Preocupar
com igrejas vazias?
Não só no Ocidente Europeu, que
a maioria das pessoas que participam da vida de Igreja são os idosos. No
Brasil, ainda temos a diversidade, mas, o problema já está “às portas” e só não
o enxerga, quem não quer. Estamos perdendo o contato real com os jovens e
adolescentes. Esse fenômeno não atinge apenas a Igreja Católica, o que
parecem sugerir certos meios de comunicação. O homem moderno, cada vez mais
deixa de levar à sério, “eventual” vida futura, que não seja concreta, agradável
e fácil de ser alcançada e consumida...
Devemo-nos preocupar com isso? Sim,
e não necessariamente. Tudo depende do ponto de vista. Se nos apegarmos ao
jeito de viver a fé no passado, então, teremos motivos de nos preocupar. No
entanto, a vida é um processo. Um constante dinamismo. As pessoas mudam continuamente,
até mesmo, num curto período de tempo. Estas mudanças são mais amplas e mais profundas,
quando se trata do período mais longo. Sem considerar este fato iremo-nos
preocupar inutilmente, o que será um erro fatal.
Então, fazer o que? Deixar que
estas mudanças esvaziem as igrejas totalmente? Deixar que a nova geração se
afunde no vazio e desorientação? Dizer que “não tem mais jeito”? Também, não. Algo
deve ser feito. Soluções prontas e mágicas, obviamente, não existem.
Parece que, primeiramente, deve-se
redefinir atuais maneiras de evangelizar (ali onde acontece a evangelização
e não uma mera manutenção das estruturas, muitas vezes sem a vida), formar
os evangelizados (catequese) e revisar, dinamizar as estratégias pastorais,
com intuito de ser uma presença na sociedade que incomoda. É bem provável que,
como resultado haverá menor número de membros na comunidade, porém, sem dúvida,
serão de melhor qualidade espiritual.
Até o presente, na maioria das
comunidades eclesiais a formação dos membros começa, e consiste, em conhecer o
catecismo (parece que os irmãos protestantes são mais práticos e concretos que os
católicos). A pedagogia escolar, geralmente se limita a memorização de
certos conteúdos, sem a possibilidade de verificação dos efeitos. Esta prática
precisa ser revisada e modificada. Se não levar ao encontro pessoal com o Deus
Invisível, não serve, a não ser... para alimentar a ilusão.
Quanto aos jovens e adultos, seria
interessante começar pela diaconia [serviço],
ou seja, envolver as pessoas em projetos de serviço ao próximo. Um dos
meus colegas, sacerdote, certa vez na hora do almoço comunitário, disse: “muita
gente que está aqui, entrou na igreja pela cozinha”... Pois é. Engajar nas
obras de caridade. Criar espaços parecidos a este, onde as pessoas podem
conhecer o Evangelho, como que, espontaneamente, de um modo natural fazendo o
que Jesus Cristo fazia. Daqui já é um passo apenas, para se identificar com a Igreja
que repete e multiplica os gestos de Jesus. Assim começa o discipulado do qual
falta um outro passo para assumir o compromisso missionário.
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