sexta-feira, 23 de julho de 2021

Purgatório. Rezar pelas Almas. Comunhão dos Santos. Salvação.

Continuação da postagem anterior...

Os homens podem fazer muito pelas almas do Purgatório

Deus, no Seu Amor, permitiu que a Igreja Militante, auxiliar o doloroso abandono da Igreja Sofredora. Cada Santa Missa, pensamento, oração, sacrifício ou renúncia oferecidos nesta intenção, têm uma grande importância para as Almas do Purgatório. Pois, como o alimento é indispensável para o corpo, assim, a oração pela alma penitente.

Os que sofrem no Purgatório são como mendigos... Esperam que alguém lhes dê uma esmola... Às vezes, têm de esperar por vários séculos e, não fosse a oração constante da Igreja, por todas as almas do Purgatório, muitas destas infelizes esperariam em vão. O mundo rápido esquece daqueles que já faleceram, eles porém, despojados de todas as impurezas humanas, de toda falsa grandeza ou orgulho, no inexprimível, doloroso abandono, esperam por auxílio! O mais pobre, o mais simples indigente, é um rei em comparação com uma alma sofredora. Pelo sofrimento, doença, deficiência, fome ou abandono, ele ainda pode lucrar perante Deus. Suportando as tribulações com paciência, pode obter Seus favores, apagando pecados. Uma alma do Purgatório está a mercê da esmola, do amor e, da memória das pessoas vivas, auxílios que, ela mesma não pode reclamar.

As almas de alguns Círculos do Purgatório, às vezes, têm a permissão de Deus, para aparecer aos homens, ou visitá-los em sonhos. Esta é a única forma de poderem pedir ajuda pessoalmente. No entanto, as pessoas, geralmente, desconsideram os sonhos e têm tanto medo dessas aparições deprimentes, que raramente vem-lhes à mente, de orar pela alma, pedir a celebração da Santa Missa, ou oferecer algum sofrimento ou ato de caridade. Não pensam, que um sinal do outro mundo, só pode vir com a vontade e permissão de Deus, e que, portanto, não deve ser banalizado. Orar pelos mortos é, por assim dizer, do interesse mútuo, dos por quem oram, e dos daqueles que oram. As almas que sofrem estão tão infelizes, que se alguém lhes ajudar a abreviar o Purgatório, elas saberão ser gratas e nunca se esquecerão de tal dádiva. A sua primeira atitude, será transmitir aos espíritos do Primeiro Círculo de Luz, o pedido de proteção a seu benfeitor. Os Espíritos Superiores transmitem, tal pedido, para o Círculo seguinte e, como o vento nas cordas, a petição passará por todos os Círculos do Céu, até chegar ao Trono do Altíssimo.

As almas salvas, como espíritos luminosos, podem ser muito úteis ao homem, em vários questões espirituais e até materiais. Nada pesa tanto para uma alma no Purgatório, quanto a amargura ou o ódio, dos que ainda ficaram na terra. Ao contrário do benefício mútuo, da oração oferecida pelos falecidos, tal ódio traz danos recíprocos. Pois ninguém, que alimentava o ódio no coração, mesmo que fosse ódio motivado pelo mal sofrido no passado, não verá o Criador, antes de suportar os mesmos tormentos, que causou a alma daquele culpado.  O perdão concedido aos mortos, por amor a Deus e ao próximo, traz um grande alívio a alma sofredora e, ao mesmo tempo, proporciona aos vivos, as bênçãos de Deus. Portanto, é necessário perdoar tudo durante a vida, para que, após a morte, tudo seja perdoado a nós. A mais misericordiosa, mais terna, mais poderosa Advogada das almas sofredoras no Purgatório, é a Santíssima Virgem Maria. A Sua compaixão se inclina sobre este terrível caldeirão de tormentos inefáveis, e o Seu boníssimo coração, embora se abaixe perante a Justiça de Deus, se compadece destes infelizes e intercede por eles incessantemente. Graças a privilégios excepcionais, Ela tem o poder e o direito, libertar algumas almas do último Círculo do Purgatório, nos dias de Suas festas mais importantes, ou alcançar, a passagem para um Círculo mais leve, aos que permanecem no mais severo.

