Como imagino organizar a Pastoral, para ser efetiva
PROPOSTA PASTORAL ( II )
É óbvio que
não existe “um documento-instrução” para ser meramente executado. Acho que, no
primeiro passo, devemo-nos deixar a
questionar, na sinceridade do coração, sobretudo, pelo que está acontecendo
hoje. Em seguida, tentar procurar a Vida.
Procurá-la em tudo (porque, Ela está em tudo ao nosso redor). Enfim, a Vida é
Espírito, e o Espírito é a Vida (Jo 6,63; 1,33).
A Paixão pela Vida deve ser o maior desejo de cada cristão e
o fundamento da vida pastoral. Para “o que fazer” gostaria de propor uma
“estratégia”. Não invenção minha e não é novidade nenhuma. É o que a Igreja
pede, sobretudo, através do Concílio Vaticano II.
Escolher um grupo de pessoas (quanto maior, tanto melhor) que possuem seguintes
qualidades:
ü # A boa vontade e disponibilidade;
ü # Ao menos, um pouco de inteligência e capacidade
de compreender (hoje, sobretudo nas periferias pode ser um problema);
ü # Algum tipo de atração pelo invisível-infinito (não
sendo meros “frequentadores”);
ü # O hábito de ler, o desejo de participar dos
encontros de formação, de estudo, etc.;
ü # Que demonstram possuir algum ideal;
ü # Que são “inquietos”, questionam,
“investigam”, perguntam;
ü # Que possuem algum talento, como: cantar, tocar instrumento
musical, ler bem em público, etc.;
2ª Etapa.
Trabalhar formando estas pessoas selecionadas (como são Paulo, At 18,
5-11; 19,8-10), até chegarem a certa segurança, acerca da sua identidade
cristã-católica. Certamente, este trabalho não deve demorar menos que um ano,
com pelo menos dois dias por semana (cf. referencias acima).
Esta etapa poder-se-ia concluir com um tipo de “Iniciação”
(por ex. a Renovação do Batismo, declaração verbal do comprometimento, durante
a Eucaristia dominical, ou por escrito, como uma adesão consciente a
Igreja-Corpo (pode-se providenciar e entregar, alguma medalhinha ou cruzinha,
como sinal concreto, que vai lembrar o compromisso assumido).
3ª Etapa.
Concluída a
2ª etapa, promover
um evento de evangelização, mas não evento central (paroquial) e,
sim, em alguma parte da Paróquia (bairro, setor), para assim facilitar melhor
participação dos moradores e, futuramente, trabalhar pastoralmente naquela
região. Assim, seria realizado o sonho do Concílio Vaticano II, duma Igreja, Comunidade das Comunidades.
1/ um evento
aberto para todos os moradores;
2/ visita
nas casas do bairro/setor;
3/ a 1ª
reunião com os que aceitarem convite de continuar buscando a Deus;
4/ Tentar
organizar a infraestrutura, mesmo provisória, (espaço para atividades pastorais
e celebrações);
5/ Repetir este processo em todos
os bairros/setores, atingindo todo o território da paróquia.
Concluída a evangelização de toda Paróquia (Comunidade
distrital, Diocese), forma-se o Conselho Pastoral, composto dos representantes
das Comunidades recém-formadas.
O seguinte passo será organizar as Pastorais, desta gente
convertida e comprometida, como expressão dum compromisso maior, de viver a fé
e participar da Missão da Igreja. Assim nos livraríamos da mentalidade egoísta (a fé individual, isolada) que
paralisa a evangelização e da mentalidade hospitalar (só
lembra da Igreja, quando algo incomoda).
Obs.:
1/ Depois de
realizar a evangelização num bairro, deve-se instituir uma estrutura dirigente local (se possível), que contaria com o apoio do
Corpo Central (Matriz), dos evangelizadores designados pelo pároco.
É importante que haja um coordenador, uns formadores-catequistas
(para realizar encontros de estudo, formação, oração – pelo menos uma vez por
semana) e alguém que seria responsável pelos bens materiais.
2/ A primeira Liturgia (Eucaristia) poderia
ser celebrada (para os que “caminharem” naquela Comunidade) depois de um tempo
considerável de perseverança, de verificação dos conhecimentos e do compromisso.
Um, ou uns, dias antes da Liturgia, poder-se-ia celebrar o
Sacramento da Reconciliação (se todos forem batizados) e/ou do Batismo, dos
catecúmenos antecipadamente preparados.
3/ Estas pessoas, além de continuarem a caminhar e crescer
na vida de fé (conhecimento mais aprofundado, práticas piedosas, encontros
fraternos) começariam a auxiliar o “Corpo Central Paroquial”, no progresso da
evangelização e nas iniciativas pastorais e espirituais.
Att. Nunca
começar o “recrutamento” dos futuros servos de Cristo, membros das pastorais,
por qualquer promessa, tipo: “vai ser bom”... A Igreja não é um clube...
***
Todas as ideias aqui expostas, de como organizar e/ou
iniciar a Pastoral numa Paroquia, servem, antes de tudo como uma PROVOCAÇÃO.
Por sua vez, valem igualmente para
qualquer Pastoral específica a ser criada ou, já existente (que necessita
de recuperar a vida), tanto numa Paróquia, quanto numa Diocese.
É perfeito e
único este projeto, está ideia? É óbvio que não o é. E não se trata de ser mais
um “esquema”. É uma tentativa de iniciar e/ou recomeçar o diálogo dentro da
Igreja, que precisa ter interesse da sua própria vitalidade e virilidade. É a
questão da nossa identidade de crentes, de filhos de Deus! “Pro”-“vocar”, para deixar-se questionar.
Não se procure e não se favoreça o companheirismo dentro
da Igreja... A origem dele não é evangélica. A Igreja é uma Comunidade
de irmãos, corresponsáveis reciprocamente pela salvação eterna...
***************
Alguém pode
dizer: Exagero! Fantasia! Caçada de bruxas! Frescura!
Poder, pode.
Mas, será que tudo que falei é uma pura fantasia? Tudo na Igreja está
caminhando, realmente, como o Fundador Divino deseja?
Ora, não podemos desconsiderar o FATO, de que há uma
NECESSIDADE urgente para evangelizar o mundo e, também, a própria Igreja,
composta na maioria dos “membros declarados” e “fregueses”, que vem fazer os
seus negócios. Para esta obra evangelizadora, não bastam diversos encontros e
formações, pois para formar é necessário
ter um material adequado para isso (para “formar” algum vaso, um oleiro
precisa de argila macia e não de uma pedra). Hoje os pastores conscientes da
Igreja precisam empregar os métodos praticados no começo da Primeira
Evangelização.
Nenhum comentário:
Postar um comentário