domingo, 30 de janeiro de 2011

Bem-aventurados os pobres…



Bem-aventurados os...

Hoje, a Liturgia nos apresenta as Bem-aventuranças, como uma parte do Sermão da Montanha (Mt 5,1-12). Assim como o Decálogo, na Primeira Aliança, assim as Bem-aventuranças na Nova Aliança constituem um fundamento no qual deve sustentar-se a vida cristã.

Para os que têm aversão ao Cristianismo as bem-aventuranças evidenciam que ele é uma religião para as pessoas menos competentes, sem instrução, que vivem com um sentimento de injustiça... É um refúgio feliz para os que aqui e agora não se saíram bem. Que vivem numa ilusão da futura retribuição. O Marxismo expressou esse estado em forma muito concisa: o ópio do povo. O homem novo, pregado pelo marxismo, deveria ser livre de superstições. Hoje, aquele lema não funciona mais, porém, em seu lugar surgiram novos, contudo, a ideologia insana foi substituída pelo culto do dinheiro...

Será que a religião é um sinal de fraqueza? É um elogio da estagnação? A permissão para a passividade? Não. Basta lembrar, como Jesus tratou com severidade a um homem que enterrou seu talento, e como generosamente recompensa a quem multiplicou a riqueza confiada. Nem toda a pobreza é abençoada. Somente aquela que dá a liberdade do homem. Nem todo choro é abençoado, mas o que limpa o horizonte... A compaixão em si, não é suficiente; é precisa organizar o mundo de tal maneira que ele seja justo. A paz é importante, mas a mais importante é o amor, sem o qual ele se torna apenas o equilíbrio de poderes, o balanço dos ganhos e perdas ...

Aqui está a plena dimensão das Bem-aventuranças. Jesus Cristo não promove a estagnação e a fuga do mundo. Pelo contrário, exige uma presença ativa no mundo. Exige a transformação do mundo não segundo os padrões humanos, mas segundo a lógica do Evangelho.

E aqui temos mais um conflito... "A pregação da cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que são salvos, para nós, ela é força de Deus - escreveu São Paulo" (...). Pois tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria. Nós, porém, proclamamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos” (1Cor 1,18-23).

O mundo não é capaz de aceitar o fato de que a sabedoria, que lhe propõem os cristãos, é mais perfeita da que ele atribui a preferência. Por isso a despreza...

As Bem-aventuranças não são uma ideologia, mas um caminho; caminho de realização humana. Um caminho da felicidade, para qual o homem foi criado. Estamos diante da economia evangélica: perder para ganhar. “O que para o mundo é loucura, Deus o escolheu para envergonhar os sábios, e o que para o mundo é fraqueza, Deus o escolheu para envergonhar o que é forte. Deus escolheu o que no mundo não tem nome nem prestígio, aquilo que é nada, para assim mostrar a nulidade dos que são alguma coisa” (1Cor 1,27-28).

Bem-aventurados (felizes) são aqueles que põem em prática estes paradoxais chamados de Jesus!

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