domingo, 30 de outubro de 2016

Compras compulsivas. Pega somente o que precisas.


A cultura do descartável e do provisório, como costumava falar papa Bento XVI, é um dos “produtos” da sociedade moderna que optou por busca da felicidade, sem levar em consideração o Projeto de Deus. O ser humano tenta preencher o vazio do seu interior recorrendo a diversos meios, entre eles ao consumo descontrolado de “tudo que encontra na sua frente”...
Este problema é um problema espiritual, antes de ser psicológico. A espiritualidade madura nasce e cresce, a partir da fé em Deus. Por incrível que pareça, mas o mal moderno, do vazio interior, atinge um incalculável número de pessoas, que se dizem crentes. E onde está o problema? Na concepção da fé, evidentemente.
A fé não consiste em acreditar (admitir) a existência de Deus, como Criador e Senhor, mas consiste em ADERIR ao seu Projeto de Vida. Acreditar que Deus me ama e que o melhor para mim e, em seguida, comprometer-se, aderindo ao Plano de Deus que quer todos felizes. Quando falta este compromisso, pode-se ver uma fé débil e inútil, semelhante a oração má, o que dizemos na postagem anterior.
Dizem, que o Sócrates, filósofo grego, considerado um dos homens mais sábios e inteligentes da sua época, que viveu no século V, antes de Cristo, conhecido também como homem extremamente ascético, costumava passear com frequência pelo mercado popular. Não tinha medo de escandalizar aqueles, que o conheciam como asceta e desprendido. Ia ao mercado só para olhar as coisas que não quis possuir. Assim, ele confirmava a sua convicção de que não precisava nada mais, além do que tinha, para ser feliz e ter a paz.
Para os crentes em Deus Trinitário, Jesus Cristo propõe um caminho de vida muito parecido ao de Sócrates. Ir pela vida, levando somente o necessário (Lc 10,4; Mc 6,7-11), porque Deus vai cuidar do for preciso a mais.
Pergunte-se a si mesmo: Realmente estás precisando de roupa nova, do novo smartfone, de trocar carro novamente, etc? O que realmente vai ganhar com isso? Ou, talvez venha a perder algo, se não fizer aquela aquisição?
Faz bem lembrar-se de alguma situação quando a gente desejou muito algum objeto (joia, computador, bicicleta, roupa). E quando já o conseguiu, depois de um tempo, surgiu um outro desejo, que começou a “perseguir” e dominar os pensamentos. I assim vai...
E se hoje, você abrir as suas gavetas e olhar mais atentamente as prateleiras... E se notar que ali há várias coisas que há muito tempo não utilizou, ou até, nem sabia que tinha? Não é para logo se desfazer de tudo, mas para fazer uma experiência e ver o efeito do compulsivo acúmulo de bens.

Se a gente pensar bem e perceber que tem o suficiente na vida para ser feliz, estaria livre de perturbações, que acompanham desejos de acumular constantemente os bens. O “prestigio” que se pode ganhar no ambiente do trabalho, colegas, vizinhos pode ser mera manifestação das carências, que deste modo se tenta satisfazer.
A exortação de Pedro é bastante válida e útil: “Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé” (1Pd 5,8-9).




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