quarta-feira, 23 de maio de 2018

Igrejas vazias... Preocupar-se?


Preocupar com igrejas vazias?
Não só no Ocidente Europeu, que a maioria das pessoas que participam da vida de Igreja são os idosos. No Brasil, ainda temos a diversidade, mas, o problema já está “às portas” e só não o enxerga, quem não quer. Estamos perdendo o contato real com os jovens e adolescentes. Esse fenômeno não atinge apenas a Igreja Católica, o que parecem sugerir certos meios de comunicação. O homem moderno, cada vez mais deixa de levar à sério, “eventual” vida futura, que não seja concreta, agradável e fácil de ser alcançada e consumida...

Devemo-nos preocupar com isso? Sim, e não necessariamente. Tudo depende do ponto de vista. Se nos apegarmos ao jeito de viver a fé no passado, então, teremos motivos de nos preocupar. No entanto, a vida é um processo. Um constante dinamismo. As pessoas mudam continuamente, até mesmo, num curto período de tempo. Estas mudanças são mais amplas e mais profundas, quando se trata do período mais longo. Sem considerar este fato iremo-nos preocupar inutilmente, o que será um erro fatal. 
Então, fazer o que? Deixar que estas mudanças esvaziem as igrejas totalmente? Deixar que a nova geração se afunde no vazio e desorientação? Dizer que “não tem mais jeito”? Também, não. Algo deve ser feito. Soluções prontas e mágicas, obviamente, não existem.
Parece que, primeiramente, deve-se redefinir atuais maneiras de evangelizar (ali onde acontece a evangelização e não uma mera manutenção das estruturas, muitas vezes sem a vida), formar os evangelizados (catequese) e revisar, dinamizar as estratégias pastorais, com intuito de ser uma presença na sociedade que incomoda. É bem provável que, como resultado haverá menor número de membros na comunidade, porém, sem dúvida, serão de melhor qualidade espiritual.
Até o presente, na maioria das comunidades eclesiais a formação dos membros começa, e consiste, em conhecer o catecismo (parece que os irmãos protestantes são mais práticos e concretos que os católicos). A pedagogia escolar, geralmente se limita a memorização de certos conteúdos, sem a possibilidade de verificação dos efeitos. Esta prática precisa ser revisada e modificada. Se não levar ao encontro pessoal com o Deus Invisível, não serve, a não ser... para alimentar a ilusão.
Quanto aos jovens e adultos, seria interessante começar pela diaconia [serviço], ou seja, envolver as pessoas em projetos de serviço ao próximo. Um dos meus colegas, sacerdote, certa vez na hora do almoço comunitário, disse: “muita gente que está aqui, entrou na igreja pela cozinha”... Pois é. Engajar nas obras de caridade. Criar espaços parecidos a este, onde as pessoas podem conhecer o Evangelho, como que, espontaneamente, de um modo natural fazendo o que Jesus Cristo fazia. Daqui já é um passo apenas, para se identificar com a Igreja que repete e multiplica os gestos de Jesus. Assim começa o discipulado do qual falta um outro passo para assumir o compromisso missionário.


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