Gender - ideologia totalitária
ENTREVISTA COM PE. DARIO OKO
(continuação)
- A temática da gender, na maioria das
vezes, aparece no contexto da educação: temos sociedades e associações de
educação contra a discriminação com base no sexo, estudos de gender em
universidades de renome, treinadores de gender anunciar suas oficinas em
escolas, etc. Por trás dessas instituições estão organizações de alcance global
(ONU), europeu (UE) e nacional (Ministério da Educação, Ministério da Saúde). O
contexto de tais autoridades pode enganar as pessoas desprevenidas, pode levar
a erro quem desconhece tais coisas. Como podemos nos defender contra a
ideologia gender?
- As instituições mencionadas tronaram-se
um anexo à ideologia de gênero - como antigamente os governos do bloco
socialista à União Soviética. Todas as instituições nos países socialistas
tinham que funcionar de acordo com os princípios do marxismo, lhe servir e o
propagar. Cada universidade tinha de haver a cátedra do marxismo e cada aluno
teve que passar na prova de marxismo-leninismo. Enfim, um terço do Planeta
estava sob o domínio do comunismo. Mas, aos poucos, as pessoas deixavam de
reconhecer estes absurdos criminosos e, no final, ninguém - nem os governados,
nem os governantes - acreditavam nisso. O marxismo degenerou-se e reduziu-se à
lamentável tampinha para uma pura cobiça de conquista e preservação do poder.
Agora, temos o estágio de desenvolvimento do genderismo; a decomposição virá
mais tarde. Atualmente, a violência ideológica é imposta não através de tanques
de guerra, mas por poderosos recursos políticos e financeiros. Assim como o
Moscou tentou nos impor o comunismo, assim hoje, a Bruxelas ou a ONU querem nos
impor o genderismo. Assim como no passado tivemos que lutar contra a falsidade
e a prepotência do comunismo, assim hoje temos que lutar contra a falsidade e a
prepotência do genderismo. Isto é inevitável. As pessoas que se declaram ateus,
inimigos da Igreja, vão nos atacar. Os inimigos de Deus são também inimigos dos
cristãos. O cristianismo é a religião mais perseguida no mundo, porque é a
religião mais próxima a Deus. Estima-se que, desde o tempo de Cristo até hoje
foram assassinados cerca de 70 milhões de cristãos, e a maioria deles no século
XX – no século das maiores loucuras ideológicas. Também os ateus, na Coréia do
Norte, neste exato momento, em seus campos de concentração, aprisionam,
torturam e assassinam milhares de cristãos. O ódio que experimentamos da parte
de genderistas é apenas uma partícula do ódio maior, global.
- Mas os adeptos do genderismo parecem tão
poderosos...
- Antes de tudo, é preciso abordar esta
questão com calma. Olhar distante, melhor na perspectiva final. A luta faz
parte da essência da nossa vida. Em nível corporal estamos constantemente
atacados por milhões, bilhões de bactérias e vírus que querem viver à nossa
custa e, no final, nos destruir completamente. Para viver precisamos
combatê-los, precisamos produzir milhões e bilhões de glóbulos brancos do
sangue, que são os nossos soldados e defensores. Esta luta continua em nossas
veias 24 horas por dia; a sua vitória é condição de vida.
O mesmo acontece no mundo espiritual. As
pessoas que vivem num grande erro ou numa grande ilusão ou mentira, também
precisam dar razões para sua existência. Portanto, produzem novas teorias,
igualmente loucas e absurdas, assim como as suas vidas. De alguma forma eles
têm que justificar as suas teofobias, cristofobias, heterofobias. Para a sua
maior auto segurança tentam impor estes absurdos à sociedade inteira. Esta é
uma das principais fontes de bactérias e vírus espirituais que circulam na
nossa cultura. Ao genderismo pode-se, ainda, atribuir
"honroso" título de "AIDS espiritual" do nosso tempo.
Igualmente como os vírus HIV enfraquecem o sistema imunológico humano, assim
vírus gender debilitam a sua capacidade de pensar criticamente. Após a aceitação de tal absurdo, a
aceitação de qualquer outro se torna ainda mais possível.
