sexta-feira, 23 de julho de 2021

Purgatório. Desejo de Deus. Circulos do Purgatório. Expiação.

O Purgatório    (Continuação...)

O CÍRCULO DE ENGANOS.

O primeiro e, o mais terrível, círculo do Purgatório, é o Círculo de Enganos. É o momento, em que a alma está circulando perto da terra, mas, não tem mais contato com ela. Ela não se lembra do que era, nada sabe do que será com ela; só conhece um pavoroso e tremendo presente. Não vê, também, o fim de seu tormento atual. Não entende nada. Não sabe o que e, por que, tudo isso está acontecendo com ela; não sabe quanto tempo isso vai durar... Às vezes, encontra grupos inteiros de almas vaguejantes e hostis a ela, com as quais não se consegue comunicar, tem medo delas e não sabe evitá-las. Não encontra alívio, nem descanso. Movimentação incessante e sem sentido, uma busca constante, sem saber do que, e consciência, de que tudo o que é, ou melhor, o que não há - pode não ter o fim.

A única coisa que existe para ela, neste completo vazio, ficando exausta, assustada, errante, é a consciência de sua própria personalidade; sem noção do sentido, do tempo, do espaço, do objetivo. Uma busca constante do seu próprio lugar, e uma constante impossibilidade de encontrá-lo. Neste Círculo, encontram-se, alguns dos, ainda, não condenados algozes de Cristo.

O CÍRCULO DE TREVAS

A alma no Círculo das Trevas ainda não sabe nada sobre Deus. Também, não sabe o que a espera no futuro. Em vez disso, com terrível meticulosidade, tem de analisar constantemente suas próprias culpas, pecados, erros, equívocos, negligências, e só entende, quão torpe e mísero foi o seu lucro, em comparação com a perda. Está atormentada pela memória constante dos momentos, em que cometia o mal e pela sensação da própria impotência, porque nada mais pode concertar, nem desfazer. É oprimida pelo ódio a si mesma, e pelo desespero, ao ver  sua perda e o seu castigo. Desamparo, desespero, cheios de amargura e pesar, consciência de abandono, nojo das próprias ações - este é o fogo que não se apaga, e que a consome.

O CÍRCULO DE IDÓLATRAS

Todos aqueles que já transgrediram o primeiro Mandamento, que acima de tudo, colocavam as pessoas, estudos, a ambição, a si próprios, ou, os objetos materiais, agora, estão plenamente cientes da existência do Deus Único, e anseiam por Ele, com um desejo atormentado e sem esperança. Para onde quer que olhem, diante de si veem seus antigos ídolos. Agora, gostariam de adorar e glorificar o Deus verdadeiro, mas, na sua memória, sem cessar têm os antigos e absurdos apreços. Querem implorar a ajuda de Deus, mas têm de pedi-la àqueles ídolos, embora já saibam e entendam o absurdo de tais pedidos. Querem ver a Luz, que pressentem sobre si mesmos, mas tudo aquilo, ao que antes davam a honra, que é devida a Deus, agora, como uma nuvem sinistra, lhes obscurece e cobre a Luminosidade. Ainda, todos os pensamentos sobre erros cometidos durante a vida, sobre troca voluntária de valores, aprofundam sua tristeza e sofrimento.

CÍRCULO DE CÚMPLICES

Neste Círculo se encontram todos aqueles que, de alguma forma, se ajudaram no pecado. Embora estarem perto de si, isto lhes causa grande sofrimento; não podem se ocultar, mas ficam constantemente diante dos seus olhos. A maioria deles estava unida pelo amor pecaminoso. Se sentem culpados e injustiçados mutuamente. Sentem pena um do outro e, ao mesmo tempo, remorsos. Gostariam de esquecer de si, mas, não podem se separar. Oh, quão miserável, imundo e horrível lhes parece agora, tudo aquilo que os unia! Como agora, enxergam bem o seu verdadeiro valor, e como não conseguem entender a sua própria cegueira! Com que gosto lançariam toda a responsabilidade, sobre a pessoa tão próxima e querida, em sua vida! Com que veemência atribuíam um, ao outro, aqueles pecados cometidos juntos! Lembram-se de tudo, de cada momento, de cada contração impura de seus corações... Estão queimando de dor e de vergonha. Vergonha, que nunca tinham conhecido durante a vida!

