terça-feira, 29 de maio de 2018

Corpus Christi. Jesus Eucarístico. Eucaristia.

Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo


O mistério da Eucaristia atrai e encanta os crentes, mas... incomoda os “inteligentes” e “iluminados”. A inteligência não é capaz de desvendar o Mistério e a “iluminação” pretensiosa não leva a Verdade, impedindo assim, o proveito que poderia ser lucrado.
Do mesmo modo foi no passado, quando Deus Invisível, se fez Homem e vivia entre os homens, no Oriente Médio. Os crentes (mesmo sendo desprezados e marginalizados pelas vigentes “correções políticas”) se alegravam e aproveitavam da Sua Presença, enquanto os fariseus (de todos os tipos) não conseguiam se conformar, procurando meios para se livrar de tal “embaraço”...
Enquanto isso, a Eucaristia-Presença (diferenciando da Eucaristia-Ação, que é Liturgia) é a máxima expressão do Amor Eterno. Deus sempre quis servir ao homem. Sim! Desde a criação. E, até mesmo, o pecado original não aniquilou aquele divino desejo. Talvez, até, o tinha aumentado (se for possível aumentar o que é eterno) ...
No Cenáculo, durante a Última Ceia, Deus-Homem, deixou ao mundo o maior Presente. Num pedaço de pão, resolveu encerrar a Sua divina Presença. Presença Eucarística do Divino.... Uma presença sempre ativa, acolhedora, serviçal – igualmente como, há dois mil anos, era a Sua Presença em forma Humana. Obviamente, a matéria humana não é Divina, bem como a matéria eucarística, também não é divina, no entanto, nelas o Divino escolheu a Sua Morada... O Pão Consagrado não é Deus, mas Deus está presente nele.
A partir daquele momento, o mundo já não é o mesmo. Sem o saber, iniciou a nova etapa da sua história, começou a viver novamente no Paraíso, tendo Deus ao seu lado. De um modo diferente, pois, modificado pelo Pecado das Origens, Deus está no meio dos homens, ainda que, dum modo velado. Deus entrou no mundo do homem. Entrou muito humildemente e, do mesmo modo, espera para ser reconhecido e aceito livremente pelo homem. Não exige nada, não força, não ameaça. Apenas se oferece...
Para o homem poder viver, de fato, no Paraíso só lhe falta convidar este Deus-Eucaristia, e deixar Ele habitar no seu mundo individual, no seu pequeno universo.
Instituindo a Divina Presença Eucarística, Deus-Homem cumpre, de fato, o que havia prometido: “eu estarei convosco, todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). A Sua presença na Eucaristia não é simbólica, parcial ou temporal (alguns acham que Ele está no Pão, somente durante a Ação Litúrgica). É uma presença real, total (a Trindade) e permanente (enquanto as espécies eucarísticas mantiverem as suas características próprias).
Deus-Homem disse: isto é o meu Corpo...” então, é. É o Corpo de Deus-Homem. É, agora e será depois... pelo poder da Palavra Divina! Deus não faz coisas descartáveis. É a mesma Palavra pela qual tudo foi criado (Deus disse e... foi feito, como lemos no Gênesis), que no Cenáculo, realizou uma “nova criação”... a Presença Divina Eucarística.
Sabemos que a presença humana e atuação, de Deus-Homem, no nosso mundo, não foi perfeita. Foi limitada pelas restrições naturais, como o espaço, como a conjuntura de vida numa pequena nação ou, condicionamentos decorrentes da própria natureza humana (“Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos do céu, nem o Filho. Somente o Pai é quem sabe” Mt 24,36).
A Presença Eucarística, por sua vez é universal, ilimitada e perfeita. Qualquer pessoa, independentemente da raça, cor ou continente pode ter acesso a Deus-Hóstia, através da fé vivida dentro de uma comunidade dos crentes. Há gente que se importa apenas em “comer a Hóstia”, e nem pensa, de deixar esta Hóstia-Presença permanecer na sua vida, “habitar” na sua vida... Este habitar é a verdadeira Comunhão com Deus, sendo sustento da fé, alimento da esperança e motivação do amor.
A Procissão no dia de “Corpus Christi” tem como objetivo a proclamação da fé da Igreja e a expressão do desejo de Deus, de estar com os homens, no seu cotidiano, e de não ser limitado apenas aos espaços sagrados e locais de culto. Deus no meio do Seu povo, no meio dos seus afazeres, das alegrias e tristezas – eis a central mensagem do “Corpus Christi”.
Viva Deus-Eucaristia!


domingo, 27 de maio de 2018

Deus Único e Trino. O Verdadeiro. A Trindade.