No entanto, até mesmo uma teoria mais
absurda, quando torna-se uma ferramenta de grupos poderosos, pode ter sucesso.
Afinal de contas, no passado, em todas as universidades na Alemanha reinava
primeiro hegelianismo e, depois, nazismo. Em todas as universidades do
"bloco socialista" reinava marxismo (na Cuba e na Coréia do Norte
reina até hoje). Em contraste, os professores de universidades católicas que
criticaram estes absurdos eram, por isso, cruelmente perseguidos e até mesmo
assassinados. No entanto, foi a eles que a história deu a razão. Portanto,
deve-se levar em consideração a sua opinião, quando dizem que com o genderismo
acontecerá o mesmo. É só uma questão de tempo.
- O que pode fazer uma pessoa comum
constantemente bombardeada por essa ideologia?
- Primeiramente, criar a imunidade a ela,
como nos imunizamos à propaganda comunista, e compreender que é preciso vê-la
por avesso. Quando, um quarto de século atrás, a mídia comunista elogiava muito
alguém, sabíamos que ele devia ser um homem de conduta particularmente
perversa. E quando alguém era violentamente atacado, sabíamos que ele devia ser
um homem excepcionalmente nobre, valioso. De modo igual acontece hoje: quando
os maiores meios de comunicação estão nas mãos dos pós-comunistas, quando com
tanta dedicação promovem o homossexualismo e com tanto ódio atacam a Igreja,
assim, como no passado íamos à procura dos impressos da resistência
clandestina, também hoje é preciso buscar os outros meios de comunicação
formais e informais, mas comprometidos com a verdade. Esse senso crítico e a busca das adequadas fontes da verdade são muito
importantes, porque, senão, os produtores da mentira se tornarão senhores de
nossas mentes e corações.
Também, devem ser tomadas sábias decisões políticas e devem ser impedidos ou
afastados do poder aqueles que procedem não de acordo com a realidade, mas de
ideologia. É preciso, também, engajar-se pessoalmente na política, porque
se as pessoas honestas se abstivessem dela, irão nos governar as pessoas
indignas, até mesmo criminosas.
Após a conquista do poder político, já podem com facilidade dominar toda
sociedade e todas as suas instituições.
- Um campo especial de luta torna-se agora
a escola...
- Sim, depois do relativo fracasso da
implantação de uniões homo afetivas, o foco de combate concentra-se na escola.
Os adeptos da "gender" querem
introduzir a educação sexual obrigatória para todos, segundo o programa
formulado pelos genderistas, ou seja, de pessoas muitas vezes profundamente
transtornadas sexualmente. Em seus livros proíbem-se palavras como
"mãe", "pai", "matrimônio”, "lealdade", e
promovem-se tais, como: "genitor A", "genitor B",
"parceria num período de vida". Em geral, o seu programa é baseado numa
antropologia extremamente primitiva. O amor é reduzido à fisiologia, promove-se
o sexo sem regras e restrições, que é inédita promiscuidade e libertinagem. Eu
conheço isto bem, de diversos países do Ocidente, onde passei 10 anos em total.
Concretamente é assim que, por exemplo, durante essas aulas na Alemanha as meninas
de 12 anos de idade, são forçadas a colocar preservativos no pênis artificial
e, depois, lamber como pirulitos e avaliar os seus sabores. Os pais, se não mandarem seus filhos
para tais aulas, podem sofrer a pena de prisão e perder os direitos dos pais. Na Suíça, em Basileia, no jardim de infância, para crianças de 4
anos de idade, foram fornecidos pênis artificiais em estado de ereção, e as
vaginas abertas, para se divertirem com aquilo. Pois, segundo genderistas, o sexo necessariamente tem de
ser praticado desde a mais terna infância. Isto em particular claro mostra com
quem estamos lidando. É visível que realiza-se aqui um plano diabólico: a
depravação e ateização através da sexualização. As pessoas obcecadas por sexo
querem que todos os demais vivam igualmente. Isso é extremamente perigoso,
porque destrói o berço da humanidade, transtorna ou impede o desenvolvimento
humano, destrói o futuro da família. Em consequência de tal educação, os jovens
facilmente podem cair em promiscuidade, uso de drogas e sexoholismo, tornar-se
incapazes de crer, nem de casar e construir a família. Neste sentido o
genderismo é pior do que o bolchevismo, porque aquele destruía os laços sociais
e econômicos, e este destrói a própria humanidade e a família. Introduzir o
genderismo nas escolas é o mesmo que introduzir aulas obrigatórias de
pornografia. Esta é uma terrível violência na alma de uma criança, que pode
arruinar todo o seu futuro. É um inédito desprezo da sua dignidade e seus
direitos, como também de seus pais.