O CÍRCULO DE EVIDÊNCIA DAS CONSEQUÊNCIAS

É um Círculo inexprimivelmente doloroso! Como que, através duma cortina rasgada, a alma vê a terra e, as mais longínquas consequências, de suas más ações e erros. Percebe a labuta de toda a sua vida, em ruínas e, já sabe que isso aconteceu, porque o âmago da sua vida, era o pecado e a transgressão. Compreende, o quanto cada seu desvio das Leis de Deus, se vinga nos filhos, netos e bisnetos. Vê os efeitos do seu mau exemplo, espalhados durante a vida; quantas almas e quantos corações infestados pelas sementes dos falsos princípios, conceitos e ensinamentos que propagou. E vai sofrer neste Círculo, não só por si mesma, mas, por todos os pecados que causou. Vai sofrer justamente assim, porque agora, entendendo o mal, terá de olhar as mais distantes, e mais variadas, as consequências de suas culpas na terra.

O CÍRCULO DE SOLIDÃO

Sofrem aqui, todos aqueles que, ao longo da vida, buscaram irrefletidamente a agitação, barulho e diversão e, portanto, nunca tiveram tempo para refletir sobre o valor da alma; os que desperdiçaram o precioso, e breve tempo, da vida terrena, em assuntos frívolos, triviais, sem valor, com isso, maus e pecaminosos. Na solidão absoluta, refletem agora sobre o vazio lamentável dos perdidos assim horas e anos. Gostariam de chamar alguém, partilhar com alguém o seu tormento, ao menos, sentir a presença de alguém... Por todos os lados, no entanto, estão rodeados apenas por um vazio e solidão incomensuráveis, sem fundo e sem esperança. Estão como que numa casa vazia, sem janelas e sem portas, e não têm certeza se algum dia sairão dela.

O CÍRCULO DE TORMENTOS RUIDOSOS

Ao contrário do Círculo da Solidão, aqui estão as almas daqueles que durante a vida, evitavam ou desprezavam as pessoas, e não lhes deram nada de si mesmas. Aqueles que, com o dano próprio e dos outros, procuravam o isolamento, ouvindo apenas gostos e sentimentos pessoais. Aqueles, por exemplo, que evitavam a Missa por causa da grande compressão de pessoas. Aqueles que, podendo compartilhar com o próximo os seus dons intelectuais, se retiravam no silêncio, - mesquinhos e egoístas. Aqueles que, pelo conforto, preguiça e resistência de servir ao próximo, de qualquer maneira, se trancavam num círculo acanhado de seus próprios pensamentos e assuntos. Aqueles que apreciavam a paz, acima de tudo, recusando-se a compreender o dever social, de amar ao próximo. Estas são, portanto, as almas de pessoas que pecaram, mais passivamente do que ativamente; pessoas que aparentemente não fizeram nada de errado, porém, por uma presunção arrogante, desdenhosa, egoísta e mesquinha, também, não praticaram tanto bem, quanto poderiam ter feito. Agora, as suas almas estão em constante inquietação e agitação. Em nenhum lugar encontram a tranquilidade; em nenhum lugar o exílio! Multidões, grupos, enxurradas de almas ansiando pelo silêncio, do qual estão se privando mutuamente. A atenção alheia, olhares, presença de alguém, em todos os lugares. Movimento, perturbação, confusão, mobilidade, tumulto, tormento e cansaço constantes, que não encontram o descanso…

O CÍRCULO DE DESEJO

Estão aqui, as almas daqueles que viveram em pecado impuro, que indiscriminadamente, nas perversões e devassidão, saciavam os desejos da carne, com plena consciência da abominação de seus próprios atos. Têm de meditar aqui, sobre o caminho à fonte de Água Viva, que voluntariamente fecharam... Queima-as terrível e insaciavelmente uma sede de pureza... Se sentem sujas, maculadas, desleixadas e as esgota uma terrível auto-aversão. Gostariam de lavar-se, enxaguar a sujeira, limpar, mas ao redor, tudo é seco, abrasador e hostil. Durante a vida, estas pessoas bebiam de fontes sujas, portanto, têm de se purificar pelo sofrimento, por um longo tempo, antes de poderem beber das limpas.