A Liturgia do primeiro Domingo depois do Pentecostes, nos convida adorar e contemplar a Deus, no Seu Mistério de vida, Trinitário. Deus Um e Trino (três Pessoas) ao mesmo tempo, é uma existência que escapa da nossa capacidade de compreender, contando apenas com recursos humanos. É um mistério da fé. Somente através da fé, que o homem reconhece e aceita a livre iniciativa da Revelação do Divino, podendo assim, aproximar-se ao fenômeno da Trindade na Unidade de Deus.  
Desde o Concílio de Nicéia, realizado no ano 325, a Igreja professa a verdade da Unidade e Trindade de Deus: “Cremos […] em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido do Pai como Unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial com o Pai, por quem foi feito tudo que há no céu e na terra. […] Cremos no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai, com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o qual falou pelos Profetas” (Credo de Nicéia).
Deus Uno i Trino, não é uma teoria, especulação filosófica ou teológica. É modelo de vida para nós, crentes e, por meio de nós para todos os homens. Todos fomos criados a imagem deste Deus-Comunidade... Graças Seu Amor compassivo, podemos fazer parte da Vida Divina, pois através do Batismo nos adota como Seus Filhos. Não só de nome, mas de fato (1Jo 3,1; Rm 8,15-17). Sobretudo nos, membros da Igreja, precisamos nos esforçar para viver como Deus: a unidade na diversidade.
Como filhos adotivos devemos viver em Deus constantemente. E vivemos n´Ele por meio do ofertório, duma contínua entrega, a exemplo do ofertório durante a Ação Litúrgica. Assim, portanto, como no Sacrifício da Missa não há Comunhão, se não houver o ofertório, assim também, na vida dos crentes. Os expectadores ignorantes “comem” o Pão Sagrado, enquanto os crentes, que sabem se oferecer, por meio do mesmo Pão Sagrado, vivenciam e alimentam a Comunhão dos Bem-aventurados...
Sempre, quando fazemos o sinal da cruz, devemos lembrar que ele é a mais breve e mais completa síntese da nossa fé e, assim, expressar a alegria e gratidão ao Amor Uno e Trinitário, que nos chamou a participar da Sua Vida. Gratuitamente!

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Formação na Igreja. Catequese. Ignorância religiosa.




A formação na Igreja
é uma exigência urgente e indiscutível. Alguém pode dizer: “mas que descoberta, heim? Todo mundo sabe disso, e a Igreja o faz”. Pode ser, que sim, pode ser que nem tanto... Contudo, tenho a coragem de insistir e defender esta afirmação, que exatamente, o que falta mais na Igreja é a formação. Isto debilita a Igreja e a reduz ao nível de uma das organizações, no melhor caso - não-governamentais...

Sim, continua-se fazendo na Igreja (na maciça maioria das Comunidades) uma “catequese”, que na verdade é um fingimento do ensino, pois consiste em repassar certa porção de informações sobre Deus e sobre a doutrina cristã. O ensino, sugere que está se ensinando, neste caso: de ser um cristão. Omitindo a qualidade e a pedagogia deste “ensino”, quero dizer, que a informação ainda não é a formação. E o que a Igreja necessita é a formação.

Está passando da hora de compreender, que Igreja precisa fazer uma revisão profunda de todo seu processo de formação cristã, começando pela preparação para os Sacramentos da Iniciação, na qual não deve parar. É preciso levar em consideração todas as dimensões da pessoa: a dimensão humana, cristã e social. Formar, significa “fazer”, a partir da forma. E a forma é Jesus, o Cristo de Deus!

Um cristão, em processo de formação, que deve ser contínua, precisa querer, independentemente se conseguir ou não, assemelhar-se a Jesus Cristo, em Sua relação com o Pai, com as pessoas ao seu redor, e com as coisas materiais.
A formação é uma condição de fidelidade, livre e criativa, a Deus verdadeiro. Dela depende o presente e o futuro da vida da Igreja. Não formando, como Jesus o fazia e como ordenou (“Ide, pois, e fazei discípulos meus todos os povos...”, Mt 28,19), estamos sabotando ou participando da sabotagem da Igreja, fazendo dela uma caricatura do Corpo Místico de Cristo.

