domingo, 18 de abril de 2010

Amor: Eros ou Ágape? (continuação)

Continuação... 

Entre estes dois amores não existe separação clara nem contraposição, mas desenvolvimento, crescimento. O eros, é para nós o ponto de partida; a caridade, o ponto de chegada. Entre ambos existe o espaço para uma educação ao amor e ao crescimento nele. 
Vejamos o amor de um casal. No amor entre esposos, no princípio prevalece o eros, a atração, o desejo recíproco, a conquista do outro e, portanto, um certo egoísmo. Se esse amor não se esforçar por enriquecer-se, por crescer; se não cultivar a gratidão, a ternura recíproca, a capacidade de esquecer a si mesmo pelo outro e de projetar-se nos filhos, todos sabemos como acabará... 
Esta questão é importante e atual. O mundo do “espetacular” e da publicidade parece estar hoje empenhado em convencer os jovens que o amor se reduz ao eros, e o eros ao sexo. Que a vida é um devaneio no mundo onde tudo é belo, jovem, saudável; onde não existe velhice, doença, e todos podem gastar o quanto quiserem. 
Mas esta é uma grande falsidade que gera expectativas desproporcionadas, que desilude, provocando frustrações, rebelião contra a família e a sociedade, e abre com freqüência a porta à violência e crimes... 
A Palavra de Deus nos ajuda a recuperar o senso critico e a capacidade de discernimento frente às manipulações e extravios do mundo em que vivemos. Ela nos revela a verdade acerca da vida e ensina a inteligência, indispensável para desmascarar os “cavalos de Tróia”. 
Deus nos ajude que não se apague em nós a descrença no amor verdadeiro e na esperança de um futuro feliz. É preciso sonhar. E preciso construir no amor, que é a única força criativa.
 
Esta reflexão foi inspirada e tem a sua fonte na pregação do Frei Raniero Cantalamessa, franciscano capuchinho, pregador do Papa.

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