quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Igreja. Crise. Conversão. Tribulação. Purificação

Purificação da Igreja para a vida mais plena

Imagino que, a grande maioria dos que vistam este blog, são cristãos, ou seja, têm a mesma visão da vida e do mundo que o Cristo revelou. Portanto, não é segredo para a ninguém, que a Igreja, o Corpo Místico de Cristo (1Cor 12,12-14) foi incumbida a propagar esta mundivisão, que consiste em “recapitular todas as coisas em Cristo” (Ef 1,10). Isto é, conduzir tudo ao Cristo, o Único Salvador e Intercessor, entre o mundo finito e infinito. "Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim"... (Ap 22, 13).

A crise global que está se agravando cada vez mais, é vinculada a crise da Igreja de Cristo. De certo modo, arriscaria de dizer, tendo a sua contribuição. Talvez, nem sempre consciente e proposital, como é o caso da maioria dos adeptos da TL (teologia de libertação), que ingenuamente acreditaram nas promessas ilusórias do “maço-comunismo”. Mas, o fato é que a Igreja está para atravessar a maior crise da sua história.

Num periódico mensal, encontrei fragmentos dos escritos e dos discursos, do padre Joseph Ratzinger, posterior papa Bento XVI. Resolvi traduzir uma parte deles, para o proveito de quem tem procurado viver, enxergando os “sinais dos tempos” (Lc 12, 54-59; Lc 19,44). Estas palavras soam hoje muito profeticamente.

“Da crise atual surgirá a Igreja do amanhã - a Igreja que perdeu muito. Será pequena e terá de recomeçar, mais ou menos do zero. Não será mais capaz de ocupar muitos dos edifícios que ergueu em tempos de prosperidade. Visto que, o número de seus seguidores diminui, logo perderá vários dos seus privilégios sociais. (...) Sendo uma pequena comunidade, colocará muito mais ênfase na iniciativa de seus próprios membros. Sem dúvida, descobrirá novas formas do ofício sacerdotal e vai ordenar ao sacerdócio, cristãos provados, que já exercem alguma profissão”...

Com muita preocupação notamos o deslocamento de atenção da Igreja para as questões secundárias ou, até, desnecessárias, em vez de ocupar-se, antes de tudo, com evangelização efetiva e catequização sólida, adequadas para os tempos modernos. Em consequência disso, vem crescendo a ignorância religiosa e moral dos fieis, e a degradação cada vez maior do mundo ímpio, que devia ser evangelizado pela Igreja...

“A Igreja será uma comunidade mais espiritualizada, que não se serve do mandato político, nem namora com a esquerda ou com a direita. Isto será difícil para a Igreja, porque esse processo de cristalização e purificação, a custará muita energia valiosa. Tudo isso fará que a Igreja será pobre e se tornará uma Igreja dos pequenos”.

Tem de vir o tempo da purificação, pois a Deus ama a sua Igreja e ela não perecerá (Mt 16,18). No entanto, tem de acontecer o despojamento de tudo que ofusca a sua verdadeira Beleza...

“Por conseguinte, - diz Ratzinger - me parece que a Igreja está para enfrentar os tempos muito difíceis. A verdadeira crise apenas está começando. Teremos que levar em conta que, ocorrerão terríveis distúrbios.... Mas, tenho a certeza do que restará no final: não Igreja do culto político, que já está morta, mas a Igreja de fé. Pode não ser mais uma força social influente, como era até recentemente; mas gozará de um novo florescimento e será vista como um lar para o homem, no qual este vai encontrar a vida e esperança para além da morte. […]

Esse processo será o tanto mais pesado, que será necessário rejeitar a sectária capricheira, como também, a obstinação arbitrariedade. É previsível que tudo isso leve um tempo. O processo será longo e árduo, assim como o caminho do falso progressivíssimo, às vésperas da Revolução Francesa, - quando um bispo podia ser considerado brilhante, se ridicularizasse dogmas e até, sugerisse que a existência de Deus não era absolutamente certa - até à renovação no século XIX.

Não obstante a dor que haveremos de passar (Mt 10,22; 24,9; Lc 21,17; Jo 16,2), uma coisa é certa, que todas essas turbulências durante a crise da Igreja Católica, levarão à sua renovação, a um novo recomeço, mas belo do que no passado, conforme dizia o prof. Ratzinger: “...quando passar esse processo de apuração, um grande poder fluirá da Igreja mais espiritual e simplificada. Num mundo totalmente arquitetado, as pessoas serão terrivelmente sozinhas. Se completamente perderem de vista a Deus, experimentarão todo o horror de sua miséria. Depois, descobrirão um pequeninho rebanho de fieis, como algo completamente novo. O descobrirão, como a esperança que lhes é destinada; como resposta que sempre buscaram secretamente.

Irmãos, chegou a hora, como nunca antes, de não demoramos mais para nos converter e nos entregar a Deus. Só nÉle há Vida...

Fonte: https://misyjne.pl/czy-benedykt-xvi-przewidzial-przyszlosc-kosciola-katolickiego/


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