quinta-feira, 28 de março de 2019

Evangelizar. Conversão Pastoral. Igreja e Missão. Projeto de...


Como imagino organizar a Pastoral, para ser efetiva

PROPOSTA PASTORAL ( I )

Não é segredo para ninguém que a vida pastoral da Igreja tem muito a desejar. Tem tanto a desejar, que na verdade, chega-se a duvidar. Ainda é, ou já não é uma pastoral. Os organismos que constituem a Pastoral da Igreja, no momento atual, estão “infectados e viciados” a tal ponto que, honestamente, nem deveriam ser denominados como tais, pois podem levar a confusão e escandalizar, a quem espera encontrar um ambiente para caminhar e crescer na fé. Infelizmente, em vários grupos, chamados de “pastorais”, parece não haver a “Vida”...
Os membros de diversas pastorais da Igreja não passam de serem “consumidores”, que querem se beneficiar dum determinado grupo e satisfazer seus desejos e suas expectativas, lamentavelmente, divergentes da essência da vida de fé, que consiste em fazer a Vontade de Deus. Com isso, não há pastor e não há ovelhas, naqueles agrupamentos (cada um quer se apascentar a si mesmo, fazendo o que quer e quando quer). Exagero? Observe!

                            Cuidar, Reformar, Pintar as sepulturas só faz a diferença “por fora”...

Quero frisar que estas não são acusações! Muito pelo contrário, é a tentativa de um frade franciscano que, sem pretensões e expectativas, simplesmente procura fazer a sua parte, desejando contribuir com esforço daqueles que amam e edificam a Igreja de Cristo.
Sabe-se que o Princípio (a Essência) de toda a vida é invisível. Ela é um Mistério, que se manifesta em formas diversas, a começar pela “vida material”, biológica, humana, social, etc.  Entre inúmeras formas de vida existe a vida espiritual (interior) do ser humano. É uma vida específica que se pode expandir e se pode encolher, dependendo das circunstâncias, que geralmente são opções pessoais. Pode, também, chegar ao estado de “morte” (ainda que nunca morre). A morte espiritual, acontece quando alguém deixa-se invadir e dominar pelo Grande Vazio (veja: Gn 2,15-17; 3,1-13. 23-24). Daí, então, tal “morto”, aparentemente vivo, começa a explorar apenas a dimensão biológica da sua existência humana.

Esse processo, ao meu ver, vem acontecendo na vida da Igreja, que é um Corpo (o Corpo Místico de Deus, de Cristo) composto de vários membros e órgãos. A mais comum forma, na qual se expressa este Corpo, são as irmandades, associações, sociedades, e outros, inúmeros grupos. As Pastorais, amplamente promovidas pelo Concílio Vaticano II, iam ser uma expressão mais completa do Mistério da Igreja e “instrumentos” da sua missão evangelizadora.

Uma Pastoral, no pensamento da Igreja, é um grupo de discípulos-missionários que, pela própria natureza ,da sua identidade assumida, se torna grupo de pastores-ovelhas, continuando a ser discípulos. Para que isto aconteça, há necessidade de conversão pastoral, a qual chama o Papa Francisco e o Documento 100, da CNBB, “Conversão Pastoral”.
Daí é que vem a necessidade de encontrar algum meio, com a finalidade de recuperar a ideia primária da Pastoral, como modo de ser da Igreja, como seu “instrumento” no cumprimento do Mandato Missionário (“Portanto, ide e fazei com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” - Mt 28,19-20).

Por algum tempo, de fato, as Pastorais da Igreja tiveram certo impacto na qualidade de vida espiritual (eu ainda me lembro daqueles tempos). Mas, com o passar do tempo, com a expansão da modernidade, a Igreja deixou-se “invadir” pelo secularismo (com todo tipo de “ismos”) e, até mesmo, pela descristianização. Então, as Pastorais começaram a se desorientar e esvaziar...
Hoje, na maioria das organizações eclesiais, não se nota mais, uma viva paixão pela Vida... O que se destaca, porém, é a movimentação, agitação, inquietude... A organização, relatórios, campanhas, encontros, etc.... Em soma, as estruturas parecem ser interpretadas como a verdadeira Igreja de Cristo.

Portanto, há necessidade urgente, duma reflexão serena e tranquila, mas corajosa, sobre o que está acontecendo com a Igreja. E tudo na luz da Verdade. Caso contrario, não fica difícil prever que, promovendo apenas “a manutenção” das estruturas pastorais, na situação em que elas se encontram hoje, só se pode esperar a agonia final.

Fixe-se bem: as estruturas eclesiais são apenas “vasilhas” para a VIDA! Elas, em si, não são a Vida! Eu não sei como entender as pessoas, sobretudo os clérigos, que procuram sustentar, defender e alimentar este atual “modelo de pastoral”. Será que não percebem que nestas expectativas se esconde uma ilusão, que é perigosíssima ameaça da salvação dos “pequeninos” (Mt 11,25)?
Tenho plena consciência, que não basta questionar, se não oferecer uma alternativa, mesmo simples, mas concreta. Então, o que fazer, concretamente, para que a Vida volte a habitar às almas e às Comunidades?
Continuará...


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