domingo, 8 de novembro de 2015

A morte e...?

O mês de novembro, com do Dia de Finados e semana da indulgência, suscita pensamentos sobre a fragilidade da existência humana e perguntas pelo “depois” do inevitável fim dela. “O destino de todo homem é morrer uma só vez, e depois vem o julgamento.” (Hb 9,27). São duas verdades. A primeira é experimentada por todo ser humano e é recordada pelo cemitério. A segunda, é uma verdade revelada aos que acreditam em Deus.
Nada é mais óbvio neste mundo que o fato, que, um dia, todo ser humano vai deixa-lo e vai entrar no mistério da morte (para os crentes em Deus, é uma porta para a Vida). É muito impressionante, que isto, a mais evidente verdade, tem tão pouca influência para a vida cotidiana da gente. Quase ninguém leva a sério que a qualquer momento a morte pode interromper o curso de sua vida, desfazendo todos os planos e sonhos. “Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora” (Mt 24,42; 25,13). O homem sábio não se deixa surpreender, porque molda a sua vida, não se esquecendo da inevitável partida. Leva a vida de peregrino...
Conta-se (não sei se foi a verdade) que quando são João Bosco era adolescente e certa vez jogava bola com os colegas, alguém iniciou a conversa sobre o fim do mundo. Se o mundo fosse acabar hoje o que você faria? Cada uma dava uma resposta diferente: oração, arrependimento, reconciliação, perdão, ato de caridade, etc. E João Bosco ia dizer: “eu continuaria jogar a bola”. Estar sempre preparado é viver em paz interior.
A segunda verdade, o juízo. Na verdade o juízo acontece já neste mundo, no nosso “agora”, quando a gente faz escolhas. É nas escolhas que que definimos o nosso futuro. Se alguém, ao fazer suas escolhas não leva em consideração a ninguém (só pensa em si) e não quer corrigir a suas escolhas (arrepender-se) vai perpetuá-las e o Juízo de Deus não conseguirá justifica-lo. Pois a Justiça de Deus consiste em justificar o homem dos seus erros (pecados). Deus quer nos declarar justos diante dos Anjos e Santos.
O Juízo significa assumir a responsabilidade pela própria vida na terra (palavras, atos, omissões, desejos). Não seria prudente viver esta vida isentando-se da responsabilidade pelos próprios feitos, “como um homem sem juízo, que construiu a sua casa sobre a areia...” (Mt 7,26-27). Somente enquanto estamos neste mundo podemos decidir e modificar as nossas escolhas. Depois só nos resta esperar a recompensa... (Rom 2,6; 2Cor 5-10; Ef 6,8).
O juízo que, como a morte, espera-nos inevitavelmente, não deve nos aterrorizar, pois Deus é Amor. Deve nos motivar cada dia, a viver bem e criativamente o tempo, os dons que cada um tem e promover a unidade entre as pessoas. A criatividade faz a vida dinâmica, otimista e, enfim, realizada. É isto que Deus quer para cada um: a felicidade na criatividade motivada pelo amor.


Nenhum comentário:

Postar um comentário