quarta-feira, 13 de junho de 2018

Santo Antônio – homem evangélico. Homem inquieto. Filho de Deus. Missionário


Homem evangélico, homem inquieto, homem de Deus

Hoje, celebramos a memória litúrgica de Santo Antônio de Pádua (ou de Lisboa), um dos santos mais populares. Um dos meus irmãos mais velhos, desta grande família franciscana. Um Santo muito querido do povo.
Nasceu em Lisboa, em 1195, e morreu em Pádua (onde se encontra o seu túmulo), na Itália, em 1231, com 36 anos de idade. Seu nome de batismo era Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo.
Ainda jovem, entrou na Ordem dos Cônegos Regulares onde ordenou-se sacerdote. Estudou filosofia e teologia em Coimbra, até ser ordenado sacerdote. 
Pouco depois da sua ordenação, abandonou os Cônegos Regulares para se tornar missionário, na recém-nascida Ordem Franciscana. O seu deseja era evangelizar a África. A Providência de Deus leva-o, pelos caminhos dolorosos, à Itália, onde deve alcançar os cumes da vida evangélica, através da simplicidade e humildade de vida, dum frade franciscano.
O Papa Pio XII, em 1946 escreveu: “E Deus não deixou de lhe manifestar várias vezes quanto foi estimado pelo Cordeiro Jesus Cristo este amor que tinha à pureza. Efetivamente, enquanto Antônio estava rezando solitário na sua cela eremítica, todo absorto com o espírito em Deus e com os olhos voltados para o céu, eis que, de repente, num raio de luz lhe aparece o Divino Menino Jesus, cingindo-se ao colo do jovem franciscano, e com os seus bracinhos cumula de carícias o nosso Santo que, anjo em carne humana, arrebatado em suavíssimo êxtase, vai pascendo entre os lírios’ (Cant 2,16) junto com os anjos e com o Cordeiro Divino.
Quem atentamente – continua o Papa Pio XII - percorrer os “Sermões” do paduano, descobrirá em Antônio o exegeta peritíssimo na interpretação das Sagradas Escrituras e o teólogo exímio na definição das verdades dogmáticas, bem como o insigne doutor e mestre em tratar as questões de ascética e de mística – tudo o que, como tesouro da arte divina da palavra, pode prestar não pouco auxílio, especialmente aos pregadores do Evangelho, pois constitui rica mina de onde os oradores sacros podem extrair as provas, os argumentos oportunos para defender a verdade, impugnar os erros, combater as heresias e reconduzir ao reto caminho”. (Papa Pio XII, Carta Apóstolica, Exulta, ó feliz Lusitânia,16/01/1946).
Também, o Papa João Paulo II, retoma este cunho missionário de Antônio, dizendo: “Durante toda a sua existência Santo António foi um homem evangélico... Queria pedir a todos vós que mediteis exatamente sobre este marco de evangelização.... Sem fazer exclusões ou preferências, este é um sinal que nele a santidade alcançou metas de excecional altitude”.[...] “O Doutor Evangélico fala ainda aos homens do nosso tempo, sobretudo indicando-lhes a Igreja, veículo da salvação de Cristo. A língua incorrupta do Santo e o seu aparelho fonético encontrado maravilhosamente intacto parecem atestar a perenidade da sua mensagem. A voz de Frei António, através dos Sermões, é ainda viva e penetrante; em particular, as suas coordenadas contêm um apelo vivo para os religiosos dos nossos dias, chamados pelo Concílio Vaticano II a testemunhar a santidade da Igreja e a fidelidade a Cristo, como colaboradores dos Bispos e Sacerdotes” (Papa João Paulo II, discurso em Pádua, no dia 12 de setembro de 1982).
As pessoas, incessantemente, estão procurando exemplos autênticos para imitar em suas vidas. O Santo Antônio é um modelo perfeito duma santidade radical e inequívoca. É por isso que ele sempre será atraente e sempre atual. É um santo que, ainda hoje tem algo a dizer ao homem. Algo que é desconfortável para este mundo, mas ao mesmo tempo, o mundo precisa muito disso. Se trata da vida humana, segundo o Evangelho de Jesus Cristo.
Não é justo reduzir um homem, do porte de Santo Antônio, a um artifício utilitário, um “santo casamenteiro” ou, um “mágico”, que serve para encontrar as coisas perdidas. Ele é, realmente, um homem de Deus! Um Homem evangélico, que conhecia e vivia o Evangelho, concretamente – seguindo os passos de Jesus Cristo, o Evangelho do Pai. É por isso, que mesmo não sendo conhecido devidamente, o Santo Antônio continua atraindo a atenção dos homens e apontando a Jesus, o Caminho Verdade e Vida (Jo 14,6) a quem consagrou a sua vida terrestre.

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