quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Advento. Natal. Salvar-se. Vírus chinês. Não tenha medo!

Não tenha medo!

Estamos em pleno Advento. O Senhor, o Rei “ha de vir” (= advento) para nos levar ao seu Reino. Um Reino de Vida e Felicidade eternas. Conforme textos litúrgicos nos motivarem, ansiosamente “corremos ao encontro do Filho de Deus” (Oração da Coleta, II Dom.do Advento). 

Em consequência, deixamos de nos preocupar com um “ambiente natalino” já presente no espaço público e nas casas dos ignorantes religiosos. Sim, ignorantes. E ainda, infelizes, pois não vivem nem o Advento, nem irão viver o Natal, permanecendo nos seus pecados e continuando a levar a vida mundana.

Durante este período que vivemos, como cristãos conscientes, nos concentramos nas palavras do Arcanjo Gabriel dirigidas a Santa Virgem Maria: “Não tenhas medo Maria, porque encontraste a graça de Deus” (Lc 1,30). Diante destas palavras seria bom nos perguntarmos a nós mesmos: o que nos atormenta?

O medo é um sentimento natural, conhecido por todos. O medo acompanhou Abraão (Gen 12,10), Jacó estava com medo (Gen 31,31; 32,8), Moisés (Ex 2,14;17,4), Pedro (Mt 26, 69ss. ) Apóstolos (Mc 4,38-40; Mt 26,56). Também, o próprio Jesus, experimentou medo e angústia (Mt 26,37; Lc 22,44).

Sendo “cidadãos do Céu” (Flp 3,20) nós devíamos “temer daquele que pode fazer perecer o corpo e a alma no fogo do Inferno” (Mt 10,28...). No entanto, geralmente, temos medo do que não deveríamos temer... “O que dará o homem em troca da sua vida...?” (Mt 16,26-28).

Muitíssimos, entre nós, temem de não serem aceitos pelo ambiente moderno em que vivem, inconciliável com a fé cristã que professam. Então, caem em tentação de fingir, “manter a imagem”, enfim, serem “corretos politicamente”. Assim, colocam máscaras, tentando se adaptar aos padrões artificiais e inatingíveis.

Outros, alegando que “o mais importante é a saúde” temem para não “pegar” o “vírus chinês”, como que esse fosse o maior perigo do homem neste mundo. E assim, tudo vai se deslocando para trás... Menos o supermercado (cuidar da saúde), farmácia (também, saúde), shopping (saúde, pois não se pode ficar tantos meses dentro da casa), e ainda, bares (a gente precisa de se divertir um pouco para o bem da saúde), etc...

Agora, quanto a Deus, quanto a Culto de Deus, já é outra história...

“Na igreja?

- Pega vírus!!!

- Fique em casa!

- Não vá a igreja! Reze em casa!"

E assim, a Santa Missa em casa, a Comunhão em casa, mesmo sem se confessar... Tem aqui um “porém”. Tanto o Santo Sacrifício, quanto a Comunhão Sagrada requerem a presença real. A virtual não existe...

Quanto a evangelização, a razão de ser da Igreja... Eita! 

- Também em casa??? 

- Ferrado...!

Vamos chamar as coisas pelo nome? O que mais temo hoje, na situação concreta que estou vivendo? O que me impede de ser, o que devo ser? Por que não tenho coragem de tomar decisões importantes, que preciso tomar? E então?

Veja, a frase “não tenha medo”, aparece 365 vezes na Sagrada Escritura. Como se Deus quisesse nos dizer cada dia do ano: “Não tenha medo”! Se o próprio Deus diz isso, então...?

Por si mesmo, “ninguém é forte, ninguém é santo” (Oração da Coleta, XVII Dom.Tempo Comum). Mas, como ouvimos nas palavras do Arcanjo Gabriel a Maria: “Encontraste a Graça diante de Deus". Pois, devemos nos abrir a Deus. A Sua Graça. Buscar a Deus, aproveitando o restante do Advento, no silêncio da oração, na Sagrada Escritura, no Sacramento da Reconciliação (Confissão), e em particular, na Sagrada Comunhão.

Não percamos este santo Tempo do Advento. Sem o verdadeiro Advento não há Natal, assim como sem a gestação não há nascimento dum ser humano.


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