O CÍRCULO DE ALUCINAÇÃO

Neste Círculo, permanecem as almas de pessoas que viviam seus caprichos, fantasias, que constantemente buscavam novas sensações, novas experiências, poses, nelas se deleitavam, praticando o que inventavam e o que, como pensavam, combinava mais “com a sua cara”. Almas de pessoas que não quiseram saber, nem tocar, nos mais simples deveres da vida cotidiana real, inventando para si, ocupações artificiais, equivocadas, que não beneficiavam, nem a elas, nem a ninguém. Agora, as suas almas terão que continuar a vivenciar os seus sonhos enganosos, vaguear em busca inútil dos valores essenciais e do sentido, se enredar neste emaranhado enganoso, avaliado, então, corretamente.

O CÍRCULO DE ESPERANÇAS ENGANADORAS

Neste Círculo, padecem as almas das pessoas que durante a vida não cumpriam a palavra dada, nem as promessas, que fomentavam vãs esperanças nos outros, que tinham muitos bons propósitos, possibilidades e impulsos, mas nunca, pela negligência os realizaram; que adiavam "para depois" o arrependimento e a conversão, bem como, uma generosa, verdadeira oração,- sofrem na esperança da iminente libertação.

Sem cessar, imaginam que estão chegando ao fim de seus tormentos, que a qualquer momento, se abrirá diante deles a plenitude da felicidade, que só falta estender a mão, dar alguns passos..., e de repente, se percebem no fundo de incerteza e desespero. Isso se repete constantemente. Sempre a mesma esperança, e sempre a mesma frustração... Subida exaustiva, como pela parede de vidro, e de novo, derrapando desamparadamente, até ao fundo... Não irão conseguir interromper este tormento. Incontáveis vezes recomeçam, e incontáveis vezes ficarão frustradas. Isso se repetirá até que a última, mesmo a menor, culpa deste estágio seja apagada.

O CÍRCULO DE PENITÊNCIA ADEQUADA

É o Círculo mais extenso, por assim dizer, o Círculo pelo qual terão de passar todas as almas, que têm algo para reparar. Assim como, em outros Círculos, a alma sofria pelo seu próprio dano, por atrasar a própria felicidade, se atormentava com o seu próprio sofrimento, por meio de conceitos, que poderiam causar-lhe o tormento, grau por grau, alcançava a purificação, - assim aqui, no Círculo de Penitência Adequada, mais uma vez, sofrendo por todas as faltas, apenas se lembra, que ofendia o Criador!

A consciência do seu próprio dano desaparece completamente neste Círculo. Resta apenas a compreensão plena e perfeita, das negligências para com Deus. A alma enxerga aqui nitidamente e, dolorosamente vivencia, em sua memória, dia após dia, momento a após momento, pensamento após pensamento, mais uma vez, a sua vida inteira. Nem sequer um único pecaminoso batimento do coração será omitido, contanto que, já tenha sido expiado pelos sofrimentos conscientes na terra.

Agora, a alma vê claramente cada momento, em que poderia ter deixado o caminho errado, enxerga as luzes com as quais Deus lhe mostrava a futilidade de sua conduta. Entende, que por seu livre arbítrio, escolhia as coisas que ofendiam a Deus e não eram do Seu agrado, podendo às vezes, com pouco esforço e raciocínio, fazer aquilo que se reverteria para a glória de Deus.