Faça a sua parte, se puder...



quarta-feira, 23 de maio de 2018

Igrejas vazias... Preocupar-se?


Preocupar com igrejas vazias?
Não só no Ocidente Europeu, que a maioria das pessoas que participam da vida de Igreja são os idosos. No Brasil, ainda temos a diversidade, mas, o problema já está “às portas” e só não o enxerga, quem não quer. Estamos perdendo o contato real com os jovens e adolescentes. Esse fenômeno não atinge apenas a Igreja Católica, o que parecem sugerir certos meios de comunicação. O homem moderno, cada vez mais deixa de levar à sério, “eventual” vida futura, que não seja concreta, agradável e fácil de ser alcançada e consumida...

Devemo-nos preocupar com isso? Sim, e não necessariamente. Tudo depende do ponto de vista. Se nos apegarmos ao jeito de viver a fé no passado, então, teremos motivos de nos preocupar. No entanto, a vida é um processo. Um constante dinamismo. As pessoas mudam continuamente, até mesmo, num curto período de tempo. Estas mudanças são mais amplas e mais profundas, quando se trata do período mais longo. Sem considerar este fato iremo-nos preocupar inutilmente, o que será um erro fatal. 
Então, fazer o que? Deixar que estas mudanças esvaziem as igrejas totalmente? Deixar que a nova geração se afunde no vazio e desorientação? Dizer que “não tem mais jeito”? Também, não. Algo deve ser feito. Soluções prontas e mágicas, obviamente, não existem.
Parece que, primeiramente, deve-se redefinir atuais maneiras de evangelizar (ali onde acontece a evangelização e não uma mera manutenção das estruturas, muitas vezes sem a vida), formar os evangelizados (catequese) e revisar, dinamizar as estratégias pastorais, com intuito de ser uma presença na sociedade que incomoda. É bem provável que, como resultado haverá menor número de membros na comunidade, porém, sem dúvida, serão de melhor qualidade espiritual.
Até o presente, na maioria das comunidades eclesiais a formação dos membros começa, e consiste, em conhecer o catecismo (parece que os irmãos protestantes são mais práticos e concretos que os católicos). A pedagogia escolar, geralmente se limita a memorização de certos conteúdos, sem a possibilidade de verificação dos efeitos. Esta prática precisa ser revisada e modificada. Se não levar ao encontro pessoal com o Deus Invisível, não serve, a não ser... para alimentar a ilusão.
Quanto aos jovens e adultos, seria interessante começar pela diaconia [serviço], ou seja, envolver as pessoas em projetos de serviço ao próximo. Um dos meus colegas, sacerdote, certa vez na hora do almoço comunitário, disse: “muita gente que está aqui, entrou na igreja pela cozinha”... Pois é. Engajar nas obras de caridade. Criar espaços parecidos a este, onde as pessoas podem conhecer o Evangelho, como que, espontaneamente, de um modo natural fazendo o que Jesus Cristo fazia. Daqui já é um passo apenas, para se identificar com a Igreja que repete e multiplica os gestos de Jesus. Assim começa o discipulado do qual falta um outro passo para assumir o compromisso missionário.