- Frutos de tais ações já são visíveis...
- Sim, principalmente na forma de
catástrofe demográfica europeia. As pessoas assim educadas procuram o máximo
prazer de sexo, mas o mínimo de filhos. Filho é para eles apenas um fardo muito
problemático, na corrida de sempre novas sensações e novos parceiros. Portanto,
há muito sexo, muitos parceiros, muitas doenças venéreas, muitos abortos, mas
poucos matrimônios, poucas famílias e poucas crianças. Isto acontece
particularmente na Alemanha, onde para uma mulher estatisticamente incide 0,9
filho, enquanto para preservar o mesmo nível de população é necessário o mínimo
de 2,1 filhos por mulher. A Alemanha tem uma das menores taxas de aumento
natural no mundo. Para 100 aposentados incide 60 filhos, e apenas 40 netos.
Mas, também, a maioria dos alemães trai suas esposas, e o país tem cerca de 400
mil prostitutas, ou seja 1% de mulheres deste país "trabalha" nesta
“profissão”. Todos os dias elas têm cerca de 1 milhão e 200 mil de
"clientes", ou seja, cerca de 3% de homens deste país. Em Marselha
(França), o árabe tornou-se idioma oficial, francês caiu para o segundo lugar.
Estes são também frutos da mentalidade de promiscuidade. Da mesma forma como o
comunismo levava os países ao colapso econômico, assim o genderismo leva à
destruição da família e ao desastre demográfico. Há um inteiro oceano de sexo,
e não há filhos. Áreas inteiras da Europa estão começando a se parecer com
cosas públicas, mas lá não tem lugar para as crianças.
- Este estado de coisas entendem as
pessoas responsáveis, esclarecidas, mas se por trás de programas para as
escolas que prepara-se no Ministério da Educação estão tais organizações como:
Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde, Academia Polonesa de
Ciências (em sua sede foi realizada conferência sobre os aspectos chocantes de
educação sexual nas escolas), então, qualquer "Zé-ninguém", vai ficar
desorientado. Como, então, proteger os nossos filhos?
- É preciso protegê-los com todas as
forças, porque são o nosso maior tesouro e objeto de maior responsabilidade.
Não se pode permitir que as pessoas ideologicamente e sexualmente transtornadas
entrem nas escolas e tenham contato com as crianças. Deve-se apontar que a
educação dos filhos em contraste com as mais sagradas e profundas convicções
dos pais é um crime grave, uma espécie de sequestro, que o Estado tem o dever
de investigar e punir. Educar os filhos dos cristãos segundo o genderismo é
como converter, a força, as crianças judias ao islamismo. Ninguém tem o direito
de invadir, com botas e pau, o santuário da família. Por isso, é preciso
participar de marchas e outras formas de protesto, escrever e enviar cartas
para o ministro de Educação e outros membros do governo. Os escândalos deve se
divulgar nos meios de comunicação e procurar a assistência jurídica, não ter
medo da luta judicial. Também deve se ter controle sobre o que acontece na
escola, cuidadosamente acompanhar as atividades escolares. O diretor da escola
não tem o direito de fazer qualquer coisa, nesta área, sem o consentimento
expresso dos pais. É importante divulgar qualquer abuso nessa área, porque o
mal gosta de operar no escuro. A regra genderista é fazer a "revolução de
cima", a "marcha através das instituições". Ao interceptarem os
meios de comunicação e os centros de poder, tentam impor à maioria algo que
nunca seria aceito de forma democrática. Por isso, acabam por serem inimigos da
democracia.
- Esses esforços trazem resultados?