Agora, a alma vê claramente, o que ainda, o homem da terra, às vezes, ousa duvidar, de que todos recebem do Criador, o suficiente luz e força, para nunca ofendê-Lo. Com inexorável consequência e clareza, passam diante dos olhos da alma, as imagens da sua própria vida, e enquanto isso, com o entendimento já desobstruído, ela compreende a santidade, a beleza, a doçura, o poder, a perfeição e a justiça de Deus, que ofendia. Purificada nos Círculos anteriores, de tudo próprio, como que, refeita pelo sofrimento, purificada pela angústia das impurezas terrenas, permanece diante do seu Criador e Senhor, sofrendo, acima de tudo, por ter ofendido a Sua Eterna Perfeição.

Quanto mais sensível e mais dotada for a alma, quanto mais íntimo poderia ser o seu relacionamento com Deus e maior capacidade de entender os Seus Planos, tanto maior será a sua dor e desespero. Não se pode ter noção alguma do tormento, da vergonha e da dor que a alma experimenta aqui! Se ela pudesse morrer, quereria morrer neste Círculo. Se ela pudesse enlouquecer, aqui enlouqueceria! Somente quando a última culpa, a última falha e o último, mais íntimo pensamento, forem queimados por esta, a mais perfeita, em seus motivos contrição, a alma passará para o último Círculo do Purgatório, o Indiferente.

O CÍRCULO INDIFERENTE

Que alívio, que felicidade, que bênção inconcebível para a alma, quando, depois de passar por todos os Círculos próprios para a sua expiação, chega, enfim, até aqui! Isso permite ter uma ideia do grau de sofrimentos anteriores, e parece uma graça, quando não sente mais nada. Enaltece este Círculo, como um sobrevivente naufragado saúda à ilha salvadora. É um Círculo no qual não se sofre, mas espera. E embora, não se saiba quanto tempo a espera vai durar, não se sofre por esse motivo.

Algumas almas ficarão aqui enquanto, pode-se dizer, não descansarão, depois dos tormentos passados e, adquirirão forças para entrarem no primeiro Círculo do Céu. As almas de outras pessoas, tendo cumprido o seu castigo, esperam aqui, sem sofrer, até que alguém na terra, repare o que elas destruíram ou negligenciaram em suas vidas.

Por exemplo, há aqui padres que celebravam a Santa Missa com negligência e distraidamente. Eles estão esperando, até que alguém na terra, a celebre piedosamente pelas suas almas, de padres desleixados.

Estão aqui, também, aqueles que durante a vida, juntaram patrimônio à custa da injustiça e de lágrimas humanas. Até que alguém não repare o mal que praticaram, ou, se isso for impossível, na intenção dos culpados, não pratique um ato de caridade, equivalente ao mal cometido naquele tempo, as almas de tais pessoas, passarão para o próximo Círculo, somente, quando na terra cessarem todas as consequências de seus erros.

As almas dos escritores que escreviam obras contrárias às Leis de Deus, esperarão aqui, até que alguém na terra, não retome as suas inspirações, e as use para a glória de Deus. Entretanto, tal ação expiatória, pode ocorrer pela direta permissão de Deus e, unicamente, do Círculo Indiferente. Às vezes, tais almas em espera, podem ser levadas mais acima, pela oração fervorosa, repleta de renúncias e boas obras, dos viventes que, com plena consciência e, especificamente por determinada alma, oferecem estas doações.

Neste Círculo, também, estão as almas, a quem Deus abreviou o tormento nos Círculos anteriores, pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, orações dos seus padroeiros ou, boas obras de pessoas vivas. Com isso, a qualidade de punição foi lhes alterada, da mais breve e dolorosa, para mais longa e mais suave. Nesta permanecerão, até a sua completa purificação e amadurecimento, que lhes permita passar para o primeiro Círculo do Céu, ou seja, o Círculo de Conhecimento.

A alma que ganhou tal indulto, percebe e conhece perfeitamente tudo, o que ainda tinha para redimir e que foi perdoado, sem nenhum mérito seu. Embora não viva mais tormentos, a própria percepção, do que ainda a esperava e, do que ela foi preservada, leva-a a gratidão àqueles que lhe ajudaram pela oração, a libertar-se antes do tempo.

