segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Santidade não é um luxo

Certa vez a Madre Tereza de Calcutá, foi surpreendida pela pergunta de um dos jornalistas, que queria saber o que ela sentia, ao ser aclamada santa. A Madre, hoje já canonizada, respondeu: “A santidade não é um luxo, é uma necessidade”.

A solenidade de Todos os Santos, que hoje celebramos, é Festa da Igreja Peregrina, da Padecente e a da Triunfante. É a Comunhão dos santos, celebrada e vivenciada, como louvor ao Deus Misericordioso e como estímulo para os batizados, a seguirem o caminho da santidade. É a Deus que louvamos e adoramos na santidade das criaturas humanas, que abriram as suas vidas ao Amor Misericordioso, que como em Virgem Maria, fez neles “grandes coisas” (Lc 1,49). Ele, exclusivamente, é a fonte de toda a santidade. A santidade é o maior desejo de Deus para o homem e um dom, gratuito e generoso. “Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (1Tes 4,3).

 Na “imensa multidão de gente de todas as nações, tribos e línguas, que ninguém podia contar” (Ap 7,9) homenageamos hoje os santos incógnitos, homens e mulheres, casados e solteiros, leigos e consagrados, “que vieram da grande tribulação e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14b)

O ser humano precisa desejar a santidade, para recebe-la. Precisa querer ser como Deus é, porque é Seu filho adotivo e a vida diferente da de Deus é incompatível com a dignidade de Seu filho (1Jo 3,1-3). Igualmente se dá com a oração. Só consegue rezar, ou seja, entrar em relação amigável com Deus, quem O deseja sinceramente.

Se alguém deseja a santidade é guiado pelo Espírito de Deus para seguir o caminho que percorreu Jesus Cristo. O caminho de Filho. Caminho marcado pela força do Espírito Santo, mas também pela cruz. A cruz é inseparável do caminho da santidade e consiste, sobretudo, em renunciar os bens da vida temporal, para alcançar os bens, onde “o ladrão não rouba e a traça não corrói” (Mt 6,19).

Entre as bem-aventuranças, o caminho da santidade proposto por Jesus, a primeira é: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,3). Trata-se de tornar-se “pobre” voluntariamente, como Jesus (Flp 2,5-8). Entregar tudo, para buscar em primeiro lugar o Reino do Céu (cf. Mt 6,33) e amar a Deus sobre todas as coisas (o Primeiro Mandamento do Decálogo). “Entregar tudo” significa não deixar para si nenhuma “ponte”, nenhuma segurança humana, como o fizeram Ananias e Safira (At 5,1-11). Nisto consiste a pobreza espiritual, que se abandona à Providência de Deus e deixa guiar pelo Seu Espírito.

“Sede santos porque Eu sou santo” (1Pd 1,16-26) é um programa de vida e um lembrete, que pode ajudar viver a vida presente com gosto, em paz e na liberdade, recordado que somos peregrinos nesta terra e cidadãos do céu (Flp 3,20-21). Portanto, tudo que somos e que fazemos, deve nos ajudar a seguir o caminho que leva ao céu.

Neste dia de Todos os Santos, gostaria de me congratular com todos os que desejam ser santos e se esforçam para permanecer no seguimento de Jesus Cristo, apesar das suas fraquezas. A todos vocês: Feliz o Dia de Todos os Santos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário