quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Igreja - O ignorante na Igreja

Ninguém tem muito apreço por uma pessoa ignorante, podemos afirmar com grande grau de probabilidade, até porque o ignorante se considera o mais sabido. Vai dogmatizar desde o esporte, pela política, terminando, sempre, na religião. Vai sentenciar trazendo soluções “reveladoras” e “infalíveis”. Vai condenar uns e isentar outros, idealizando terceiros. Tudo conforme os dogmas da sua “sabedoria”.


Como mencionamos anteriormente, o ignorante não admite alguém questionar os seus estereótipos, mas vai multiplicar razões e argumentos, que fundamentariam, mais ainda, as suas convicções. Vai insistir que o seu objetivo é “ajudar” e fazer as coisas andarem melhor.

O exemplo que me vem na menta agora é o uso dos chamados “folhetos” ou “jornalzinhos” nas Celebrações litúrgicas. A prática provisória, muito difundida hoje, tornou-se um elemento “indispensável” para uma “boa participação”. O que me espanta, é que não há criatividade, não há preocupação de buscar outros meios, que de fato poderiam proporcionar condições de uma boa participação e da vivência dos Mistérios, depois das Celebrações. Insisto aqui na prática de levar a Bíblia, para fazer n´ela suas anotações e/ou inspirações... O uso destes “folhetos” de fato garante “as respostas” da assembleia, mas, será que nisto consiste uma verdadeira participação?

Neste contexto da ignorância na Igreja, penso ainda na catequese (outro dia falaremos mais do assunto). Muitas vezes reduzida a uma aula escolar e de qualidade duvidosa. Muitas vezes, tratada mais como um relicto do passado, ou um costume tradicional, que convém continuar, para os filhos e afilhados “fizerem” determinados sacramentos. E assim, se “fabrica” caricaturas católicas, em vez de formar, cristãos, discípulos-missionários (independentemente da idade), comprometidos com Deus e a Igreja.
É doído falar assim, mas, acho que não se pode calar, enquanto o vício mortal de ignorância, que reduz a Igreja de Cristo, a um esconderijo de acomodados e conformistas, que se servem da ignorância para realizar os seus caprichos, ´com ajuda de Deus´, continuar “bem de vida” (Jesus chamava isto mais radicalmente [Mt 21,13]). Este vício deve ser desmascarado e combatido sistematicamente (não só “ad hoc”).

Além disto, deve se notar outro fenômeno muito preocupante. Ao contrário da ignorância generalizada, a ignorância religiosa parece ser bem vista. Para ela há muita compreensão, há generosa, mutua justificação das infidelidades na vivência da fé e impressionante solidariedade naquilo que é reprovado pelas normas evangélicas e/ou religiosas. Pode-se invejar como se atraem os ignorantes religiosos e como se apoiam nos seus juízos infalíveis e inquestionáveis.

A ignorância religiosa parece fazer parte de “boas maneiras” do “cristão e moderno”. Enfim, não há motivo de se orgulhar por não conhecer verdades elementares, dos princípios da fé, que são dominadas pelas crianças da catequese fundamental. Antes, é uma vergonha, no caso de um adulto oportunista. É uma humilhação.
Não seria isto uma obra do “pai da mentira” (Jo 8,44) que não mede esforços para afastar o homem da Verdade? Porém, se este não viver segundo a Verdade, vai parar no mundo da Mentira e caminhará para a destruição (Lc 19, 42-44).

Todas as religiões são boas, não preciso ir a igreja para rezar, para crer em Deus... Não gosto de ler, escutar palestras, ficar em silêncio...  Não pense assim. Busque, questione, pergunte. Aqui não é questão dos gostos. É um dever. “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29) diz Jesus. Aprendei a verdade para não viver na ignorância e nos estereótipos... A não ser que queres ser um “deficiente”, que por própria opção deixa condicionar o seu “hoje” e o “amanhã” pelo saber dos outros...

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