Há pessoas que acreditam que, se alguém fizer uma boa confissão, logo após a morte entra no Reino dos Céus. No entanto, estão erradosO Purgatório é um “lugar” não só de purificação, mas também, de amadurecimento, para aqueles que, por negligência ou desconsideração das luzes interiores, não se desenvolveram espiritualmente. Tais pessoas têm de começar seu desenvolvimento no Purgatório e sofrer, até, que desenvolvam a capacidade de compreender, ou seja vivenciar, o momento culminante de felicidade, determinado, desde séculos, pelo bom Deus. Não queriam amadurecer durante a vida, então, têm de amadurecer após a morte, suportando os tormentos durante séculos.

Por esta razão, as pessoas boas, generosas, ativistas filantrópicos, nobres idealistas, e outros,- se as suas ações não foram motivadas,  principalmente pelo amor de Deus, então, apesar de numerosas e grandes coisas, feitas por outras razões, terão de aprender no Purgatório, primeiramente, a amar a Deus e, só então, será lhes dado a vê-Lo.

A base do julgamento não será apenas aquilo que a pessoa fez bem ou mal, mas também, se cumpriu todo o bem, que podia ter feito durante a vida. Tudo, portanto, o que faltar ao máximo das exigências de Deus, de acordo com as capacidades da alma, e tudo o que exceder o máximo de tolerância de Deus, de acordo com as fraquezas da carne, a alma tem de reparar ou aperfeiçoar pelo sofrimento, no Purgatório.

Pouquíssimas almas evitarão o Purgatório, embora, cada uma poderia evitar, se durante a vida, quisessem compreender claramente, que cada pecado, mesmo o menor, tem de ser conscientemente reparado, aqui na terra, ou ali. O sofrimento, durante a vida, aceito com a boa vontade ou, a humilde e confiante submissão a vontade de Deus, são as mais privilegiadas formas o ideal meio de penitência, pelas infidelidades às Suas Leis, para alcançar a felicidades após a morte.

O sofrimento expiatório aceito, durante a vida, é uma prova de nossa boa vontade, e por isso, Deus, na Sua generosidade, pelo mesmo pecado, exige a reparação mais leve e mais curta, do que teria exigido no Purgatório. Pode-se fazer uma comparação com a balança decimal. Quem quer expiar as culpas durante a vida, coloca, até mesmo os pequenos pesos dum lado, e eles “superarão” os muito maiores, do outro lado. Da mesma forma, até um pequeno mérito na terra, “ali” tem um valor dez vezes maior.

Na mesma balança decimal, no entanto, Deus, pesa também, a culpa humana. Por cada pecado não reparado “aqui”, “ali” será necessário colocar na balança uma punição muito maior, para compensar. Pois, quem adiar a penitência, até o sofrimento obrigatório no Purgatório, não será beneficiado de nenhum alívio da Divina Misericórdia.

Quão maravilhosamente grande é o poder do sofrimento conscientemente aceito e oferecido a Deus! Como bem entendem isso, depois da morte, todos aqueles que, mesmo na Paixão salvadora de Deus-Homem e, no martírio dos seus seguidores, só viram uma loucura mística!

Na opinião de alguns, a elevação do sofrimento à dignidade de mérito, é apenas uma invenção genial, dum nobre revolucionário de Nazaré que, levado pela dor, para adoçar algo, que não se podia evitar, persuadiu as mentes não esclarecidas dos pobres, com a ilusória fé numa recompensa, se suportarem pacientemente o sofrimento temporal. Na sua opinião, uma promessa de algo, que só seria se cumprido após a morte, impunemente poderia ser lançada ao mundo... Aonde, então, depois buscá-la? O quanto ficarão surpresos e apavorados, tais pensadores, quando se depararem, “cara-a-cara” com a Justiça Daquele, que sabe cobrar o respeito às Suas Promessas!

As almas do Purgatório não podem fazer nada, por si mesmas, a não ser sofrer. O sofrimento, é a sua única oração, único trabalho e, finalmente, a unica maneira para se aproximarem do Objetivo.

Continuará...



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