sábado, 26 de dezembro de 2020

Conservadorismo. Tradicionalismo. Modernismo. Patriotismo

 Ao ler o “Despertar da Senhorita Prim”, de Natália Sanmartin Fenollera, encontrei uma linda e sábia frase, que poderia chamar de “definição popular”, do algo, que muitas pessoas uma sensação “mista” tendendo para o receio, devido a constante e imbecilizante indoutrinação comunista, ou seja, estou falando do “tradicionalismo” e/ou “conservadorismo”.

A Natália Sanmartin, através de uma das personagens, deste seu “romance filosófico” (é a minha classificação), a Herminha, disse que as “tradições são um muro para conter a degradação e a incultura...”

O que e tradição? A palavra vem do verbo latim “traditio”, e literalmente significa entregar, passar adiante. Na prática é a continuidade e conservação de costumes, valores e/ou da cosmovisão e da doutrina. É um verdadeiro fundamento da “alta cultura”, da religião verdadeira e da unidade entre as pessoas. Quando abolida, o homem fica desorientado e desenraizado. Se torna uma “presa” fácil para todo tipo de ideologia, também religiosa.

Há , ainda, uma tradição diferente. A “Tradição” (note: de maiúscula) que é a fonte das Sagradas Escrituras (Bíblia). Elas não foram trazidas para nós por alguém do Céu, mas compiladas, na base da Tradição. E esta Tradição contém as verdades revelada por Deus que sucessivamente foram registradas, como fatos isolado, para se tornarem uma “Biblioteca”, num só volume...

E a conservação? Note-se, que na “tradição” está incluída a “conservação”, como seu elemento. Portanto, não é algo paralelo ou oposto. O dicionário Michaelis define o conservadorismo como “conjunto de valores ou concepções alicerçado na tradição, em oposição a quaisquer inovações políticas e/ou sociais”.

Vejamos que a autora do “Despertar da Senhorita Prim” chama a tradição dum “muro para conter a degradação e a incultura”. Logo pode-se ver que estes males, como um “esgoto existencial”, estão sendo espalhados pelo MODERNISMO.

E o que é “modernismo”? Na primeira metade do século XX, na Europa, surgiu um “movimento”, que “revolucionou” a cultura, a arte e literatura. Voltado contra tudo que é do passado. Uma oposição irracional e neurótica. Esta corrente filosófica (acho que pode-se dizer assim, sendo que o seu objetivo é mexer com os princípios da vida) combate todas as formas "tradicionais", até mesmo a organização social e a vida cotidiana. Julga-as ultrapassadas, e insiste que seja fundamental abandoná-las, para criar uma “nova cultura”, que obviamente, dará o início ao “homem novo” e a “nova ordem mundial”.

Foi assim que aconteceu uma ruptura da continuidade dum processo evolutivo de crescimento e aperfeiçoamento da vida humana. Foi interrompida e desprezada a transmissão inter-geracional. Foi infundido radical desprezo aos valores, que durante séculos, cultivados e apreciados universalmente, constituíam fundamento da cultura, chamada posteriormente de “cristã”, enobrecendo e santificando muitos. O homem ficou desenraizado e... foi lhe oferecida, entre outros, a teoria de Darvin...

Obviamente esse “trabalho” do modernismo influenciou muitíssimo a mentalidade da sua época, como também, das passadas, visto que, os “erros do comunismo” (como disse a Virgem Maria em Fátima) começavam se expandir pela Europa e pelo mundo inteiro. Essa é a "realidade", que hoje devasta intelectualmente, espiritualmente e moralmente as universidades, que deveriam formar pensadores e intelectuais, mas acabam por formar.... “agentes modernistas”.

Um ódio, tão incomum, a tudo que é do passado é motivado por...? Algum valor superior? Algum benefício real para a humanidade? Ora, não se deva pensar que o modernismo foi apenas uma mera invenção ou uma conquista da humanidade...

O “modernismo” tem uma história. Já no tempo de Moisés, vemos a sua primeira manifestação... (Mt 19,1-12). Na Santa Igreja Católica, Esposa de Cristo, ele está desde há muito tempo (começo do segundo milênio), fingindo-se de “humanismo” e, como tal, tolerado e radicado. 

Tempos visto hoje, depois da decisão do Papa Bento XVI de equiparar o “Rito Extraordinário” (anterior ao Concílio Vat.II) da Liturgia, com o “Rito Ordinário” (o Conciliar), como se desencadeou uma verdadeira guerra a tudo que é do passado (compare, por favor, com o foi dito acima sobre modernismo cultural), transformando-se num ódio, sem escrúpulos e sem controle, ou melhor, com a aprovação (vezes passiva, vezes ativa) do setores decisivos da Igreja. 

E novamente a pergunta: tudo isso, em dome de...? Por que que incomoda esta presença da cultura litúrgica, que santificava a Igreja durante séculos? Causa perplexidade e duvidas, até nos leigos, se tais atitudes não se originam nas meras ideias, nas suposições, sem ter-se conhecido o valor da cultura cristã dos séculos passados, com as suas expressões na Liturgia e seu apreço ao Sagrado. 

A tradição e a conservação, sendo radicados na memória, têm muito a ver com o amor. O amor verdadeiro requer a memória. Precisa de ter gravada, na mente e no coração, a imagem do “objeto” do amor. Assim, o passado se faz presente, sempre presente, enquanto durar a memória. Inclusive, patriotismo é fruto e consequência da memória...

Notamos um fenômeno, que incomoda a todos os que ainda conservam valores tradicionais. Vemos um sistemático desaparecimento, ou a “morte da civilização cristã” que, deu a origem a nobre cultura ocidental. O desprezo e a hostilidade a memória histórica e tudo que é tradicional, um encanto incomum com as novidades, a arbitrariedade e infalibilidade das pesquisas científicas e das “celebridades” e, enfim, poder-se-ia: um “modernismo evolutivo e agressivo” sem um fim e sem um objetivo definido. Um ilusionismo numa “edição” clássica...

Portanto, de que realmente, o ser humano deve libertar-se? De Deus? Deus que revela a Verdade e comprova a Sua Bondade para com homem, mas, que é chamado pelos modernistas de “opressor”, “indiferente” e “cruel”?

Ou, talvez, do modernismo é que devemos nos libertar? De uma cadeia, que engana e impõe a necessidade de renuncia aos valores que tem constituído o nosso “hoje”, “ontem” e “amanhã”, em nome dum sonho, dum objetivo ideológico e ilusório? Isso se transformou um “deus” falso e absolutista, que visivelmente vai destruindo a dignidade humana e impedindo, homem ser feliz eternamente?

Esta resposta é inevitável...

Dela depende tudo... O hoje e o amanhã...


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