Existe um dia maravilhoso no ano, quando os tormentos de todo o Purgatório estão suspensos. É o Dia de Finados. Em todos, os inúmeros Círculos, em todos os níveis e graus, como num abismo de uma gigantesca mina de tormentos sem fundo, acontece festiva paz e silêncio... As almas descansam... Não sofrem... Como um fluxo de um ar puro, elas são refrescadas pela oração intensa e comum da Igreja Militante. Que alivio! Que trégua misericordiosa! Todo o mundo cristão, numa grande explosão de compaixão, saudades e amor, pede ao Céu a graça da luz eterna para os mortos. Mesmo aquelas pessoas que, geralmente não se lembram dos mortos, naquele dia vêm ao cemitério, fazer pelo menos uma oração, acender pelo menos uma velinha...

Se alguém, não puder estar no cemitério naquele dia, então, pode igualmente bem, ajudar aos mortos, com a oração e pensamentos, estando longe de seus túmulos. O mais importante é a intenção de oferecimento. A presença no túmulo não é essencial. A oração sincera, sempre encontrará a determinada alma, e aliviará o seu sofrimento. Mas, muito importante é o comportamento no cemitério. Ao entrar ali, se entra na casa dos mortos, onde vigoram as suas leis. As almas sofrem, quando se perturba a seriedade deste lugar, com a imprudência e agitação. Isso as machuca e ofende.

No Dia de Finados, aumenta no mundo a presença e atuação dos Espíritos. Se as pessoas soubessem ouvir este outro mundo, o sobrenatural, muitas coisas poderiam pressentir. Cada sacrifício moral, físico ou material, sempre tem, e especialmente no Dia de Finados, um valor enorme e real para as almas do Purgatório. Cada minúscula coisa pode ser oferecida por elas. Que seja, o próprio esforço de ir ao cemitério, carregar uma guirlanda, estar comprimido no ônibus, o frio, pegar a chuva, enfim, tudo! Apenas, tem que o oferecer conscientemente. A intenção é que dá o valor e a importância, a cada esforço. Assim, como a intenção misericordiosa, santifica a oração de um mendigoàs vezes mecânica e distraída, a quem se dá esmola, com pedido de rezar pelo falecido. O homem, na intenção de socorrer às almas, dá a Deus essa luzinha física, pois só essa pode dar, e em troca, Lhe pede a Luz Eterna para os mortos. Deus aceita tal sacrifício, e faz a troca da luz física, pela luz espiritual, com a qual ilumina as trevas atormentadoras das almas. Existe pois, alguma conexão misteriosa entre tal luzinha, santificada pela intenção, e as trevas da vida, após a morte.

Pode-se, oferecer a dor física pelas almas do Purgatório. Conheço um caso, quando algumas pessoas se ofereceram sofrer, no Dia de Finados, para aliviar as almas dos mortos. Embora, até então, todas estivessem perfeitamente saudáveis, no momento em que decidiram fazê-lo, desmaiaram ao mesmo tempo. Tiveram a dor de cabeça, dor de dentes, dor nas costas, dores nas articulações, cãibras... Pontualmente, ao meia noite, todas essas incomodidades simultaneamente recuaram. Sei, dos meus santos guardiães, que por tais sofrimentos, mesmo leves e breves, assumidos pelos vivos, no intuito de ajudar às almas sofredoras, Deus, muitas vezes, reduz tormentos longos e severos aos falecidos. Sei, também deles, que quando alguém deseja aplacar a Deus, por alguma culpa específica do falecido, deve oferecer atos, opostos a sua culpa. Assim, por exemplo, pelo avarento, a esmola, pelo ímpio, a oração sincera e fervorosa, pelo caluniador, o silêncio, etc. As crianças podem alcançar as mais numerosas graças para as almas do Purgatório. O martírio, conscientemente ocorrido, por amor a Deus, elimina imediatamente todas as punições do Purgatório.

Continuará... A próxima, será sobre o Céu.


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