- Feliz
Páscoa, meu irmão!
- O que? Já
passou!
- Mas, como
passou? A Páscoa não pode passar!
Este diálogo,
inventamos para nos servir como introdução a uma pequena reflexão sobre a “Páscoa continuada”. Realmente a Páscoa não pode
passar. Ela tem de continuar, porque a vida da gente vai continuando.
Estamos no período
muito especial que se chama Oitava da Páscoa. A Igreja sabiamente estende a
celebração da alegria da Ressurreição por oito dias consecutivos (e o período
pascal por 50 dias!). E tudo isso, não só para podermo-nos alegrar com a
Ressurreição de Jesus Cristo, mas, antes de tudo, para nos “enraizarmos” na vida
nova, que a vitória de Cristo nos rendeu.
Esta vida
nova, como escrevemos na mensagem pascal (postagem anterior) é um modo de viver
que consiste em amar, em concentrar-se na pessoa do próximo e considera-lo mais
importante, pondo-se a valorizá-lo e apoiá-lo para que se desenvolva cada vez
mais e seja feliz. Para esta vida precisamos “passar” da vida atual, voltada da
própria realização e satisfação dos próprios interesses.
Não se deve
imaginar e ter medo desta proposta pascal como que fosse um atentado contra a
própria dignidade e contra seus próprios direitos naturais. Trata-se se de ”descentralizar”.
De deslocar o eixo existencial de vida, que muitas vezes idolatriza o seu próprio “eu”, marginalizando (pondo
na margem de vida ou for dela) tudo o mais, sobretudo as pessoas, incluindo Deus.
As pessoas (e Deus) fazem parte da vida na medida em que são úteis a realização
das ambições e interesses pessoais.
É por isso
que a Páscoa continua e... tem de continuar. Esta tarefa de “passar” do EU
para TU (fazer a Páscoa) não
termina no período das celebrações litúrgicas da Páscoa, mas precisa ser
continuada. Ela é mais do que período
litúrgico. Ela é o modo de vida dos cristãos. A vida não é estática, mas dinâmica. Daí,
a Páscoa tem de ser um “movimento” permanente.
A Páscoa de
Jesus não foi fácil. Incluiu a dolorosa Paixão e Morte. A nossa “páscoa” também
não é fácil... Mas, ela está ai, na nossa frente e não há como de não fazê-la.
Esta nossa vida atual está passando. Tremendamente rápido. Até mesmo, sem a consciente
participação deste processo (alguém pode “refugiar-se” diante da realidade no
mundo de entorpecentes, na libertinagem, etc.), a nossa páscoa está
acontecendo.
Jesus Cristo,
concluiu a Sua Páscoa com a vitória da Ressureição e, Ressuscitado,
caminha conosco para nos acompanhar e auxiliar na nossa páscoa. Somos debilitados
e fragilizados pela longa vida na escravidão do egoísmo. Para podermos
continuar na vida nova de filhos de Deus, que ganhamos na Páscoa de Jesus, necessitamos
da Sua força sobrenatural. Esta força Ele nos oferece, sobretudo nos Sacramentos da Igreja (sem menosprezar outros meios,
como a Palavra de Deus). Eles são a presença do Ressuscitado
no nosso mundo material.
Portanto, a
Páscoa continua!
Unam-se todas
as pessoas que possuem a vida nova de Jesus Ressuscitado, que têm esta consciência
de serem eleitas pelo Pai das Luzes (Tg 1,17; 1 Jo 3,2; Ef 2,1-6) para revolucionarmos o mundo, que
caminha para autodestruição, puxado pela cegueira do egoísmo. Tentemos ser,
simplesmente, o que devemos ser. É a nossa melhor e maior contribuição para que
o mundo seja melhor. Para a glória de Deus!
Feliz Páscoa!
Feliz Páscoa!
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