sábado, 10 de maio de 2014

Igreja “LIBERAL” & REBELDES

O texto seguinte é uma tradução da matéria de Dr. T.M.K., uma fonte de livre acesso. Identificação disponível, quando solicitada. Esta tradução é uma "contribuição" para o assunto da postagem anterior. Achei-a esta matéria interessante e objetiva, portanto, útil e esclarecedora para os que querem saber mais...

Nossos ouvidos invadem declarações apreensivas de paroquianos ​​de Jasienica que, por escrito, solicitaram ao Arcebispo Henryk Hoser para fechar a sua igreja paroquial, por causa do perigo real de profanação pelos desordeiros, que apoiam o rebelde padre Lemanski. A dolorosa divisão e cisma da comunidade católica neste lugar, se tornou um fato e a ferida dolorosa não só não cicatriza, mas, é aprofundada pelas pessoas de má vontade. Neste contexto, gostaria de mostrar o fenômeno de divisão numa perspectiva mais ampla e expor, tais situações como rebeldia, desobediência ou realização de ambições pessoais, numa dimensão maior, dentro da Igreja Católica.

Já estamos acostumados com as acusações frequentes à Igreja Católica e seus líderes, pelos ambientes sócio liberais da Europa Ocidental, de antiquadismo e conservadorismo. Também o Papa João Paulo II foi declarado, pelos liberais e post comunistas, como um conservador fechado. No entanto, durante o seu grande pontificado manifestaram-se, também, certos grupos de interesse que o consideravam como liberal e modernista agressivo.

Portanto, gostaria de apresentar brevemente, aos leitores do portal NaszDziennik.pl, um interessante fenômeno de movimentos cismáticos de corrente católica, a quem as iniciativas do papa João Paulo II, de buscar uma linguagem comum em busca da paz e harmonia com outros ambientes, não eram buscas de soluções inteligentes no caminho da paz, de compreensão e aproximação, mas evidências de liberalismo e modernismo do papa e da Igreja Católica após a reforma do Concílio Vaticano II.


Na convicção dos sedevacantistas ou lefebristas o pontificado de João Paulo II foi inconcordável com o espírito da verdadeira doutrina do catolicismo, identificado com a pessoa de São Pio X. Os cismáticos igualdam os erros do liberalismo e do modernismo com os ensinamentos pós-conciliares de João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e Francisco, tornando-os destinatários das primeiras palavras da encíclica de Pio X, onde ele escreveu na introdução, que o objetivo dos inimigos de Deus é a destruição do reino de Jesus Cristo.

A Fraternidade Sacerdotal de São Pio X (SSPX), como ambiente que reprova ações "modernistas" dos Papas pós-conciliares foi fundada por arcebispo Marcel Lefebvre, a quem João Paulo II foi obrigado impor a pena de excomunhão. Apesar de muitos anos de esforços para criar uma plataforma de diálogo, com desobediente fundador, não se conseguiu voltar à plena comunhão. Lefebvre ordenava sacerdotes sem respeito a disciplina eclesiástica, até que ele e seus colegas (o já mencionado Fellay, Bernard Tissier e sacerdotes de Mallerais, Richard Williamson e Alfonso de Galarreta) foram declarados cismáticos no Motu Proprio «Ecclesia Dei» de 2 de Julho de 1988. Nesta carta, o Papa expressou sua profunda tristeza por causa da desobediência daqueles clérigos que se opuseram a primazia do Sucessor de Pedro.

Além de ordenar sacerdotes sem a permissão canônica os cismáticos rejeitaram diversas resoluções do Concílio Vaticano II, questionando, entre outros, o novo missal de Paulo VI, de 1970 e afrontaram a autoridade do Papa, em primeiro lugar de Paulo VI, em seguida de João Paulo II. Após a excomunhão muitos seminaristas e sacerdotes abandonaram a fraternidade, formando a Irmandade de São Pedro, acentuando assim a plena comunhão com Roma. Há muitos anos que a Santa Sé trabalha pela unidade plena da Igreja e renova tentativas de motivar a Irmandade SSPX à plena subordinação ao primado do Sucessor de Pedro. (Uma dessas tentativas foi decisão pessoal de Bento XVI para retornar à tradição da Missa em latim, que Papa apresentou no motu próprio, Summorum Pontificum, de 7 de julho de 2007).

