A Missa (Eucaristia) é um mistério e, sempre permanecerá um
mistério. Ainda que não penetrado pela capacidade do intelecto, Ela forma e
transforma aqueles que se aproximam com fé humilde.
Para muitos a Missa é uma das formas de oração e, as vezes a
única que praticam. Mas, ao lado de tal minimalismo espiritual, cresce o número
de pessoas para quem a Missa é o mais importante momento da vida interior e da
vida de fé. O momento culminante da semana e do dia, por ser um verdadeiro
encontro com Jesus Cristo, o Ressuscitado.
Isto alegra, mas não deixa de preocupar a manifestação de vários
sintomas de certo individualismo, herdado do passado (quando a Missa era
celebrada em latim) e produzido pela sociedade moderna. Em consequência disso, a
Eucaristia é limitada a relação: Eu – Deus e, passa a ser uma forma de devoção
pessoal. Invisivelmente, o individualismo que caracteriza todas as áreas da sociedade
moderna, se enraíza e subordina os mistérios divinos aos interesses pessoais. A
pessoa fecha-se em si mesma. A comunidade celebrativa não é mais família, mas
torna-se um agrupamento de “pessoas que me incomodam e atrapalham numa piedosa
participação”. O Sacrifício de Cristo é instrumentalizado.
Não quero generalizar porque não sei dizer como está a
participação nas paróquias que não conheço, mas temo que este seja um perigo
universal.
Muitas vezes pode-se notar que algumas pessoas decidem não fazer
gesto algum, nem mesmo mudar de posição do corpo durante a celebração. Preferem
ficar sentadas todo tempo. Dizem que assim se concentram melhor. Há quem diz
que o dispersa música, cantos, diálogos... Ainda aquela repetição sempre das
mesmas palavras. Escolhem, então, o... silêncio. E se acrescentarmos, ainda, uma
prática comum de “assembleia dispersa” (ocupam-se os bancos na igreja para
ficar longe uns dos outros)? Missa torna-se uma devoção individual, uma oração
pessoal. Em vez de alimentar a fé alimenta o egoísmo, alimenta a falsa
convicção da própria perfeição. Deste modo, tal participante da Liturgia,
pode-se até pôr fora do âmbito da salvação, por não se reconhecendo um
pecador...
O mesmo problema atinge também sacerdotes. Alguns nem tentam
esconder que fazem questão de expressar na Missa a sua própria individualidade,
a sua única e marcante maneira de celebrar. Que para todos fique claro que a
Missa é “d’ele” porque ninguém a faz como ele... Dai vêm intervenções
arbitrárias nos textos litúrgicos e na estrutura da Liturgia (“criatividade”
não permitida, acréscimos, modificações, introdução dos próprios gestos e
ritos). Deste modo, como que naturalmente, a atenção dos fiéis transfere-se
para o padre... Vou à Missa daquele padre. Vou aonde ele celebra etc.
Neste caso os crentes não podem se conformar com a desobediência expressa a Igreja que organizou a Liturgia. Devem exigir a Liturgia fiel as normas instituídas pela Igreja, na Instrução Geral do Missal Romano e na Instrução Redeptionis Sacramentum, que podem ser encontradas no site do Vaticano.
Neste caso os crentes não podem se conformar com a desobediência expressa a Igreja que organizou a Liturgia. Devem exigir a Liturgia fiel as normas instituídas pela Igreja, na Instrução Geral do Missal Romano e na Instrução Redeptionis Sacramentum, que podem ser encontradas no site do Vaticano.
Enquanto isso, aprendemos do Catecismo, que a Liturgia é um
Mistério Divino, que continuamente, sem interrupção realiza-se diante da face
de Deus (Ap 4-5). A Missa é Liturgia celeste, por excelência. Por isso, quando
iniciamos a Santa Missa, num determinado tempo e lugar, não realizamos uma obra
nossa, mas nos inserimos na Celebração daquela Grande Liturgia e a
fazemos presente aqui e agora.
Além disso, a Eucaristia deve edificar a Igreja-Comunidade, que
é povo salvo pela fé em Jesus Cristo. Por este motivo ela tem de ter a dinâmica
comunitária (valorizar a relação, comunicação e vínculos tanto espirituais
quanto humanos).
O valor da Missa não depende tanto da minha concentração
pessoal, quanto do vínculo que tenho com outros crentes, participantes da
Liturgia. Depende também de quanto me torno sensível para presença de Jesus no
meu próximo, de quanto me abro para servir, de quanto sou capaz de perdoar e de
vivenciar esta verdade “onde estão dois ou três reunidos em meu nome, ai eu
estou no meio deles” (Mt 18,20).
Bem celebrada Liturgia realiza a salvação, libertação e a cura,
da alma e do corpo. É catequética e evangeliza. Amplia horizontes e enriquece
humana e espiritualmente. Em consequência leva a responsabilidade pela Igreja,
pelo próximo e pelo bem comum.
Fonte:
http://www.poslaniec.co/1209/art,176,Msza_swieta_indywidualistyczna.htm
Papa Francisco, audiência geral, 12/02/2014
Papa Francisco, audiência geral, 12/02/2014
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