segunda-feira, 1 de maio de 2017

Dignidade do trabalho. Dia do trabalhador.


O dia 1 de maio, em várias partes do mundo vem sendo marcado pelos protestos e manifestações, em vista de melhora da situação no “mundo do trabalho”. Um dos problemas mais graves, que hoje atingem muitos países do mundo, e o nosso principalmente, é a situação dramática do trabalhador. É o desemprego, é o trabalho precário e mal remunerado, é a necessidade de “fazer bicos” para completar os recursos necessários para honrar os compromissos e garantir uma vida digna a família. Também a migração e emigração têm as suas causas na precariedade das ofertas de emprego. Além disso, o “mundo empresário” tem os seus problemas, que as vezes repercutem no mundo dos trabalhadores. Apesar de tudo, deve-se lembrar a verdade exposta por João Paulo II, na encíclica sobre a dignidade do trabalho humano: “antes de mais nada o trabalho é “para o homem” e não o homem “para o trabalho”. (Laborem Exercens, No 6)

Na mesma encíclica, No 4, o Papa, diz: «A Igreja está convencida de que o trabalho constitui uma dimensão fundamental da existência do homem sobre a terra», não só como um meio de sustento mas, também, como atividade específica que contribui para o desenvolvimento de cada pessoa e da sociedade. Por isso, o trabalho é um direito e um dever, decorrentes da natureza humana. Os cristãos têm, além disso, a razão bíblica, que é a verdade de que todo ser humano foi criado como “imagem de Deus” (Gen 1,27). Jesus Cristo, Deus Encarnado, pelo Seu exemplo e palavras, revelou que Deus continua sendo ativo e criador (Jo 5,17).

O primeiro capítulo do Gênesis, apresenta o “evangelho do trabalho”, como escreve João Paulo II, na citada encíclica, No 7. Este texto bíblico mostra o trabalho do homem como continuação da obra do Criador e não apenas o “ganha-pão”.

Também, o Papa Francisco (no Discurso aos Trabalhadores em Cagliari, aos 22/09/2013), vem lembrar ao mundo, que é muito importante “voltar a colocar no centro a pessoa e o trabalho. A crise econômica tem uma dimensão europeia global; no entanto, a crise não é apenas econômica, mas também ética, espiritual e humana. Na raiz existe uma traição ao bem comum, quer da parte do indivíduo, quer da parte de certos grupos de poder. Por conseguinte, é necessário tirar a centralidade à lei do lucro e do rendimento, e voltar a dar a prioridade à pessoa e ao bem comum”.

E nós? Sem dúvidas, é certo lutar pelas melhoras no mundo do trabalho, mas ao mesmo tempo é preciso que cada um olhe a si mesmo, a suas verdadeiras motivações de trabalhar, bem como a qualidade de todos os trabalhos cotidianos. Mesmo aqueles realizados dentro e ao redor da casa, na escola, no voluntariado. As melhoras no mundo começarão por aqui, pelo meu “pequeno universo”. Será que um salário injusto autoriza alguém a executar trabalhos malfeitos, ou praticar sabotagens? Se você não concorda com as condições oferecidas, não é obrigado aceitar o emprego. Porém, se aceitou, se firmou um compromisso, seja honesto e leal, sobretudo se és um cristão...

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