quarta-feira, 29 de março de 2017

Morte da Igreja - festa do demônio (III Parte)

Pastoral de "manutenção", padres "coveiros" e "encanadores", "heresia do ativismo" (Continuação)


Catequizar, tarefa urgente
A Igreja precisa de estatísticas e assembleias, sem dúvida. No entanto, isto não é o mais importante. Não deve estar na frente da evangelização efetiva. As estatísticos, reuniões, títulos honoríficos e incensos não refletem a verdade sobre a Igreja. Ela é muito mais do que as estruturas visíveis, muitas vezes debilitadas e ineficientes. A Igreja, em sua parte essencial é invisível. É O Corpo Místico de Cristo e Templo do Espírito Santo (Cl 1,18; 1Cor 6,19).
Muita “fumaça pastoral” está na moda. Nojenta e inútil fumaça, que engana, em vez de comunicar a Deus, como se queixa Deus através do profeta (Am 5,21; Is 1,14-15). É preciso fazer um sólido trabalho de evangelização e catequizar o povo para, assim, levá-lo a Deus.
Falar da evangelização não basta. Pois, quem vai fazer ela acontecer de fato? O Santo Antônio de Pádova disse, numa das suas homilias: “Cessem as palavras, falem as obras”. Quanto a isso, o próprio Jesus ordenou: “...ide e fazei com que todos os povos da terra se tornem discípulos meus” (Mt 28,19).
Não se deve insistir, a todo custo, na quantidade dos membros da Igreja, mas na qualidade, ou seja, dar a maior atenção àqueles que de verdade fazem a sua opção por Deus. A igreja repleta de crentes nas celebrações não reflete, necessariamente, a vivacidade da Comunidade eclesial, pois há vários meios para atrair, mas nem sempre para o Senhor... A não ser que se trate das “curas”, dos dízimos e ofertas...
Pessimismo? Exagero? Equivoco?
Tomara que fosse tudo isso. Como eu desejaria que tudo isso fosse um engano meu. Mas, infelizmente, os fatos falam por si mesmos. As pessoas que fazem o uso da razão, até as indiferentes religiosamente, não têm dúvida que a crise atual da Igreja deve encontrar uma adequada resposta, urgentemente, para ela não sucumbir. A Igreja ainda tem a moral, autoridade, mas a maioria maciça, dos que se dizem crentes, não comunga da mesma fonte, que constitui a moral cristã e força do testemunho da primazia de Deus, em toas as áreas de vida cotidiana. Hoje, a situação está piorando em comparação com o passado e assombrosamente soam as palavras de Jesus: “Mas, quando o Filho do Homem voltar, encontrará fé sobre a terra?” (Lc 18,8).
Parece que não está enxergando a morte da Igreja, gradual e sistemática, quem não quer enxerga-la, ou quem já foi enganado pelo Adversário, e com os óculos “cor-de-rosa” constata, que “tudo está bem, apenas o mundo está mudando, portanto, temos que compreender e nos adaptar...”. É, precisamente, isto que o Inimigo quer, que se creia que “tudo vai bem”. Que não se faça nada para modificar o quadro, que basta fazer maquiagens”. Se vai bem, então “por que esquentar”? Enfim, melhor não tocar o assunto, porque ainda poderia “acordar” algum novo são Francisco de Assis e perturbar a perfeita obra da desmontagem daquilo que “montou” o Homem de Nazaré, e o que ainda continua “incomodando o mundo”.
Uma Igreja que não se compromete, de fato, com a catequese e evangelização, não poucas vezes, “foge” para um campo alternativo, cujo lema seria: a “Igreja presente e atuante na sociedade”. Com isso, vai “batizando” e promovendo os valores sociais à custa do trabalho de evangelização.
Ninguém nega que é preciso promover estes valores e buscar a dignidade da vida. Mas, a primeira necessidade não seria voltar a maior atenção à vida da própria Igreja? Se ela não tiver vigor autêntico, ancorado em Deus vivo, ela não será capaz de promover efetivamente aqueles valores que eu chamei de “substitutos do essencial”. Haverá frustração recíproca...
O que fazer?
Fazer a evangelização acontecer, para valer. Deve ser dito claramente que não basta deixar o pecado (Mt 12,43-45) ou fazer o bem. É preciso ter a fé. Não são as obras que salvam (Ef 2,8-10), mas a fé, o que sempre apontava Jesus Cristo (Mc 5,34; Lc 8,40-56; Mt 9,18-26). É claro que não existe a fé viva sem as obras (Tg 2,15ss), mas elas devem ser fruto da fé, devem “nascer da fé”. Porque, pode-se fazer o bem e não ter fé. Quanta gente neste mundo faz coisas boas e não tem fé em Jesus Cristo?! Também, pode-se rezar e não ter fé. - “Credo! Rezar e não ter fé?! Mas, é claro que reza tem fé!”. Infelizmente muitos rezam sem terem a fé. A oração, novenas, Missas podem ser tratadas como meios para conseguir um benefício, “arrancar” de Deus as graças necessitadas. Tornam-se como que amuletos que protegem do mal e através dos quais se procura obter a benevolência de Deus.
Que preço você estaria disposto a pagar para salvar a Igreja do Senhor? Sair das instalações e assumir a fé, como Abraão, Moisés, José, Francisco de Assis? Oferecer suas orações, seus sacríficos cotidianos pela santificação da Igreja? A sua contribuição material como apoio a obra da evangelização (catequese, retiros em regime fechado, materiais)? Ou, então prefere deixar que “os outros” (melhor preparados, com mais tempo, mais recursos) resolvam isto? Ou, ainda, vai optar por “não mexer” com isso aí, porque “alguém pode não gostar”, pode incomodar alguém... Será, que Jesus agiria assim? Ele que com fúria expulsou os negociantes, para purificar o tempo (de pedras) de Deus? (Mt 21,12-13).
Então está na hora de proclamar a mobilização geral! Se amamos a Jesus Cristo não nos pode ficar indiferente a Sua Causa, o Seu Corpo Místico (Col, 1,18; 1Cor 12,12), a Sua Igreja, Mãe que nos deu a vida através do sacramento do Batismo.
Você lembra aquela historinha da floresta em chamas, que conta como todos os seus moradores correm para si salvar, menos um pequeno passarinho, que tenta apagar o incêndio “carregando” a água em seu biquinho? Quando contestado que não vai conseguir, que isto não tem sentido, ele responde: Não importa. Estou fazendo a minha parte”...  É assim, cada um deve fazer o que pode, o que está no seu alcance, contribuir da maneira que lhe é possível. Importa que haja a responsabilidade e ações concretas. Acreditar que “um pouco” faz a diferença...

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