- Claro. Nos Estados Unidos, se alguém
realizasse uma aula de educação sexual no estilo de genderismo europeu acabaria
na prisão por molestar menores. Graças aos protestos da senhora Gabriela Kuba,
na Alemanha conseguiu-se forçar o Ministério da Educação de retirar o opúsculo
genderista, no qual os pais foram solicitados ao comportamento pedófilo, em
relação a seus próprios filhos. Em Basileia, na Suiça, os pais forçaram as
autoridades cantonais a retirar das creches esses subsídios genderistas em
forma de pénis e vagina. Na Noruega, o governo deixou de financiar os
genderistas (após 30 anos), porque finalmente eles mesmos se ridicularizaram e
desacreditaram. A marcha dos genderistas foi interrompida na Hungria, Lituânia,
Estónia e Rússia. Continuam ter pouco a dizer nos países islâmicos. Na Lituânia
homopropaganda é juridicamente proibida. O que é absurdo, pode ser vencido; é
só querer e organizar-se bem.
- E quais chances temos na Polônia?
- Muito grandes. Nós já o demonstramos no
século XX, quando à loucura da ideologia submeteram-se tão grandes e sábias
nações como a Alemanha e a Rússia, nossos vizinhos. Na Polônia a tentativa
falhou. Para nós tais ideologias tinham que ser trazidas de fora, implantadas
por meio de bombas, tanques de guerra e baionetas, nas escuridões de câmaras de
tortura da Gestapo e UB. Nós não enlouquecemos e não deixamo-nos seduzir.
Devemos isso, acima de tudo, a nossa fé, porque quanto mais verdadeira fé nas
mentes e nos corações, tanto menos lugar para as ideologias, ou seja, crenças
equivocadas. É por isso que o comunismo, na nossa terra, sempre foi o mais
fraco e mais rápido caiu em ruina. Devemos isso principalmente à Igreja. Temos
o direito de nos orgulhar disto. Este pode ser o nosso presente especial
para a Europa: a nossa fé e o senso crítico quanto às ideologias, que
construímos sobre a sabedoria muita profunda e na experiência, por vezes muito
sangrenta.
- Será que temos a base para construir a
nossa esperança?
- Claro. Tudo tem que se olhar na
perspectiva de Deus, na perspectiva do absoluto, de algum modo "de
acima", metafisicamente. E nesta perspectiva, todo o mal é mais fraco do
que Deus, cada sua vitória é localizada e pequena, transitória e temporária.
Gender-imperio entrará em colapso e cairá, como caíram e se desintegraram a
"invencível, de 1000 anos" Germânia e o "bloco dos países irmãos
socialistas", construído sobre o marxismo, ou seja, na "teoria mais
iluminada e científica que a humanidade jamais viu e jamais iria ver”. Trata-se
de isso acontecer o quanto antes e neste período consuma o mínimo de vítimas,
especialmente entre as crianças e adolescentes. A contribuição para isso é um
dever sagrado e alegre de todos e de cada um de nós.
***
Pe.
Dariusz Oko - sacerdote da Arquidiocese de Cracóvia. Doutor em Filosofia e
doutor em Teologia, funcionário do Departamento de Filosofia da Universidade
Pontifícia de João Paulo II, em Cracóvia. Depois de sua ordenação, estudou por
seis anos nas universidades na Alemanha, Itália e Estados Unidos. Ao longo de
seus 28 anos de sacerdócio engajado paralelemente no trabalho científico e na
pastoral (como residente permanente nas paróquias polonesas, europeias e
americanas). Durante 16 anos foi responsável pela pastoral de universitários e
há 16 anos é assistente de Serviço de Saúde da Arquidiocese de Cracóvia.
Durante seus estudos, conferências científicas e peregrinações com os médicos,
cerca de 10 anos passou além das fronteiras, visitou mais de 40 países em 6
continentes. Conhecido também, das atividades jornalísticas, especialmente da
crítica da teologia liberal e da gender ideologia, homo ideologia e homo
heresia.
(As frases destacadas de cor vermelha são da minha iniciativa).
Traduzido duma fonte de livre acesso. Identificação disponível, quando solicitada
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