O que é ignorância? Não é uma atitude de quem é
grosseiro. Aqui a compreendemos conforme os dicionários
de língua portuguesa, como falta de conhecimento, sabedoria e
instrução sobre determinado assunto.
Uma pessoa ignorante vive ou atua de acordo com a ignorância, muitas vezes
baseando-se em preconceitos, superstições, e ideias sem fundamento. Desta forma,
ela constrói um mundo irreal, com noções errôneas a respeito dela mesma e do
mundo em que vive. Pessoa ignorante é facilmente manipulável. Sem dificuldades,
qualquer um, pode ser induzi-la no erro, pois não possui o conhecimento. Assim não
é incapaz de ver e aceitar as verdades objetivas. Neste caso não sabe e/ou não
que saber a verdade sobre a Missa. Não participa d’Ela e quando vai à
Celebração é simplesmente para a “assistir”, satisfizer a obrigação ou pedir
algum favor a Deus.
A ignorância pode ser antecedente ou
conseguinte. A antecedente é
aquela que não é voluntária e se chama “moralmente invencível”, usando
a linguagem da teologia moral. Por exemplo: um caçador, numa mata
espessa, atira contra capivara, e acerta um homem, cuja a presença ali não podia
imaginar. Quanto a Missa, a ignorância antecedente é de quem nasceu e foi
criado numa família ateia ou distante da civilização. Neste tipo de situações
não há culpa.
A ignorância conseguinte é
aquela que é voluntária, ao menos indiretamente (pela negligência em
adquirir suficientes conhecimentos). Ela se chama de ignorância
vencível, porque foi possível livrar-se dela. Esta é causa de culpa, voluntária
indiretamente. Por exemplo: um estudante de medicina, depois de faltar muito de
aulas e estudar pouco, recebe diploma de médico (por influência ou um
acaso). Por ter pouco conhecimento da medicina, um dia acontece que causa um
grave dano ou acelera a morte de um paciente, em vez de curá-lo. No campo da
Liturgia é quando alguém tendo possibilidade de adquirir conhecimento (na
catequese, cursos diversos, livros, até mesmo na internet) não o fez pela
negligência ou pela preferência dada a outras ocupações.
As conseqüências da ignorância, quanto a Missa, são amplas e graves,
podendo chegar, nas situações extremas, até a rejeição da salvação que Deus
oferece, sobretudo através dos sacramentos. As mais comuns atitudes da pessoa
ignorante na igreja: deixa de participar da Celebração, ausenta-se sempre
quando surge algo mais atrativo, atrasa sem causa justa, não participa
ativamente, distrai-se voluntariamente, mastiga chiclete, fica abraçado com namorado(a),
perturba os que ficam próximos, quando conversa ou brinca com o celular. Além
disto, todas estas e semelhantes atitudes desrespeitam o templo de Deus. Deste modo a salvação que Deus opera no Sacrifício Pascal de
Jesus Cristo (Missa) não atinge efetivamente a quem não participa d’Ele e reduz
os efeitos, no caso de participação negligente.
A Missa é a celebração do Sacrifício de Jesus
Cristo, da máxima expressão do Amor de Deus, realizado no Calvário pela salvação
de todos. É a celebração da Aliança de Deus com o Seu Povo, cujo destino é
gozar sempre da vida plena na Sua presença. Por isso, a Liturgia é a ação de
Deus em favor do Povo e ação do Povo em louvor a Deus. A Assembleia Litúrgica é
o espaço em que o Povo de Deus faz a sua experiência de fé comunitária e renova
seus compromissos com a Aliança de Amor.
Por estas razões, o Povo de Deus tem o direito de esperar e de exigir um devido
ambiente, conforme as normas litúrgicas, para a celebração de tão grande
Mistério. Todos os que participam e exercem qualquer função litúrgica o façam
com conhecimento, competência e piedade para que a Eucaristia seja
verdadeiramente uma celebração da Comunhão de Deus com a humanidade, como Nova e
Eterna Aliança.
Existe algum remédio para a ignorância?
Sim. O único “remédio” é a evangelização que leva à conversão e a catequese. A
pessoa que aceita Jesus, o Evangelho do Pai, entra na dinâmica de fé. Torna-se
crente que busca e aprofunda conhecimento do seu Senhor e da Sua vontade.
Assim, já não é mais ignorante, pois é orientado pela luz da fé. Sabe que não
depende de uma ”sorte” ou dos astros, mas guiado por Jesus e pode confiar
plenamente n’Ele.
Os mistérios de vida, os de Deus são inescrutáveis,
por isso, é necessário viver em atitude de abertura para eles através de meios
acessíveis, como: ler, ouvir, meditar, orar (relação pessoal e íntima EU-DEUS).
Vamos
aceitar a Luz para que se dissipem as nossas trevas, sobretudo as da
ignorância. “Eu sou a luz do mundo...” (Jo
8,12)
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