A inspiração de Fulton Sheen
Por: Padre Paulo Ticardo de Azevedo Júnior
Copiei na integra esta postagem do Padre Paulo Ricardo, do site oficial dele, por ser uma apresentação breve e íntegra do Venerável Fulton J.Sheen. Esta matéria vai nos ajudar a compreender melhor os escritos de Fulton, que vamos postar a seguir.
Perguntado
certa vez sobre o que motivava o seu apostolado, o bispo Fulton Sheen deu uma
resposta surpreendente.
Poucos
homens da história recente da Igreja exerceram tamanha influência espiritual
sobre as almas quanto o bispo norte-americano Fulton Sheen. Autor de inúmeros
livros e pioneiro na evangelização pela TV, as suas aulas e pregações mudaram a
vida de milhões de pessoas em todo o mundo.
O que fez
esse homem de Deus tão especial, além de seu intelecto afiado e de sua profunda
humildade, foi a oração. Ele geralmente dizia que o segredo para o seu grande
sucesso em ganhar almas para Cristo era que, todos os dias de sua vida, ele
separava uma hora de adoração diante do Santíssimo Sacramento – a "Hora
Santa".
Ficar com Jesus
no Santíssimo Sacramento hoje é o mesmo que permanecer com Ele diante da Cruz.
Fulton Sheen
chamava esse momento que tinha com Deus de "hora do poder" e o
propósito de todas as suas conversas era sempre inspirar a todos, padres e
leigos, a fazer uma Hora Santa diária diante de Jesus Sacramentado. Ele citava
Jesus no Evangelho, dizendo que quem quer que permanecesse em uma hora de união
com Ele, presente no Santíssimo Sacramento, "daria muito fruto" ( Jo
15, 5).
Ele mesmo
experimentou esses frutos em sua vida apostólica. Quando pregava, todos o
escutavam, mesmo quem não era católico. Sua mensagem era ao mesmo tempo
cativante e transcendente.
Alguns meses
antes de sua morte, ele foi entrevistado em cadeia nacional de televisão. Uma
das questões que lhe fizeram foi: "Vossa
Excelência tem inspirado milhões de pessoas em todo o mundo. E o senhor? Quem o
inspirou? Foi talvez um Papa?"
Surpreendemente,
Fulton Sheen respondeu que quem o tinha inspirado não foi nem um Papa, nem um
cardeal, nem outro bispo, nem mesmo um padre ou uma religiosa, mas uma
garotinha chinesa, de nove anos de idade.
Ele explicou
que, quando os comunistas tomaram o controle da China, um sacerdote foi
encarcerado em sua própria casa paroquial, próxima à igreja.
Trancado, o
padre se horrorizou ao olhar para o lado de fora da janela e ver os comunistas
se aproximando da igreja, entrando no santuário e violando o sacrário. Em um
ato de abominável profanação, eles pegaram o cibório e lançaram-no ao chão,
espalhando no chão todas as Hóstias Consagradas que estavam dentro. O padre
sabia exatamente quantas espécies havia no cibório: trinta e duas.
Quando os
comunistas saíram, eles não perceberam (ou não prestaram atenção) que uma
menininha rezava na parte de trás do templo, depois de ter presenciado tudo.
Naquela
mesma noite, ela voltou. Sem que os guardas na casa paroquial a notassem, ela
entrou na igreja. Ali, fez uma hora santa de oração e um ato de amor em
reparação por aquele sacrilégio. Depois, entrou no santuário, ajoelhou-se,
inclinou a cabeça e, com a língua, recebeu Jesus na Sagrada Comunhão. Não era
permitido aos leigos, à época, tocar a Hóstia Consagrada com as mãos.
A garotinha
continuou voltando todas as noites para fazer sua hora santa e receber Jesus na
Sagrada Comunhão, diretamente na língua. Na trigésima segunda noite, depois de
consumir a última hóstia, ela acidentalmente fez um barulho e acordou o guarda
que estava dormindo. Ele correu atrás dela, capturou-a e bateu nela até a morte
com a coronha do seu rifle.
Esse ato
heroico de martírio foi presenciado pelo sacerdote, que assistiu a tudo,
aflito, da janela de seu quarto.
Quando Sheen
ouviu essa história, ele ficou tão impressionado que prometeu a Deus fazer uma
hora santa de oração diante de Jesus no Santíssimo Sacramento todos os dias de
sua vida. Se aquela pequena criança chinesa tinha arriscado a sua vida para
expressar o seu amor por Jesus Eucarístico, com uma hora santa e uma Comunhão,
então, o bispo pensou que aquilo era o mínimo que ele poderia fazer. Se aquela
frágil menina tinha dado um testemunho tão maravilhoso da presença real de
nosso Salvador no Santíssimo Sacramento, o bispo sentiu-se praticamente
obrigado a imitá-la.
A partir de
então, Fulton Sheen começou a falar publicamente sobre o amor de Deus no
Santíssimo Sacramento. Seu único desejo era trazer o mundo ao Coração ardente
de Jesus no sacramento da Eucaristia. A garotinha havia lhe mostrado o que
realmente significavam zelo e coragem, como a fé podia superar todo medo, como
o verdadeiro amor por Jesus Eucarístico deve transcender a própria vida.
O que aquela
mártir anônima fez é uma versão moderna do que fez a bem-aventurada Virgem
Maria, quando permaneceu com o seu amado Filho aos pés da Cruz. Ficar com Jesus
no Santíssimo Sacramento hoje é o mesmo que permanecer com Ele diante da Cruz.
No Calvário, Ele foi abandonado, até por Seus amigos, os Seus próprios
discípulos fugiram de medo. Só a Sua mãe, o discípulo amado e Maria Madalena
testemunharam a sua fé e o seu amor.
Hoje, Nossa
Senhora está chamando todos os seus filhos que lhe são consagrados ao mesmo
testemunho de fé e de fervorosa caridade. O seu desejo é que todos venham
adorar o seu Filho, presente no Santíssimo Sacramento do altar.
A Beata
Madre Teresa de Calcutá dizia que a adoração perpétua é o que vai renovar a
Igreja e salvar o mundo. Quando fazemos aqui o que é feito no Céu, adorando a
Deus perpetuamente, então acontecem novos céus e nova terra (cf. Ap 21, 1).
Jesus foi zombado e crucificado por dizer que era Rei. Quando sua Esposa, a
Igreja, finalmente proclama Seu reinado e presta-Lhe a honra que Ele merece por
meio da adoração perpétua, então Ele vem e estabelece o Seu Reino no mundo.
O homem está
para além de uma solução humana. O que ele precisa é de uma intervenção divina.
Abram-se, pois, os nossos olhos e dobrem-se os nossos joelhos diante de tão
grande mistério: Deus, que desce todos os dias aos altares, no Santíssimo
Sacramento; Deus, que se faz "prisioneiro de nosso amor", em todos os
sacrários do mundo inteiro; Deus, que quer Se doar às nossas almas, na Sagrada
Comunhão.
Não
resistamos mais ao Seu amor! "Vinde, adoremos", depressa, o Tão
Sublime Sacramento!
Fonte: https://padrepauloricardo.org/blog/o-segredo-de-fulton-sheen-uma-hora-de-adoracao-diaria-ao-santissimo-sacramento
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