunhão. O Zaqueu, comovido, decide mudar de vida e recompensar todas as faltas cometidas. Enquanto isso, Jesus, anuncia que assim, “hoje a salvação veio a esta casa” (Lc 19,9).

O Zaqueu, sou eu. Você pode ser, também, se não se conformar com o seu pecado (para ficar claro, não se trata de uma atitude considerada como tal, mas do egocentrismo, raiz de todo mal).
Agora, neste tempo de graça, o Tempo do Advento, o Senhor nos fala, como falou a Zaqueu: “Desce depressa”. Desce da altura da sua megalomania, do seu egocentrismo e ganancia... Desce das suas expectativas arbitrárias e das preocupações. E continua: “hoje EU devo ficar na tua casa” (Lc 19,5). Eu no centro. Todo o resto, que compõe a tua vida deve servir a tua verdadeira felicidade, para qual fostes chamado a vida, e que está em Mim.

A ignorância de Zaqueu o mantinha na margem da vida, mesmo que tivesse muitos bens materiais e podia comprar quase tudo (já que era “muito rico”, Lc 19,2). A ignorância dele era vencível e, graças a sua determinação, foi vencida. O homem teve uma experiência excepcional, que provavelmente nunca imaginava. É assim que Deus faz com a gente. Basta, não teimar na ignorância, basta não se conformar com o pecado.

Zaqueu é um modelo universal de como se posicionar perante a ignorância. As suas atitudes, seus passos até encontrar Jesus, formam um itinerário para toda pessoa. Nos dizem que não há situações sem saída. É preciso ter a esperança, pois a vida da gente é preciosa nos olhos de Deus e Ele fará tudo, para nos encaminhar para direção que conduz a felicidade. O importante é que, de fato, não nos acomodamos e não queiramos permanecer na ignorância. É preciso, como Zaqueu, superar as conveniências, vergonha, conforto, comodismo... O sacrifício é indispensável. Este é processo e o tempo de esperar, faz parte dele.

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