domingo, 20 de maio de 2018

Espiritualidade e felicidade


Espiritualidade - a condição de felicidade   (tradução)
Pe. Marek Dziewiecki, Niedziela, 05/2018
A diferença entre o ser humano e os animais, consiste em seu comportamento, que não é determinado por instintos ou impulsos, mas depende da esfera espiritual. As pessoas mais diferem entre si em espírito do que no corpo. É a diferença no desenvolvimento espiritual que determina que, numas pessoas podemos confiar e desejar amizade com elas, enquanto evitamos outras, porque são agressivas e imprevisíveis. A sorte de cada um de nós depende do grau de desenvolvimento espiritual.
Graças à espiritualidade, o homem é capaz de fazer aquilo que o seu corpo é incapaz de fazer. Pode se converter, amar e sonhar. O corpo não é capaz disso. É o espírito que faz o homem capaz de fazer, o que ele todo quer fazer, não o que quer apenas uma parte de sua humanidade, como por exemplo, suas emoções, instintos ou impulsos.
O espírito protege o homem
A espiritualidade para o homem é aquilo que, para um computador, é o sistema operacional ou, aquilo que para os animais são os instintos e impulsos. Se um computador tiver programas infectados, ele deixará de funcionar normalmente. Da mesma forma, se um animal tiver instintos alterados, ele pode até, morrer. Igualmente, fica seriamente ameaçado um homem que não desenvolve a sua esfera espiritual. Tal indivíduo, não sabe quem é, nem para que vive. Está desorientado no mundo que o cerca e, também, fica confuso no relacionamento consigo mesmo. O homem despojado de espiritualidade, é incapaz de buscar a verdade, de amar ou dominar a si mesmo. Apenas, um homem espiritual, pode governar racionalmente o seu próprio corpo e construir relacionamentos baseados no amor, e não na luxúria ou no afeiçoamento. É o espírito que faz, com que o homem é capaz de criar poesia, tocar piano, pensar abstratamente ou comunicar o amor.
Um espírito desvirtuado distorce tudo
A espiritualidade desordenada deturpa o raciocínio, despoja da liberdade, mistura o bem com o mal. Faz com que o homem adota atitude pervertida em relação ao corpo; torna-se o seu escravo ou seu inimigo. O conhecido ditado diz, que: a “mente sã em corpo são”. Na verdade, é o contrário. É o espírito saudável que capacita o homem para cuidado pelo corpo saudável, porque o espírito é que governa o corpo. É por isso, que as doenças do espírito são muito mais perigosas que as doenças do corpo. A Bíblia, em muitos lugares nos adverte para não sermos homens carnais, isto é, aqueles para quem a corporeidade é o mais importante ponto de referência e, que fazem, o que seu corpo deseja. "Os que vivem segundo a carne têm a mente voltada para o que a carne deseja; mas os que vivem de acordo com o Espírito, têm a mente voltada para o que o Espírito deseja. (...) os que estão na carne não podem agradar a Deus." (Rom 8,5. 8). Não é a culpa do corpo quando alguém se sujeita ao corpo e quando se torna seu escravo, como se ele fosse apenas um corpo, e como que não tivesse nenhumas outras aspirações, além das carnais, que infelizmente, não são suficientes a ninguém, para a alcançar a felicidade. Os erros cometidos na esfera corporal sempre resultam da fraqueza do espírito.
O que é a espiritualidade?
A espiritualidade é uma capacidade de um homem se entender a si mesmo. É uma capacidade de buscar respostas para as mais importantes perguntas: Quem sou eu? Por que existo? Para onde vou? Com base em laços e valores posso alcançar o propósito principal da minha vida?
A espiritualidade é a prova de que não somos filhos da matéria inconsciente de si mesma, mas, que fomos criados à imagem e semelhança de Deus que é Espírito. Exclusivamente a espiritualidade pode nos libertar do domínio dos instintos e impulsos. Graças a ela, é possível diferenciar as pessoas dos animais.
A espiritualidade nos introduz no reino das pessoas cujos corpos foram feitos do pó desta terra, mas, cuja humanidade é o resultado do sopro do Espírito de Deus em nós. A espiritualidade madura leva à maturidade em todos os âmbitos da humanidade. Apenas o homem espiritual é capaz de pensar com sabedoria, amar com oblatividade e trabalhar honestamente. A espiritualidade desempenha o papel de um núcleo central que dirige a vida. O que os hormônios são para um corpo, o que o consciente é para a psíquica e a consciência para moralidade, a espiritualidade é para todo ser humano. Ser um discípulo de Cristo é avançar na profundidade da espiritualidade. É, através dos olhos do espírito, ver o homem inteiro e se admirar com a sua individualidade. São Paulo nos lembra: "Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se o Espírito de Deus habita em vós" (Rom 8,9). A condição da maturidade espiritual é a abertura do homem à luz do Espírito Santo.
A negligência do espírito
