Começa Quaresma. 40 dias, durante os quais o Espírito Santo convida-nos para o deserto, onde não há boa comida, café, doces, onde não há pessoas que levantam a nossa auto-estima, onde não há devoradores do tempo: TV, internet, livros seculares.
No deserto estamos sozinhos - e está Ele: "misericordioso e compassivo, lento para a cólera e cheio de bondade e compaixão para com a miséria". Não O afastam as nossas fraquezas e pecados. Ele conhece a verdade sobre nós e quer nos mostrá-la, não para nos oprimir, rebaixar, para nos sentirmos ainda pior conosco mesmos.
Esta verdade nos é necessária para que finalmente possamos deixar de ser escravos de paixões e dos desejos maus e desordenados. Para que não nos dominem a preguiça, ira, orgulho, inveja, gula, avareza, impureza.
Não é fácil jejuar, ou seja, recusar aquilo que, humanamente, torna mais fácil a nossa existência e os nossos relacionamentos com os outros.
Por isso, juntamente com o jejum é necessário entrar mais fortemente na vida de oração. O diálogo com Deus nos dará a força para perseverar em bons propósitos e, sobretudo, protegerá do perigo de desespero. O processo de conhecimento da verdade sobre si mesmo, sobre seus pecados e suas fraquezas pode ser explorado pelo Maligno, que tentará nos empurrar para o desprezo a si mesmo. Mas não se pode desprezar o que Deus criou, porque desta maneira, se despreza o Criador.
É importante, também, lembrar da esmola. Aquilo que recusamos, por motivo de ascese, sempre pode ser revertido em ajuda material para os outros - não necessariamente em forma de dinheiro. Isto pode ser também o tempo que de repente de nos sobra e não sabemos o que fazer. Daí, então, a esmola será visitar alguém há muito não visitado, ajudar alguém nas tarefas de casa, o tempo para uma conversa tranqüila ou brincadeira com os filhos, para escrever uma carta ou e-mail. O tempo realmente é dinheiro e ele também precisa ser compartilhado com os outros.
"Eis, agora, o momento favorável, é agora o dia da salvação". Aqui e agora começa para nós o tempo desejável, o tempo de salvação - o tempo de um verdadeiro encontro com Deus. É claro, se decidir jejuar.
Perguntas para o exame de consciência:
A Igreja ensina que uma das formas preferenciais de penitência, na vida cristã, é jejum. Portanto:
1. Eu observo jejuns de preceito?
2. Faço jejum além ao que sou obrigado?
3. Minhas renúncias são bem pensadas e tocam o que é importante e difícil em mim?
Ensino de João Paulo II
Qual é a maior causa de divisão interna do homem? O homem começa sua história de pecado, quando já não reconhece Deus como Criador e ele mesmo quer - no espírito de total independência - decidir o que é certo e o que é errado. "Assim como Deus, conhecereis o bem e o mal" (Gn 3,5) - esta é a primeira tentação, e o seu eco são todas as tentações que o homem, ferido pelo pecado original, se entrega ainda mais facilmente. (Veritatis Splendor, 102)
fonte: http://liturgia.wiara.pl/kalendarz/67b56.Refleksja-na-dzis/2011-03-09
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