O otimismo precisa de apoio sobre a esperança num projeto seguro para a vida e não nas hipóteses. Se assim for, teríamos um caso de fantasia, de sonho irreal.
Não se pode pensar ingenuamente de que tudo o que acontece no nosso mundo é um fruto do acaso ou de um projeto humano (já havia tantos) que irá trazer a felicidade ao homem, “livrando-o” dos vínculos com o infinito.
A santidade não é um “bicho de sete cabeças”, mas é uma vida simplesmente n o r m a l. Apenas lembrando-se deste vínculo com o infinito e cultivando-o como preferencial e subordinando a ele as escolhas do dia-a-dia. Não é muito simples? Só isso, mesmo???
Então, por que todos dizem que tem de rezar muito, se comportar direitinho, ir à igreja e, além disso, não fazer muitas coisas gotosas...?
Tudo aquilo, já é a consequência lógica e necessidade (vai senti-la realmente) desta opção pela vida, na busca do infinito, como valor preferencial.
Se quero apenas o prazer, me satisfaço com as coisas que o proporcionam.
É, tudo aquilo que satisfaz os sentidos, justamente chamado de sensualidade. Se quero mais que o prazer, se o levo à sério, então, busco a felicidade e procuro empregar aqueles meios que, mesmo exigentes, prometem a posse dela.
Igualmente, se quero construir para o futuro, então, é preciso que empregue os elementos adequados, que não são submetidos a corrupção, como tudo o que é material (quanto a isso todos sabem do processo de morte que envolve todas as criaturas).
Em soma, não é proibido isto ou aquilo. Deus quer o homem feliz. Deu lhe a liberdade plena, por isso não impede que este faça o que quiser (se Deus quisesse impedir não o conseguiria por acaso?).
As escolhas e renúncias em vista do infinito e do domínio de si mesmo (condição para ser feliz, pois sendo escarvo, alguém pode ser feliz?) são imposições espontâneas e deliberadas de cada indivíduo. ‘Ser ou não ser, eis a pergunta’, parafraseando o célebre Shakespeare.