Outro ambiente cismático são sedevacantistas, da Congregação de Maria Imaculada Rainha, que se separou da Igreja depois do Concílio Vaticano II.
Ambas as correntes acreditam que somente elas preservam o verdadeiro espírito tradicionalista de catolicismo romano, e todos os Papas conciliares e pós-conciliares, afastaram-se da verdade, optando por princípios modernistas. A principal luta ideológica acontece entre os sedevacantistas e a Irmandade de São Pio X.

Generalizando o problema, a objeção principal que deve dirigir-se a sedevacantistas, é um conclavismo1 destrutivo, enquanto a acusação relativa tanto a ultramontanos2, quanto a lefebristas é a falta de sucessão apostólica. Isto não prognostica nada de bom a ambos os movimentos cismáticos. Os sedevacantistas radicais na sua negação de todos os Papas, depois do Pio XII, já têm algumas dezenas de papas, espalhados pelo mundo afora, enquanto os moderados não possuem nenhum, considerando este fato como efeito dos pecados da Igreja.

Os lefebristas, por sua vez, ordenam seus bispos e sacerdotes, sem o consentimento da Santa Sé e, apesar de não negarem a própria essência do papado pós-conciliar, reconhecendo João Paulo II, Bento XVI e Francisco como Papas legítimos (sempre oram por eles durante a Santa Missa), não obedecem ao Papa em consequência da negação de algumas resoluções do Concílio Vaticano II.
Os lefebristas, não querendo obedecer ao Concílio, selecionam aqueles princípios que, de acordo com a ordem pré-conciliar ou conciliar, estão em consonância com o espírito da Tradição Sagrada. Desta forma, os mais altos hierarcas da FSSPX, desempenham o papel de "papas", decidindo quais regras, dogmas e ensinamentos estão corretos e quais devem ser rejeitados. Além disso, se alimentam de ataques ideológicos a Irmandade de São Pedro e a Igreja Católica.

Com outras Igrejas cristãs não mantêm contato nenhum, considerando-as como seitas não católicas, porque o único cristianismo é catolicismo. Ao mesmo, os sedevacantistas são muito mais radicais. Reconhecem o Papa João Paulo II não tanto como um herege, quanto a um apóstata, que traiu e completamente rejeitou a verdadeira fé cristã. As demais correntes cristãs consideram como seitas, cismáticos ou heréticos, dependendo das "infidelidades".

É assim, que é o orgulho, a falta de amor, a "busca de si próprio", a desobediência aos superiores causam a devastação entre os fiéis da Igreja.
Tenhamos a esperança que em Jasienica não surja uma nova igreja sob título de pe. Lemanski, porque tal perigo existe sempre, em particular no contexto em que, de acordo com alguns paroquianos de Jasiennica, a Santa Missa só é válida se for celebrada por padre rebelde. Sabemos, no entanto que o trigo onde há trigo, aparece também o joio.

Traduzido duma fonte de livre acesso. Identificação disponível, quando solicitada (FM).

Obs.: As seguintes observações 1 e 2 não constam no constam no texto original. Deliberadamente acrescentei estas informações para facilitar a leitura e a compreensão.

1/ Conclavismo - facção do tradicionalismo católico, derivado do sedevacantismo, cujos adeptos defendem que devido ao colapso da hierarquia pós-conciliar podem escolher o seu próprio papa. O conclavismo parcialmente contradiz ao sedevacantismo, porque completamente não reconhece os papas depois do Concílio Vaticano II. No senso estrito, eles não são sedevacantistas, porque defendem que a Santa Sé já não está mais vaga, ou seja, já não está em sede vacante. Mas muitas vezes são classificados como sedevacantistas porque rejeitam a atual sucessão papal da Igreja Católica, pelas mesmas razões do que os sedevacantistas
2/ Ultramontanismo – (do latim: Ultramontanus = atrás das montanhas) -corrente filosófica que postula a subordinação das políticas de igrejas católicos particulares de países diferentes à decisões do Papa. Foi criado em França no final do século XVIII e início do XIX. O próprio conceito vem da Alemanha e significa que as decisões nos assuntos da Igreja são tomadas exclusivamente em Roma, "além das montanhas". Ultramontanismo surgiu como efeito de encontro de iluminismo racional e anticlerical com emocionalismo romântico da primeira metade do século XIX. Em contato com a Revolução Francesa, com as guerras napoleônicas, tolerância religiosa, socialismo e secularismo de vida, a Igreja decidiu endurecer as regras de doutrina, dogmatizá-las e centralizar a hierarquia católica em torno de Roma. Movimento de pulso deu condenação pelo Papa Pio VI em 1791, os princípios revolucionários prevalecente na França.

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