Que vai ser este menino?
O Evangelho, quando nos
transmite o relato do nascimento de João Batista, fala do projeto dum vida
humana: “O que será que esse menino vai ser?” (Lc 1,66). Podemos imaginar a repercussão
que causou a maternidade duma mulher estéril, na sociedade daquele tempo. Hoje,
provavelmente, isto não nos impressionaria, pois, o homem moderno é capaz de
fazer muito mais...
Seja como for, quando nasce uma
criança, seus pais têm sonhos, com relação a ela. O ambiente, talvez, possa
pensar, como há 2000 anos atrás, o que vai ser duma criança cujos pais são...
pobres, ricos, desempregados, imigrantes, celebridades ou idosos... A verdade
é, que ninguém é capaz de sabê-lo. No entanto, uma coisa é certa, que todo o
futuro, vai depender do ambiente, em que vai viver e crescer. Igualmente, como acontecia
com as sementes das parábolas de Jesus (Mt 13,1-43; Mc 4,26-32). Se uma semente
“cair” no ambiente favorável, será abençoada e bem-sucedida.
João Batista, depois de viver no
ambiente familiar favorável, passou para a segunda etapa da vida e, escolheu um
ambiente, propício para a conservação e amadurecimento do dom da vida e da
vocação. Foi ao deserto... Como consequência, precisou pagar o preço, próprio
da natureza da ”semente”, para que ela possa viver de acordo com a sua singular
condição. Quando compreendeu o objetivo de sua vida e o seu chamado, João
precisou renunciar tudo, para realizar a missão. O que ele fez foi um ato de
maturidade e responsabilidade. A vida não pode ser vivida de qualquer jeito,
pois, toda a vida deixa os rastros no universo. São obras boas ou devastações
diversas...
O sacramento ministrado com
maior frequência é o do Batismo. A maioria dos que pedem o Batismo das crianças,
não tem ideia mínima do significado e da importância deste sacramento. Não sabe
de que se trata dum dom e dum compromisso ao mesmo tempo.
Que compromisso é este? Qual é a
vocação do batizado? “O que vai ser” daquela criatura batizada? O cristão, para
seguir a vocação, tem de renunciar a tudo (“qualquer de vocês, se não renunciar
a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo” Lc 14,33) – como João Batista.
Somente, uma vida radical (se refere à “raiz”) pode fazer a diferença, num
mundo do provisório, fácil e descartável. Só, assim poderá ser o precursor e “apontador”
de Jesus Cristo, o único que salva, liberta e dá o sentido a vida. É d´Ele que
o mundo precisa realmente.
Se, porventura, um cristão optar
por levar a vida cômoda e sossegada, inevitavelmente, se tornará um dos cooperadores
e promotores do “Reino das Trevas”, regido pelo “príncipe deste mundo”, o
Satanás (Jo 12,31; 16,11; 1Jo 5,19). Viverá a lógica do “servir a Deus e ao
dinheiro” (Mt 6,24). Este tipo de vida é o ateísmo prático e consiste em “servir
a dois senhores”... (Mt 6,24).
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