Um sinal alarmante do nosso tempo é que muitas pessoas se importam mais com o bem-estar material do que com o progresso espiritual. Estão mais interessadas ​​no que possuem, do que na qualidade de pessoa que estão se tornando. É uma situação perigosa, porque quanto mais o homem é imaturo espiritualmente, tanto mais não sabe beneficiar-se acertadamente do bem-estar material. As pessoas imaturas espiritualmente acreditam que a garantia e a condição da felicidade, é o corpo saudável, e não espírito saudável. Quem sucumbe a tais ilusões, prejudica não apenas o seu espírito, mas também o seu corpo.
Jesus repreendia mais severamente aqueles que pecaram com espírito do que aqueles que pecaram com o corpo. A negligência no progresso espiritual resulta não apenas da falta de compreensão da importância da espiritualidade em nossas vidas, mas também, do fato de que as necessidades espirituais não são tão fortemente sentidas por nós, como as necessidades corporais ou emocionais. A esfera espiritual é silenciosa e delicada. Ela não grita. É por isso, que o homem mais facilmente se concentra no corpo, ou nas emoções, do que no cuidado pelo espírito.
Distorções na área espiritual
Uma perigo radical da espiritualidade é o vazio interior. O homem que banaliza o espírito confunde o que é bom com o que é agradável. Ele repete os erros que levaram muitas pessoas a vícios, desproteção ou desespero. Comporta-se da mesma maneira que elas, e mesmo assim, "pensa", que a sua sorte será melhor. Jesus alerta com firmeza perante o vazio espiritual quando diz: "Vocês têm olhos e não veem; têm ouvidos e não ouvem" (Mc 8,18).
A manifestação típica do vazio espiritual pode se ver, numa situação quando alguém declara que faz o que ele quer, mas ao ser perguntado, sobre quem ele é, silencia, porque não sabe quem é, e para que vive. Portanto, não pode saber o que ele quer. As pessoas vazias espiritualmente prejudicam a si mesmas e se distanciam de seus próprios sonhos e aspirações. Vivem a partir do princípio, de que, de alguma forma, tudo vai dar certo. O homem vazio espiritualmente rende-se aos instintos, impulsos, emoções, a moda, a publicidade ou, ao estilo de vida promovido pela mídia dominante.
Algumas pessoas acreditam que a espiritualidade é uma sensibilidade emocional, as sensações estéticas, o encanto pela natureza ou exercícios de concentração. Todas estas habilidades são aptidões psíquicas, mas, não espirituais. As crianças pequenas, também, sabem comover-se com um animalzinho, apreciar o pôr-do-sol ou admirar uma música. No entanto, isso ainda não significa, que as crianças já estejam amadurecidas espiritualmente. A espiritualidade não é uma reflexão sobre qualquer coisa. Ela é uma contemplação do mistério do ser humano, ou seja, de alguém semelhante a Deus. A admiração da natureza ou emoção com a música, nunca me explicarão quem sou eu, ou como eu devo agir.
Critérios de maturidade espiritual
O teste da maturidade espiritual é uma consciência de que, desde que sou capaz de pensar e amar, não me origino da matéria, porque a matéria não pensa, nem ama. Já que tenho sonhado com um grande amor e estou aprendendo a amar, embora eu não seja amor, significa que existe alguém que é amor e de quem eu posso aprender a amar.
O homem que avança para a profundidade espiritual, entende que a sua existência é linda demais e, incomum demais, para ser apenas uma obra acidental. A espiritualidade permite descobrir que sou filho de Alguém maior do que eu, de Alguém que me entende, ama e ensina a amar. A espiritualidade preserva da vida no egoísmo e da decepção consigo mesmo, em particular, quando começo a descobrir que, eu mesmo, não sou suficiente para a minha própria felicidade.
O homem maduro espiritualmente, sabe que não será feliz, se privilegiar apenas alguma parte de si mesmo, à custa das demais dimensões da sua humanidade. Tal homem, não procura satisfazer as necessidades corporais à custa da sua consciência ou da sua dignidade. Ele sabe que, depois do pecado original, nesta terra, não se pode ser feliz sem esforço e vigilância, sem disciplina e sem exigir de si mesmo, sem vínculos nobres e sem princípios sábios. O homem maduro espiritualmente entende que, para a sua felicidade nada é suficiente, além dum grande amor, e que a vida fora do amor, se torna uma agonia, ou seja, uma morte lenta e dolorosa.

Recomeço do Blog - mais um...


Mil desculpas, para os que visitavam este Blog, pelo desleixo meu... Mais uma vez deixei o tempo passar... Nada escrevi, apesar das boas intenções... 
Na semana, que acabou passando, numa revista, encontrei artigo bem interessante, concreto e muito útil, que resolvi traduzir e... partilhar. O título do artigo é: “Espiritualidade - a condição de felicidade”. 
Talvez, a partir de agora eu consiga me motivar para produzir algo, pelo menos de vez em quando...